' Cap 36 - e ai?

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- eu vou apoiar minha filha em qualquer decisão dela.

- falando nisso, precisamos fazer ela aceitar ficar lá em casa esse tempo, se a sra. Quiser pode ficar lá também... - sugiro.

- filha, te agradeço, mas não tenho como deixar o Pedro sozinho, também preciso cuidar da casa, trabalhar... e também nem sei se é certo a Valentina ir, vai dá muito trabalho pra você...

- não, não vai! Eu estou disposta a cuidar dela. - respondo rápido. - não vai ter problema nenhum...

- tem certeza Luiza? Ela me falou que você tinha uma viagem hoje, e que não foi por causa dela... não acho isso justo com você...

- claro que é justo... eu jamais iria viajar e deixar a Valentina nessa situação. Não fala mais isso, se não ela vai começar a se achar culpada, se eu conheço bem... - digo.

- eu a conheço bem, desde sempre e sei que ela já está se sentindo mal. Como eu disse, ela não gosta de depender de ninguém, não gosta de ser ajudada nem nada... por isso não sei se ela vai aceitar ir pra sua casa... - ela argumenta.

- mas a gente pode tentar né? A sra. Promete me ajudar?? - pergunto.

- eu vou falar com ela, mas se ela não quiser a gente vai ter que aceitar... - ela diz.

...

Passado alguns minutos, a enfermeira chega avisando que Valentina está me chamando.

- vai lá. Conversa com ela e ver o que ela diz - dna Lourdes fala.

Vou até o quarto, Valentina já está com o celular, mas não é o que eu dei. Estranho, será que ela perdeu no acidente? Mas perder um e não perder o outro?
Tô confusa, mas deixa pra lá.

- Oi, me chamou? - pergunto.

- você tá sem telefone? - é a primeira coisa que ela fala.

- descarregou, por que?

- estava te mandando mensagem pra você vir aqui, mas não estava chegando... - ela responde.

- ah sim, mas agora já estou aqui, o que você quer? Tá precisando de alguma coisa? - falo.

- para de toda hora perguntar se eu estou precisando de alguma coisa como se você pudesse me dar tudo... - ela responde de forma ríspida.

Eu franzo a testa e silencio.
Não sou capaz de responder nada nesse momento; não tem porque ela falar assim comigo.

Alguns minutos de silêncio, preciso falar.

- era só isso que você queria falar comigo? - pergunto.

- não.

- então fala o que mais... - respondo em tom seco também.

- senta aqui. - ela pede que eu sente ao lado dela na cama.

Eu tô magoada, acho que seu chegar mais perto e olhar nos olhos dela eu choro.

- por favor senta aqui... - ela insiste.

- Valentina, se você for falar mais alguma coisa pra me magoar, nem começa por favor... já basta tudo que aconteceu hoje... hoje eu não aguento mais nada. - respondo em tom triste e cansado

Ela me olha cabisbaixa.

- por favor, senta aqui! - ela pede mais uma vez.

Respiro fundo e não exito mais.
Me aproximo da cama e sento mais próximos aos pés dela. Tomo cuidado pra não esbarrar na perna operada.

Por trás das câmeras - VALUOnde histórias criam vida. Descubra agora