' Cap 63 - sem entender.

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Me assusto quando retorno e vejo que Valentina não está mais ali, só reparo que o casaco que havia emprestado pra ela está jogado no encosto da cadeira.

- ela perguntou onde era o banheiro e foi - Diego responde.

- eu me oferici pra ir com ela, mas ela disse que não precisava. - Laura diz.

- ah sim, vou lá ver se ela tá precisando de alguma coisa. - digo.

- a desculpa do banheiro né Luiza...! Haha - Manoel brinca.

- hm... palhacinho... deixa eu ir lá.  - respondo.

Quando chego no banheiro, Valentina está parada na frente do espelho, olhando fixamente pra ele, porém sua mente parece estar muito além daquele reflexo ali a sua frente.

- amor... tá tudo bem? - pergunto.

Ela não responde, não quis responder ou está dislexia demais pra ter ouvido.

- amor?! Valentina? - insisto em tom mais alto.

- Oi! - ela responde meio assustada.

- tá tudo bem?!

- tá, tá tudo bem. - ela responde e permanece olhando para o espelho.

Me aproximo dela e passo a mão em seu cabelo.

- me assustei quando não te vi lá na mesa, achei que tivesse ficado chateada e ido embora. - digo.

- porque? Tenho motivos pra ficar chateada?! - ela me olha e pergunta.

- não, não tem... por isso que eu estranhei você não está lá.

- só vim no banheiro, tentei ligar pra minha mãe mas não consegui... - ela explica.

- ah sim... quer falar alguma coisa pontual com sua mãe ou era só pra matar a saudade mesmo?! - pergunto.

- nada demais... vamos?! Sua amiga já chegou?! - ela fala e vai saindo do banheiro.

- ah sim, acho que ainda não... espera... - respondo e aperto o passo pra alcançá-la.

Quando voltamos pra mesa, não demora muito Priscila chega, com aspecto de cansada; ela senta ao meu lado, Valentina está do outro.

- nossa, que merda estressante quando o pneu do carro fura - ela diz com a respiração ainda ofegante - de quem é essa água aqui? - ela pergunta e levanta a garrafinha.

- é minha, pode beber.  - digo.

- Lu, obrigada por ter mandado seu motorista ir me buscar.

- que isso, não precisa agradecer!

Ela finalmente consegue cumprimentar o resto do pessoal, assim que recupera a respiração.

- Oi Valentina, tá melhor, passou a dor de cabeça? - ela pergunta.

- tô melhor sim, obrigada por perguntar. - Valentina responde.

- então, já pediram ou estavam me esperando? - Priscila pergunta.

- estávamos te esperando! - Laura responde.

- que lindo!! Eu sei que vocês me amam! - ela fala animada e segura meu braço que está sobre a mesa.

Me assusto com o toque repentino dela; meu olhar rapidamente procura o de Valentina. Ela não diz nada, mas eu consigo entender tudo que os olhos e gole seco na água que ela dá me dizem.

Eu rapidamente tiro meu braço do alcance da mão dela.

- vamos pedir?? - digo.

Cada um de nós pegamos um cardápio para escolhemos o prato.

Por trás das câmeras - VALUOnde histórias criam vida. Descubra agora