Capítulo 46

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No fim do dia eu tomei banho com a Ivy tomando cuidado com o curativo na cabeça.

Eu: Está gostoso o banho meu amor? – sorri pra ela e ela me abraçou. – Que abraço gostoso meu amor. – era tão bom ter esses momentos com ela. Lembrava tanto meus filhos. A gente saiu do banho, eu coloquei um roupão, a sequei primeiro, coloquei um pijaminha nela, e logo me troquei. A Nat tomou banho de chuveiro antes de nós e foi trabalhar um pouco no escritório dela. Então fui com ela até lá. – Nossa... O cheiro que vem da cozinha...

Nat: Eu não sei o que ela está fazendo, mas deve estar uma delicia. O cheiro está maravilhoso.

Eu: Está... Mas não consegui identificar o que é. – logo ela veio.

Claire: O jantar está pronto. – sorriu. Eu amava ver o sorriso dela.

Eu: Que bom, porque só o cheiro está matando a gente. – fomos para a sala de jantar. Ela já tinha colocado a mesa e a comida na mesa.

Nat: Uau...

Eu: Nossa... Que prato lindo...

Claire: Sentem-se... Me dá Ivy – a colocou no cadeirão. – eu fiz um filé mignon com molho madeira e champignon e uma massa com molho de tomate caseiro, feito por mim. Uma salada assada de queijo bree, tomate cereja, alho, azeite e especiarias. E escolhi um vinho para acompanhar.

Eu: Vinho?

Claire: Pra vocês né, eu tenho 14 anos e a minha irmã tem 1 ano e meio. Pra nós duas eu fiz um suco de laranja.

Eu: Ai... Quase tive um mini infarto. – rimos. A gente se serviu e experimentou primeiro. – Nossa...

Nat: Meu Deus... Está perfeito Claire. Nossa...

Eu: Maravilhoso mesmo. Você cozinha muito bem.

Claire: Obrigada – sorriu. – Eu não quero fazer só o curso de culinária. Quero fazer gastronomia na faculdade. Cozinhar é terapia pra mim. Eu me sinto em outro mundo cozinhando.

Nat: E está de parabéns, você cozinha super bem.

Eu: Isso mesmo. Muito bem. Amanhã vamos ver o curso que quer fazer. – ficamos conversando. A gente tirou a mesa, eu coloquei a louça na lava louças a Nat foi com ela coloca-la na cama, a gente fazia questão disso mesmo ela já tendo 14 anos, era importante ela ter esse cuidado. Ela pegou a pequena também para fazer dormir. Eu limpei a mesa juntei alguns brinquedos que estavam espalhados pela sala e fui checar meu telefone tinha mensagem do hospital, a Louise voltou para a UTI, ela não estava bem. Eu apenas suspirei. Fiz minha higiene e fui deitar. A Natalie logo veio, escovou os dentes, passou os cremes dela e veio pra cama.

Nat: Estavam exaustas. Apagaram. Dei o remedinho da Ivy e ela está dormindo. Estava um pouco incomodada com os pontinhos.

Eu: Tem que passar o remédio pra ela não coçar.

Nat: Eu passei... Agora me diz o que aconteceu quando foi busca-la – eu contei tudo a ela. – Amor... Elas são nossas, elas já são nossas.

Eu: Sim. Não vamos ficar sem elas, vamos entrar com o pedido. Mas vamos procurar outra assistente social. Eu vou falar com a mãe delas amanhã no meu plantão. – suspirei. – Ela está piorando. Ela voltou pra UTI.

Nat: Meu Deus... Ela não vai sair dessa né?

Eu: Não amor... Ela não vai. Eu vi o ultimo prontuário dela, foi enviado junto com a mensagem, e as taxas dela estão muito baixas.

Nat: Quanto tempo ela tem?

Eu: Com muita sorte, mais um mês ou dois.

Nat: Meu Deus... – suspirou. – Elas vão precisar muito de nós. A Ivy não entende nada ainda, e talvez isso seja bom, ela não entender. Mas a Claire vai precisar muito da gente.

Eu: Sim. E ela já está muito consciente que isso está próximo. Amanhã vou leva-la para ver o curso depois vou deixa-la no hospital pra ficar com a mãe e quando eu for para o plantão eu a mando pra casa. – a gente conversou bastante e acabou dormindo. Era um misto de sentimentos. Nossa perda, a perda das meninas, era tudo muito pesado pra gente e pra elas.

Eu vou fazer dois plantões, um no dia seguinte e um no fim de semana no lugar da Marise, porque ela me deu uma força enorme nos dias que fiquei ausente. Eu não estava bem a alguns dias, estava bem cansada, enjoada com os remédios, tendo muita dor de cabeça também. Acordei quase na hora de ir buscar a Claire. Eu tomei banho, me troquei fui busca-la, fomos pra casa, ela tomou banho, a gente almoçou e fomos ver o curso de culinária. Era numa escola de uma brasileira ali no central park mesmo. O curso tinha varias modalidades e ela ia entrar no de 14 a 17 anos. A turma abriria dia 1 de setembro em duas semanas. Ela deu uma lista do que precisaria comprar e a Claire estava muito animada com tudo e ainda fez uma aula experimental. A professora elogiou a técnica dela que já era bem avançada pra idade dela. A deixei no hospital e fui pra casa, eu precisava dormir mais um pouco. Dormi até as 16 horas, tomei um banho rápido, me troquei desci tomei um café rapidinho e quando saia a Nat chegava da empresa.

Nat: Já vai?

Eu: Sim.

Nat: Bom trabalho. – me beijou – Te amo.

Eu: Te amo. Qualquer coisa me liga.

Nat: Tá... não fica sem comer tá? E descansa o quanto puder.

Eu: Tá... – entrei no carro e fui para o hospital. Cheguei em 10 minutos peguei um pouco de transito. O hospital era muito perto de casa. Passei meu cartão, me troquei, fui passar visita e deixei a Louise por ultimo. Quando cheguei na UTI a Claire estava lá. O chefe autorizou a permanência da Claire lá, ele sabia do quadro dela então autorizou. As duas estavam conversando e ela estava falando sobre nós.

Claire: É muito cedo pra dizer que eu já amo aquelas duas? – riu e a Louise também.

Louise: Não filha... Não é muito cedo. Elas tem a alma boa, o coração bom. Tem as dores delas e mesmo nas dores delas estão abrindo o coração para amar você e a sua irmã e isso é incrível. Eu estou tão em paz de saber que você e a sua irmã estão com duas mães lindas, maravilhosas que amam as duas como se fossem delas.

Claire: Elas se importam mãe. Elas perguntam do colégio, elas querem saber dos nossos sonhos, das nossas vontades, elas param pra me ouvir. Não que você nunca tenha feito isso, porque você sempre fez isso, mas eu tenho muitas amigas que não tem essa atenção sabe mãe. Que as mães não param para escutar, não dão um bom dia, só enfiam presente e pronto.

Louise: A escuta é mais valiosa que qualquer presente filha. A presença... – eu logo cheguei.

Eu: Boa tarde... Posso entrar?

Louise: Oi minha doutora predileta. – sorriu

Claire: Oi tia Pri – sorriu.

Eu: Oi minha linda – dei um beijo nela. – Está na hora de ir pra casa né? Fazer lição de casa...

Claire: Hoje é sexta tia Pri – resmungou.

Eu: E por isso mesmo. Você faz a lição hoje e tem o final de semana todo para fazer o que você quiser.

Claire: Tá bom.

Eu: Sem rolar os olhos mocinha. Pega um taxi e já pra casa.

Louise: Ouviu né mocinha. Já pra casa.

Claire: Três mães... Onde eu fui me meter – a gente riu. – Te amo mãe – a abraçou.

Louise: Eu também te amo muito. Dá um beijo na sua irmã e diz que a amo muito.

Claire: Tá. Tchau tia Pri te amo – me deu um beijo e eu me surpreendi com o te amo.

Eu: Tchau amor, te amo. Manda mensagem quando chegar em casa. – ela saiu.

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora