Profecia - MORRO

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                          Eduarda

Cheguei em casa pro churrasco que vão fazer pro meu pai, parecia ate reunião de traficante, nunca vi tanta gente armada em um lugar só.

Abro a porta da frente e entro subindo com minha mochila pro meu quarto. Quando entrei minha irmã tava no telefone e eu fiquei em silencio, observando o que ela tava fazendo.

- Claro, pode ser, mas amanhã seria melhor, estamos fazendo uma festinha aqui em casa e eu nao consigo sair antes de anoitecer, e as fotos vão ficar melhores de dia. - Ela deu uma pausa me encarando e depois de alguns segunda volta a falar. - Aham, tudo bem então, até amanhã. - Ela desligou o celular colocando em cima da comôda e vem na minha direção.

- Minha Duda fedida, finalmente chegou, tava vindo de jegue? - Ela perguntou me fazendo rir e eu dei um tapa leve no braço dela.

- Tonta, o que você tava fazendo no celular? Parceria?

- Isso, amanhã vou ir tirar fotos pra loja de uma amiga minha la na Penha, a gente ta pensando em ir pra praia também pras fotos ficarem melhores e mais criativas.

- O pai sabe disso? - Falei rindo porque meu pai odeia o 'trabalho' da Giulia, até porque se ela quisesse ele pagaria tudo, mas admiro isso na minha irmã de não querer ser totalmente sustentada.

- Vou contar jajá, mas agora vamo descer e sentar la com ele, to morrendo de fome e tá saindo bastante carne.

- Vamo, vou só colocar um chinelo.

Giulia

- Sentem aí feias. - ameeu irmão falou e eu sentei com minha irmã na mesa e um daqueles amigos do meu pai ficou encarando, sei que sou gostosa mas porra, odeio que fiquem me encarando.

- Feio é você garoto, eu hein - Falei mandando dedo pra ele que tá sentado na minha frente e meu pai do lado, eu tô na ponta da mesa e minha irmã do lado do esquisito que pegou o pratinho de carne todo da minha mão.

Levantei e peguei uma Ice gelada na caixa com gelo e algumas carnes, mas logo voltei pra mesa.

- Vai fazer alguma coisa amanhã feia? -O Pachecco perguntou e olhei feio pra ele.

- Tirar umas fotos pra loja de uma amiga lá na Penha.

- Quem deixou? - Meu pai me encarou com um semblante ironico.

- Serio, vocês cansam minha beleza.

- Você sabe que agora que eu voltei vocês viram alvo dos filhas da puta de novo, não quero você por aí sozinha.

- Fica de boa Duarte, minha favela tá tranquila, se quiser deixo uns moleques na segurança da sua filha. - O homem que ta sentado do lado do esfomeado falou enquanto olhava pro meu pai. Então ele é o dono da Penha, e ele não é de se jogar fora...

- Falando assim tu me convence pô, pode ser então Lima, amanhã vejo se um dos moleques consegue levar ela, não confio em uber.

- Amanhã eu vou passar aqui perto pra conferir uns carregamentos, passo buscar ela aqui pô, fica de boa. - Meu pai encarou ele por segundos mas depois concordou.

- Obrigada - Olhei na direção do tal de Lima e sorri.

- Foi nada. - Ele falou e deu um meio sorriso mas manteu a postura de bandido, confesso que sinto raiva disso.
Vi que ja tava quase anoitecendo e resolvi ir tomar um banho pra descansar.

- Vou tomar um banho, tchau pra vocês. - Sorri simpatica pra todos e subi pro meu quarto feliz por poder ir tirar as fotos.

Tomei meu banho e coloquei um pijama de cetim bege, bem confortavel e me deitei, quando vi ja tinha capotado ali mesmo.