Capítulo 48

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Marise: Oi... Bom dia...
Eu: Bom dia.
– sorri.

Marise: Está chegando agora?

Eu: Não, eu cheguei as 17 horas, estava numa cirurgia.

Marise: Grave?

Eu: Um bastão de selfie atravessado na cabeça do rapaz.

Marise: E como isso aconteceu?

Eu: Eu juro que estou curiosa, só sei que tem a ver com briga.

Marise: Meu Deus. – ela ficou tonta e eu a segurei.

Eu: Está tudo bem?

Marise: Sim, foi só uma tontura, eu estou um pouco enjoada. Meu marido falando que eu estou gravida pensa bem que loucura – riu – Eu gravida aos 47 anos.

Eu: Pode acontecer.

Marise: Não fala besteira Priscilla eu já estou nas portas da menopausa.

Eu: Está nas portas, ainda não está na menopausa.

Marise: Complô agora? – colocou as mãos na cintura.

Eu: Vamos ali, fazer um beta rapidinho.

Marise: Não, nada a ver.

Eu: Marise, só para tirar a dúvida. – ela rolou os olhos.

Marise: Duvida sua e do meu marido né, porque não tem a menor chance disso acontecer. Eu já tenho 3 filhos. Dois já são casados, eu vou ser avó em dois meses, meu neto está chegando. Meus três meninos tem 25, 20 e 15 anos. Isso não tem chance.

Eu: Então vamos afastar as possibilidades. – entramos numa sala eu peguei o material coloquei luva e fiz a coleta do material. Coloquei os dados. – Vou pedir urgência e quando ficar pronto eu te aviso.

Marise: Ta bom. Agora eu vou trabalhar. – saiu andando. Fui até o laboratório e pedi urgência. Fui ver a Louise, ela estava bem estava dormindo, fui ver outros pacientes e fui ligar pra Natalie.

Nat: Bom dia amor.

Eu: Bom dia amor, tudo bem?

Nat: Tudo bem e você? Como está tudo ai?

Eu: Tudo bem. A Ivy está com um pouquinho de febre, está coçando dentinho, a gengiva está inchada, está no meu colo aqui na cama. E a Claire está com cólica, já mediquei as duas. Claire está aqui na nossa cama também.

Claire: Eu estou morrendo tia Pri... Eu não passo de hoje – gritou no fundo.

Nat: Dramática que só ela. – riu.

Eu: Meu Deus do céu, quanto drama. – ri. – Precisam de alguma coisa? Quer que eu vá pra casa?

Nat: Não, está tudo bem. Claire não foi pra aula porque estava até vomitando de dor. Estamos aqui de preguiça. Depois do almoço vou trabalhar aqui de casa.

Eu: Eu chego depois das 17 horas tá?

Nat: Ta bom. Te amo.

Eu: Te amo. – desliguei. Quando foi meio dia eu fui almoçar e depois fui pra minha sala.

XX: Doutora, os exames que havia pedido.

Eu: Ah tá, obrigada. Pode chamar a doutora Marise pra mim por favor?

XX: Sim.

Eu: Obrigada. – eu abri o exame e comecei a rir. Depois de meia hora ela veio.

Marise: Mandou me chamar? Estava em cirurgia, acabei de sair – tirou a touca.

Eu: Senta, descansa um pouco. Quer uma água?

Marise: Quero sim, ando com tanta sede. – dei água pra ela. – Ai que delicia – bebeu de uma só vez.

Eu: Seu exame.

Marise: Quebrou a cara né? Eu falei que eu não estava – ela abriu e leu – GRÁVIDA? – gritou. – Não, não, não é possível.

Eu: Claro que é...

Marise: Eu tenho 47 anos Priscilla... – falava indignada e assustada.

Eu: E não fuma, não bebe, faz atividade física, come bem, tem vida sexual ativa, ainda não está na menopausa, e de acordo com o beta, pela quantitativo você deve estar de aproximadamente 14 semanas.

Marise: Meu Deus... Três meses e meio. – ela estava em choque. – Vem comigo. – levantou e eu fui com ela.

Eu: Onde a gente ta indo?

Marise: No andar da ginecologia fazer uma ultra. – eu fui com ela. – Oi, tem algum ginecologista disponível?

XX: Não doutora, estão todos em atendimento.

Marise: Ok. Tem alguma sala de ultrassonografia disponível?

XX: Sim, sala 4.

Marise: Estou indo pra lá.

Eu: Não tem nenhum ginecologista Marise.

Marise: Agora você é... Na sua residência você já deve ter feito parto, ultrassom, vai servir. – entramos na sala eu liguei o aparelho, ela deitou levantou a blusa e eu passei o gel e peguei o transdutor. Fui passando e logo apareceu...

Eu: Olha aqui... Oi bebê...

Marise: Meu Deus Priscilla... Isso é loucura. Está tudo bem com ele?

Eu: Vamos ouvir o coração – coloquei e o som ecoou pela sala e ela caiu no choro.

Marise: Que loucura – ria e chorava. – Eu vou ser avó e vou ser mãe de novo.

Eu: Já dá pra ver o que é, quer que eu conte?

Marise: Não... Eu quero fazer uma festa, um chá revelação. Pode cuidar da surpresa?

Eu: Claro. Está tudo bem com o bebê, mas fale com sua obstetra pra garantir, faça os exames necessários também.

Marise: O Paul vai ficar maluco – ria e chorava. Eu imprimi as imagens deixando a do sexo de fora, e dei a ela. Logo chegou uma obstetra e conversou com ela e ela estava de três meses e meio mesmo. Me deu um negocio por dentro, eu queria ter outro filho, e a Natalie também. Era hora de retomar os planos de engravidar. Eu trabalhei até as 17 horas e antes de sair fui ver com a Marise o estado da Louise.

Eu: E ai?

Marise: Pri, eu acho que um mês vai ser muito pra ela. Ela está cada vez pior. Vou fazer uma transfusão agora pra ver se ajuda, mas ela não está bem.

Eu: Eu preciso preparar a Claire.

Marise: Precisa. – suspirou. – Ela disse que o advogado vem amanhã cedo, pediu pra você vir assinar, junto com a sua esposa.

Eu:Estaremos aqui. – eu fui embora. 

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora