Capítulo 93

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Uma semana depois fizemos o ensaio newborn dela e um ensaio de família e ficou lindo. O primeiro mês da Vicky foi um grande desafio. A Ivy depois de alguns dias desenvolveu um ciúme terrível da irmã e até adoeceu por isso. Decidimos coloca-la na escolinha pra ela socializar mais, brincar com outras crianças e por incrível que pareça ela aceitou bem ir para a escola. Ela ficaria só no período da tarde e era uma escola na rua de trás do nosso prédio. Eu fazia questão de arrumá-la para a escola, almoçar com ela, leva-la e busca-la. E quando a Pri estava de folga ela quem fazia isso. A Claire foi para o colégio novo e estava adorando. Fez novos amigos, o curso de culinária segue firme e forte e ela cada vez mais empolgada. Ela quer fazer administração porque quer tocar os negócios dos pais dela, mas também quer fazer gastronomia como um hobby mesmo. A gente dava a maior força pra ela. A Vicky é a calmaria em forma de bebê. Meu sogro ficou 20 dias com a gente e minha sogra ficou dois meses. Meus pais vinham toda semana, ficaram mais próximos de nós depois da Priscilla e minha mãe terem se desentendido por causa da ausência e frieza deles em nunca estarem presentes. O incomodo da Pri era que na cabeça dela, meus pais não aceitavam a adoção das meninas o que era só paranoia dela mesmo. Valentina, Luiza e nós duas nos reaproximamos. Luiza precisou ser internada 15 dias, ela estava muito mal. A mãe e a irmã dela vieram para os EUA ficar com ela, ajudar no que precisasse e agora ela está bem melhor. O meu aniversário logo chegou, a Vicky estava com 5 meses e linda demais. Já estava muito frio e a neve começou a cair mais cedo. O natal vai ser na nossa casa, meus sogros virão, meu cunhado e minha cunhada, a avó da Pri e os tios dela. Meus pais estarão no Brasil, minha irmã e meu irmão também. A Vicky é muito pequena para tantas horas de voo e uma mudança climática tão intensa. Montamos nossa árvore, eu e a Pri saímos para comprar algumas coisas juntas, e outras pedimos pela internet como sempre. Estávamos em casa quando ouvimos um barulho muito forte vindo da rua. Parecia uma explosão. Claire saiu do quarto dela gritando era dia 20 de dezembro...

Claire: MÃÃÃE... MÃÃÃEE...

Eu: O que foi filha? Que barulho foi esse?

Claire: O predinho da confeitaria do outro lado da rua caiu. Eu vi da janela do meu quarto mãe... – chorava e tremia. A Priscilla foi ver pela janela do meu escritório.

Pri: Meu Deus... – voltou correndo. – Claire, sobe e veja se as janelas estão fechadas na trava e puxa a porta que sobe para o terraço e tranca, rápido. – ela subiu correndo – Jenny fecha a janela da lavanderia e o vitrô do banheiro dos fundos. – ela foi fechando tudo que estava aberto na trava.

Eu: O que está acontecendo Priscilla?

Pri: Vazamento de gás. Pode explodir e todos os prédios podem sentir. Nosso vidro é blindado e a prova de furacões, mas a gente pode sentir os efeitos do cheiro do gás e de objetos quebrando dentro de casa. – desligava a central do ar condicionado. – Amor, pega seu telefone e manda um áudio avisando a todos. É vazamento de gás, fechem frestas, janelas, portas, tudo nas travas, e desliguem a central de ar condicionado. – peguei o meu celular e mandei um áudio no grupo do prédio onde tinha todos os moradores e funcionários do prédio.

Jenny: Mas será que é gás mesmo dona Priscilla?

Pri: Tenho certeza Jenny... Pelo sol batendo na fumaça dos escombros como se algo vazasse e já tem duas semanas que a gente passa por ali e sente cheiro de gás, inclusive foi falado disso no grupo do prédio que aquele ponto da rua tem um cheiro forte de gás. Essa tubulação está vazando faz tempo. Hoje não está caindo neve, a rua está limpa o sol está brilhando lá fora, dá pra ver nitidamente que tem gás vazando. – ligamos a TV e logo já era noticia. Na rua tinha ambulâncias, corpo de bombeiros, até helicóptero sobrevoando o local. A tubulação de gás da confeitaria explodiu, matando nove pessoas, todos funcionários da confeitaria e deixando 40 feridas. Dentre pessoas que estavam trabalhando atendendo mesas, quanto quem estava lá tomando café, pedestres e os dois andares acima era salas comerciais de contadores, de advogados, de massagistas, de imobiliária. Logo a Pri foi chamada para o hospital para ajudar a atender.

Eu: Toma cuidado tá?

Pri: Fica tranquila. – ela foi trabalhar. Foi um dia muito triste ali na redondeza. Nosso natal foi o mais feliz depois da perda dos nossos filhos. A gente sentia o coração mais leve, a Claire estava bem, não estava mais tendo crises de pânico e nem de ansiedade desde que mudou de colégio. A Ivy estava falando pelos cotovelos e amando a escolinha e os novos amiguinhos, a Vicky a cada dia mais linda. Eu e a Pri voltamos a ser um casal que janta fora, almoça sozinha as vezes em algum lugar diferente. Voltamos a ir aos eventos chiques dos hospitais e da empresa que eu trabalho também. Pri quer engravidar e estávamos planejando bem isso. Vamos esperar a Vicky crescer mais um pouco e a pesquisa da Pri avançar. Ela está estudando sobre a degeneração da ELA uma busca por uma medicação que retarde o máximo possível a degeneração e dê uma qualidade de vida melhor aos pacientes. 

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora