' Cap 90 - insegurança(?)

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POV LUIZA

Dia seguinte 08:00 am.

Acordei numa conchinha gostosa com a Valentina. E como de praxe, sorrindo.

Ontem a noite não teve sexo, não teve provocações, não teve apostas, nem nada disso; ontem teve parceria num momento de vulnerabilidade, ontem teve cuidado, desabafos e conselhos. Teve amor e cumplicidade. E a cada acontecimento eu tenho mais certeza que a Valentina é a minha pessoa no mundo, e gosto de ver nossa relação amadurecendo a cada dia.

Saio bem devagar da cama pra não acordá-la, sei que ela está cansada também, ontem quase desmaiou por falta de energia, então resolvo preparar um café da manhã pra ela começar bem o dia e também pra agradecê-la por ter sido mais uma vez incrível comigo.

Vou até a cozinha e faço uma salada de frutas, preparo iogurte (vegano óbvio). Faço café e levo uns biscoitinhos, tudo numa bandeja pra ela.

Quando retorno pro quarto, abro a porta com cuidado, acreditando que ela ainda estaria dormindo, e me surpreendo quando vejo que ela está em uma ligação, e assim que me ver ela desliga o telefone rapidamente como quem não quisesse que eu visse que ela estava no telefone.

- Oi amor, bom dia! - ela fala assustada - isso é pra mim?! - ele se refere a bandeja do café em minhas mãos.

- tá tudo bem?! - pergunto na esperança que ela me fale sobre o telefonema.

- tá sim!! Vem, deixa eu experimentar isso aí... tô cheia de fome.

Não me convenceu, mas não questiono.
Caminho até a cama e coloco a bandeja sobre ela.

- que lindo amor!! Obrigada!! - ela fala animada e me dá um selinho.

- eu vou tomar um banho. - falo.

- Lu, você não vai comer comigo?! - ela pergunta.

- eu fiz pra você, tô sem fome...

- Luiza... por favor, come um pouquinho...

Inspiro e expiro um ar um pouco mais forte pelo nariz e sento novamente ao lado dela.
Ela pega a tigela com iogurte e me dá uma colherada.

- porque você tá assim? - ela pergunta.

- assim como?!

- fria. Mais que esse iogurte aqui.

- fria?! Eu acabei de te preparar uma bandeja de café da Manhã...- tento disfarçar minha insegurança.

Por mais que eu tenha aprendido muito nesse tempo, depois do que a Letícia fez comigo, sempre que acontece alguma coisa assim, o trauma que ela deixou em mim dá sinal de vida; eu até tenho aprendido a não da muita bola pra ele, mas as vezes eu não consigo e ele acaba me afetando novamente e me fazendo duvidar se eu um dia vou ser constantemente feliz.

- sim, eu sei, tá lindo!! Mas você não tá normal, ainda mais depois da noite legal que nós tivemos... - ela pondera.

- tá bom, vamos dialogar... - respiro novamente, olho nos olhos dela - quem era no telefone?! - indago.

- então é isso mesmo, já imaginava que fosse...

- então?! Tipo, eu não tô questionando você está falando no telefone com alguém, eu não sou tóxica a esse ponto, mas eu não entendi você ter corrido pra encerrar a chamada, de forma assustada quando eu entrei no quarto...

- Lu, era assunto de trabalho, não queria perder mais um tempinho contigo por causa de trabalho... - ela justifica.  - você confia em mim?!

- se você tá dizendo que foi isso, então só me resta acreditar que foi isso ué...

Por trás das câmeras - VALUOnde histórias criam vida. Descubra agora