Capítulo 20

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Eu: Vai pra empresa?

Nat: Não. Tenho reunião as 10:30 e não posso aparecer de pijama.

Eu: É... Ursinhos de pelúcia no pijama da CEO da United não é muito imponente. – rimos. – Amor... Desculpa... Me perdoa por ontem, eu estava com a mente a milhão e descontei em você, me perdoa.

Nat: Eu entendo amor, mas precisa voltar pra terapia e parar com esses remédios. Você me pediu o divorcio do nada.

Eu: Desculpa amor, eu estou meio surtada mesmo. Eu vou resolver isso. – logo a Jenny falou.

Jenny: Dona Priscilla a vizinha do 16º andar quer passar aqui pra te agradecer. Pode deixar subir?

Eu: Claro, pode sim.

Nat: É da criança que você salvou ontem?

Eu: Sim. – logo a campainha tocou. – Pode deixar que eu abro Jenny, obrigada. – fui até a porta e abri. E um toquinho de gente segurava um buque de rosas. – Ai meu Deus uma flor carregando flores. – ela veio entrando casa afora...

Nat: Oh meu Deus, de calça jeans.

Eu: Bom dia...

XX: Bom dia doutora Pugliese.

Eu: Priscilla, pode me chamar só de Priscilla.

XX: Charlotte. A gente veio te agradecer por ontem. Heloise, vem filha dá as flores pra tia Priscilla.

XXX: Titi Pi... Poxê...

Eu: Oh meu Deus... Mas eu quero você também - peguei as flores e a abracei. – Você está muito linda com essa roupa Heloise. Que sorriso mais lindo. – a beijei. – Como ela está?

Charlotte: Ela está bem. Graças a você... – eu apresentei a Natalie pra ela. Logo ela explicou o que o médico disse no hospital, mostrei pra ela como ela pode fazer caso ela engasgue de novo. A Heloise andava por todo o apartamento e a Natalie estava adorando. Elas logo foram embora, eu coloquei as rosas na agua e coloquei na sala.

Nat: Ela é linda. – suspirou e sorriu.

Eu: É sim, e tão carinhosa né?

Nat: É sim. O que acha de retomarmos os projetos de engravidar?

Eu: Vamos esperar mais um pouco amor? Ano que vem no inicio do ano a gente retoma.

Nat: Tudo bem. – me beijou – Vou pra reunião.

Eu: Quando vai pra empresa?

Nat: Segunda. – suspirou. – Meu escritório tá pronto.

Eu: Que bom. Eu vou checar uns e-mails estudar um caso que um colega me pediu.

Nat: Tá bom trabalho.

Eu: Bom trabalho – entrei no meu escritório e ela no dela. Liguei o computador e logo olhei a foto no porta retrato do lado, era uma foto dos meus filhos. Que saudade eu sentia. Fui checar meus emails e já tinha resposta do New York-Presbyterian Hospital-Columbia and Cornell. Era um dos melhores hospitais de Nova York. Marcaram uma reunião para o fim do dia e eu confirmei. Estudei o caso para o meu amigo, fiz uma chamada de vídeo com ele explicando meu ponto de vista no caso e desligamos. Eu e a Natalie almoçamos e fomos a delegacia. Delegado Roward nos recebeu de imediato junto com nosso advogado.

Delegado: Entrem por favor, querem beber alguma coisa?

Eu: Não obrigada.

Nat: Obrigada. E ai? Falou com aquela mulher?

Delegado: Sim. Tomamos o depoimento dela, e a historia que imaginávamos se confirmou. Eles planejaram roubar as joias e o dinheiro de vocês, e fugiriam. Isso aconteceria com os meninos já na escola, mas ele se antecipou e aconteceu tudo aquilo... – nos explicou tudo, tivemos acesso ao depoimento dela detalhado. Ele disse que ela chorou muito, que ela sente muitas dores por conta dos traumas das queimaduras e dos tiros.

Eu: A dor física que ela sente é pouca perto da dor que nós duas sentimos todos os dias das nossas vidas nos últimos meses por culpa dela e daquele desgraçado. – falei com ódio.

Nat: Quando vai ser o julgamento? Como vai ser isso?

Delegado: Agora ela será indiciada, em 15 dias ela vai para um outro hospital onde ela será vigiada de perto pela policia para que ela não fuja já que o tratamento dela é bem longo. O caso provavelmente vai a júri popular, foi gravíssimo e eles não tem representação particular, e ainda não tem representação pública. Terá um julgamento preliminar para eles dizerem como se eles se julgam culpados ou inocentes e a partir dai uma data será marcada e o júri formado se for a júri popular.

Eu: Quantos anos? Quantos anos eles vão ficar presos?

Delegado: Ela é cumplice e vitima, então acredito que ela pegue uns 35 anos pelo fator de vulnerabilidade dela. Agora ele, deve ser entre 70 e perpétua. Dependendo do juiz, ele vai para o corredor da morte. – Natalie respirou fundo.

Eu: Eu quero falar com ela.

Delegado: Não pode se aproximar senhora. Se fizer isso, pode perder muitas coisas. Inclusive, ela pode te processar por coação.

Eu: Ela mata meus filhos e eu vou ser processada? Ela deu sorte de que eu não entrei naquele hospital e não enfiei um bisturi nela e não terminei o serviço.

Advogado: Priscilla... Por favor...

Eu: Eu estou saindo do meu trabalho porque eu tive minha vida virada do avesso por causa dessa maldita e daquele desgraçado. E eu vou ser tratada como criminosa?

Nat: Amor...

Eu: Natalie, não... Essa mulher deixou nossos filhos morrerem na mão do amante dela por ganancia. Ela poderia ter feito a mim ou a você de refém e ter pedido dinheiro que seria muito mais do que ele levou e ela teria. Mas ela deixou duas crianças morrerem por ganancia... – eu chorava de raiva. – Eu ganho 90 mil dólares por mês e você ganha 130 mil dólares por mês, a gente poderia ter dado toda nossa conta bancaria pra ela e pra ele, mas eles preferiram matar duas crianças de 7 e de 5 anos. Os nossos dois amores, o sonho da nossa vida... Por dinheiro... Não é justo... – chorava.

Nat: Eu sei que não é justo amor eu sei que não. Mas não vai acabar com a sua vida com o que sobrou das nossas vidas por causa dessa mulher... Por favor... – chorava. Trouxeram agua pra gente e o delegado continuou.

Delegado: Uma das ex esposas dele quer depor em favor de vocês. Ela tem um caso, forte... Que vai fortalecer ainda mais vocês. Esse homem acabou com a vida dela da mesma maneira que acabou com a de vocês só que ela não teve justiça.

Eu: Qual o caso dela?

Delegado: Ele foi casado com ela a 18 anos. Ele provocou um acidente de carro e ela perdeu os 3 filhos no acidente. Um era dele e dois eram dela. Ela nunca recebeu justiça por isso mesmo com provas. O condado onde ela morava não fez nada. Se for adicionado ao de vocês, ele fica até morrer na cadeia.

Eu: Que seja feito então. – a gente foi embora sem falar disso.

Nat: Não vai descer?

Eu: Tenho a entrevista no Presbyterian.

Nat: Verdade... Boa sorte ta? Eu te amo.

Eu: Eu te amo. Obrigada. – ela entrou no nosso prédio e fui embora. Cheguei no Presbyterian fui para a sala do chefe de lá, doutor Endrew Mark. Ele era incrível. 

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora