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                            𝗚𝗶𝘂𝗹𝗶𝗮 🎀

Segurei o corpo pequeno nos meus braços enquanto andava devagar pelo quarto com a iluminação que entrava pela brecha da janela.

Suspirei olhando pro rostinho pequeno com as bochechas rosadas, a cara do pai  dele.

Hoje é provavél que eu vou receber alta, mas talvez o Victor hugo demore umas horinhas a mais pra poder sair também e eu só quero ir pra casa.

O Lima tem ficado aqui durante a noite mas de dia ele sai pra fazer as coisas dele e da facção, eu pedi pra que ele fizesse isso, não quero que ele deixe de cumprir com as obrigações dele, até porque eu acabei parindo fora da data que ele iria tirar alguns dias pra ficar em casa.

Coloquei o Victor no berço que estava ao lado da cama tentando ao maximo não acordar ele e me sentei respirando fundo quando consegui.

Tá sendo uma experiencia muito louca ser mãe, é um misto de emoções e eu to amando isso. Por mais que seja cansativo, não tem nada melhor do que deitar e dormir com um serzinho desse tamanho em cima de você.

Peguei meu celular mandando uma mensagem pro Igor avisando que talvez eu tenha alta hoje, ele pediu pra avisar porque ele vai mandar os moleques pra fazer a segurança do carro, eu acabo me preocupando com isso, se ele quer tanta segurança assim, ele ta em perigo com alguma coisa e consequentemente todos que ele ama também.

Enviei a mensagem e tentei afastar esses pensamentos ruins, meu café da manhã chegou e a enfermeira aproveitou pra vir fazer mais alguns exames em mim já que vou receber alta hoje.

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O Igor chegou depois de eu ter a certeza que eu ia ter alta e o bebê também, agora ele tá todo bobo escolhendo qual das roupas da lacoste vai ser a saída maternidade.

- Vai ser essa mermo, combinando com a minha.

- Tu comprou uma igual?

- Luquinhas que me deu essa, vai ficar foda eu e meu moleque combinando.

- Vão ficar lindos, traz a roupa aqui.

- Tem touca, meia, tênis e chupeta da lacoste parceira, tudo pro meu cria.

- Sapato não vai nem servir nele cara, olha o tamanho disso. - Ri vendo a cena dele com um sapato pra uma criança de um ano na mão. - Ele vai demorar pra usar isso.

- Mesmo assim, coloca o resto das coisas então.

- Vou só esperar a enfermeira pra me ajudar a dar um banho nele.

- Ele não acabou de tomar banho?

- Acho que vou deixar pra dar o proximo em casa mesmo.

- O pai já até aprendeu a dar banho.

- Enfermeira quase se matando pra te ensinar né.

- O que importa é que eu aprendi e já posso dar banho na minha cria. - Ele se aproximou acariciando o cantinho da orelha do Victor Hugo, em seguida a enfermeira entrou pra avisar que já tinhamos ganhado alta.

Sorri feliz por finalmente estar indo pra casa com o amor da minha vida, agora nada mais importa.

Pegamos as malas com as iniciais do meu filho bordadas e os alguns dos meninos vieram ajudar já que ainda tinha a minha.

Ajeitei meu vestido azul escuro que ta no tom da camisa dos dois, coisa mais linda.

Andamos pelo corredor juntos enquanto eu segurava o Victor com cuidado e o Igor me guiava com a mão na minha cintura.

Descemos o elevador junto com a enfermeira que estava com alguns papéis pra assinarmos na recepção e outros exames.

Quando chegou no térreo tive a visão da minha familia sentada na recepção nos esperando, o primeiro a nos ver quando pisamos fora do elevador foi o Luquinhas que veio andando rapido na nossa direção.

- Cadê o moleque do padrinho. - Ele se aproximou abraçando o Lima e vindo me cumprimentar já olhando pro meu filho. - Cria mermo, todo trajado.

- Meu filho irmão, tinha que ser mermo.

- E a camisa que eu te dei, como você é romantico vida.

- Viadão. - Sorri vendo todos se aproximarem e a Giovanna já começou a chorar. - Alá, a adotada já ta chorando.

- Cala boca cara, meu sobrinho é tão perfeito.

- Eu que fiz, esperava o que?

- Tu se acha demais, senhor. - Ela chegou perto me abraçando de lado e me deu parabéns. - Coisa mais linda da titia dele, e pior que veio a cara do Igor mesmo, pessoalmente fica mais ainda.

- Gerei por nove meses pra vir a cara do pai, sacanagem. - Nós rimos e eu continhei conversando com eles e o meu pai que chegou um pouco depois, até que nos chamaram pra assinar mais algumas coisas pra podermos ir embora.

Terminamos de fazer tudo o que precisava e fomos andando até o carro blindado que estava parado em frente ao hospital com alguns vapores de moto mas sem chamar muita atenção.

O Igor abriu a porta do banco de trás pra mim e eu entrei com cuidado, ele fechou a porta e foi pro banco da frente do carro colocando o cinto de segurança.

- Bota o cinto amor, e coloca o Victor na cadeirinha. - Concordei colocando ele na cadeirinha dele e afilei o cinto de segurança e em seguida fazendo o mesmo em mim. - Pode ir, e pede pro Mendes e os moleques não colarem tanto no carro, e quero uns na frente também.

O homem que tava no banco do motorista concordou trocando mais algumas palavras com o Lima e depois fez o mesmo no radinho.

Ele acelerou o carro saindo dali e entrando na rodovia alguns minutos depois.

Depois de algum tempo andando paramos em um posto de gasolina e o Lima virou pro banco de trás me dando um selinho.

- Vou pro carro que ta indo na frente junto com o Luquinhas, é mais seguro pra tu.

- Tem certeza?

- Tenho, não da pra ficar bobeando aqui amor, te amo. - Ele me beijou novamente e fez o mesmo na cabeça do Victor, saindo do carro em seguida.

Ele andou rapido olhando pros lados e entrou na evoque que saiu logo em seguida, o vapor que tava dirigindo foi atrás na mesma velocidade mas diminuiu pra dar uma afastada do carro que chamava muita atenção, atrás do carro que eu tô tem as motos acompanhando e eu fui o caminho todo quieta, encostando minha cabeça na porta.

[...]

Nos aproximamos da entrada do morro e eu me assustei quando o carro que o Lima tá com o Luquinhas abriu os vidros e fuzis foram colocados pra fora, em seguida o Igor saiu pra fora atirando pro alto e os vapores na moto fizeram o mesmo, fogos de artificio foram disparados em forma de comemoração me fazendo fechar os olhos com o susto.

O som tava abafado por conta do vidro blindado mas mesmo assim eu conseguia ouvir os tiros que foram aumentando quando o carro passou pela barreira.

- Herdeiro tá na pista porra! - O Luquinhas gritou colocando a cabeça pra fora da janela do carro enquanto dava disparos.

Os moleques que estavam ali sorriram e abaixaram a cabeça em respeito quando o Lima passou.

Me encostei no banco sorrindo e olhei pro Vh que continua ali pleno dormindo, nem se mexeu com os barulhos.

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𝗖𝗵𝗲𝗴𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗼 𝗽𝗶𝘁𝗶𝗰𝗼, 𝗲𝘂 𝗮𝗺𝗼 🤍

𝗣𝗲𝗿𝗱𝗮̃𝗼 𝗽𝗲𝗹𝗼 𝘀𝘂𝗺𝗶𝗰̧𝗼 𝗮𝗺𝗼𝗿𝗲𝘀, 𝗲𝘀𝘀𝗮 𝘀𝗲𝗺𝗮𝗻𝗮 𝘁𝗲𝗻𝗵𝗼 𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮𝘁𝘂𝗿𝗮 𝗲 𝘁𝗼 𝗻𝗮 𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝗿𝗶𝗮.

𝗡𝗮̃𝗼 𝗲𝘀𝗾𝘂𝗲𝗰̧𝗮𝗺 𝗱𝗲 𝘃𝗼𝘁𝗮𝗿 𝗲 𝗰𝗼𝗺𝗲𝗻𝘁𝗮𝗿.

Profecia - MORRO Onde histórias criam vida. Descubra agora