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                         𝗚𝗶𝗼𝘃𝗮𝗻𝗻𝗮 🦋

Me virei olhando pra trás tentando ver da onde tinha vindo mas senti uma mão no meu rosto me impendindo.

Em seguida um pano foi colocado no meu olho e minha respiração ficou desrregulada.

- Fica quietinha e entra no carro que vai ficar de boa pra tu.

- Quem é você e o que tu quer de mim? - Perguntei mas não obtive nenhuma resposta me deixando cada vez mais desesperada e com medo.

A mão grande e gelada conduziu o meu corpo até o que me parece um carro pelo barulho da porta e da trava.

O pano foi retirado do meu rosto e eu consegui enxergar apenas um homem com uma roupa preta e uma mascara cobrindo o rosto me dando a vista apenas dos olhos escuros e frios.

- Giovanna né não? Prazer.

- Quem é você e como tu sabe o meu nome?

- Sei mais do que você imagina, isso tu pode ter mais do que certeza. - Me encolhi no banco de couro sentindo os pelinhos da minha coxa arrepiarem.

- O que você quer cara?

- Quem faz as perguntas aqui sou eu. - Ele abriu o compartimento no paínel pegando alguns papéis com uma pasta em volta e separou dois na coxa esquerda e deixou os outros guardados. Ele pegou uma das pastas abrindo enquanto me encarava. - Giulia Helena Duarte, a primeira dama, mulher do dono da Penha, que coincidentemente é teu irmão.

- Não, ela não tem nada haver, o que você quer com isso?

- Vou te contar, mas só porque tu é a menos insuportavel. - Ele riu me olhando com os olhos escuros que me causam arrepios. - Vingança é o nome, já ouviu aquele ditado? "O inimigo do meu inimigo é meu amigo."

- O que você ta querendo dizer com isso?

- Pô Giovanna, tu não é tão burra assim, pensa um pouquinho. - Ele deu uma pausa estalando a lingua no céu da boca e voltando o olhar a mim. - Ou melhor, nem pense, na melhor hora tu descobre.

- Até agora você não me falou o porque de eu estar no carro de um desconhecido que sabe o meu nome e tem a ficha da minha cunhada.

- Não é só a ficha dela que eu tenho aqui, me senti subestimado agora. - Ele ajeitou o volume da arma na cintura e eu encarei segurando as lágrimas. - Tu vai dar um avisinho pro teu irmão, entrega isso aqui e diz que mandei parabéns pelo bebê.

- Quem é você? Porque não bota a cara?

- Fica na tua pra não levar o teu caralho, quem da as ordens aqui sou eu. Entrega a carta e baixa a tua bola. - Ele se aproximou apertando o meu queixo na medida em que fala fazendo eu derramar uma lágrima. - Vou te levar pra um lugarzinho antes de te liberar, foi dificil conseguir trazer tu pro carro, sai de casa nunca.

- Por favor, só me deixa sair, não faz nada.

- Cala a porra da boca? Tá surda? - Ele ligou o carro e minha unica reação foi abrir a porta e tentar pular mas ele apertou o meu braço me segurando. - Vagabunda do caralho, você não entendeu que é pra ficar na tua e obedecer tudo o que disser?

Ele apertou cada vez mais a mão no meu braço e soltou puxando meu cabelo. Na hora em que tentei reagir um tiro atravessou a janela passando por nós dois.

Senti a porta ser aberta e meu corpo ser puxado de lá rapidamente. Mais dois disparos foram efetuados e foi o que bastou pra outro homem me colocar em um gol preto.

Soltei o ar que tava preso e olhei pro lado vendo a ultima pessoa em quem eu pensei ver.

- Eu pensei que fosse morrer pai, obrigado. - As lagrimas começaram a rolar freneticamente por todo o meu rosto e eu me levantei abraçando ele.

- Tu ta segura comigo, filha.

- Me tira daqui, porfavor. - Ele concordou e eu estranhei ele olhar tanto pra janela e parecer se comunicar com olhares, mas desviei a atenção disso quando o carro ligou e meu pai saiu dirigindo até a favela.

Chegamos na barricada e varias armas foram apontadas pro carro, provavelmente por ver o meu pai dentro.

- Ele ta comigo, eu preciso falar com o meu irmão o mais rapido possivel. - Falei quando o Bg se aproximou do vidro do carro portando uma AK-47.

- Espera ae. - Ele pegou o radinho da cintura falando algo pro Lima na linha.

Depois de alguns minutos ele voltou sem o radinho nas mãos olhando pra mim.

- Patrão disse que só tu entra Giovanna.

-Mas ele também precisa entrar... - Fui interrompida quando o meu irmão apareceu com a maior cara fechada olhando pro interior do veículo.

- Vamo, só tu entra.

- Você tem que entender, acabou de acontecer a maior merda.

- Já te disse, pode ter morrido o rei da inglaterra, ele não entra, bora. - Percebi que não iria adiantar insistir e desci do carro com o Igor me guiando até a sala dele na boca.

𝗖𝗼𝗻𝘁𝗶𝗻𝘂𝗮...

Profecia - MORRO Onde histórias criam vida. Descubra agora