Capítulo 71

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Jonny: Você é maluca. – falou sério e assustado.

Eu: Boa noite pra você também. Como vai? Eu estou bem eu acho. Apesar da loucura do dia de hoje.

Jonny: Toma... Seu cheque...

Eu: Não é meu... Eu dei a você. Eu quero um hambúrguer com bastante bacon e batata frita. E aquele suco de laranja também. Não posso demorar tenho hora pra voltar.

Jonny: Quem você matou? – me encarou.

Eu: Eu já matei algumas pessoas, mas eu juro que nunca foi por querer. – não estava entendendo ele.

Jonny: Você é matadora de aluguel?

Eu: O que te fez pensar que eu seria matadora de aluguel? Pede meu sanduiche eu tenho hora pra voltar, e pede caprichado que eu estou morta de fome – ele foi pedir e voltou. Puxou um banco e sentou de frente pra mim.

Jonny: Escuta aqui... Isso aqui é um cheque de 40 mil dólares. 40 mil dólares você compra um carro da Tesla por exemplo.

Eu: Você quer um carro da Tesla? Não era pra pagar uma divida? – o encarei.

Jonny: Você está me confundindo.

Eu: Você que está surtando atoa. Porque não pode aceitar? Pode descontar, eu te garanto que tem fundo.

Jonny: Quem você matou? Faz parte de uma máfia?

Eu: Já ouviu falar da máfia do bisturi?

Jonny: Máfia do Bisturi? O que é isso? Uma máfia que rouba órgãos?

Eu: Que abre a cabeça das pessoas. Mexem no cérebro delas.

Jonny: Meu Deus, quem é você? Eu vou chamar a policia. – pegou o celular e eu tomei da mão dele.

Eu: Eu sou médica seu idiota... Eu tenho cara de mafiosa?

Jonny: Não, mas tem cara de doida. E me assustou agora.

Eu: Você que me assustou com esse surto.

Jonny: Que médica você é? Não ganha tão bem assim pra dispor de 40 mil.

Eu: Obrigada pela parte que me toca. Você é a segunda pessoa que me subestima como médica sabia? Você não está preparado para saber quanto eu tenho na minha conta, mas isso ai é menos da metade do que eu ganho por mês de salário. E a minha esposa ganha mais que eu.

Jonny: O que ela faz? É Deus?

Eu: Ela trabalha pra United Airlines. Ela é CEO da empresa. Eu sou médica, neurocirurgiã e chefe da neurologia do Presbyterian Columbia-Cornell.

Jonny: Porque me deu 40 mil?

Eu: Pra pagar sua dívida Jonny. Você não está precisando? – falei calma.

Jonny: Sim. Mas você nem me conhece.

Eu: Conheci ontem e gostei de você, gostei do seu bar, e estou aqui ansiosa esperando meu sanduiche. Dirigi 15 minutos na neve pra vir aqui.

Jonny: Ontem você demorou meia hora – me olhou confuso.

Eu: Ontem eu estava vindo do Brooklyn. Do cemitério do Brooklyn. O hospital que eu trabalho como sabe fica a 15 minutos daqui e eu moro a 20 minutos daqui no Upper East Side.

Jonny: Quem morreu?

Eu: Meus filhos...

Jonny: No plural?

Eu: É... Lucca e Leo, eles tinha 7 e 5 anos.

Jonny: Aquele caso da babá e do bandido... São seus filhos?

Eu: Sim... São... O julgamento foi adiado e eu fiquei muito mal e com raiva. Eu passei horas debaixo da neve no cemitério ontem e vim parar aqui. Ouvi sua historia, gostei do seu bar, do seu sanduiche e de você. E te dei os 40 mil dólares. Pode pagar sua dívida. E não precisa me pagar de volta. É um presente... 

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora