Capítulo 22

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Já eram 21 horas quando os médicos chamaram os pais. O chefe explicou a eles e eles ficaram loucos... eu tive que intervir. Eu sentei com os dois sozinha e expliquei com calma e em voz baixa sobre tudo. – E é isso senhor e senhora Luckesi. – suspirei – É um momento muito difícil, que o chefe não sabia que aconteceria, que nenhum outro neurologista previa. Mas aconteceu infelizmente com o filho de vocês. E vocês tem direito de tomar qualquer decisão legal a respeito que o hospital está do lado de vocês. Eu fui contratada hoje para ser chefe da neurologia. Eu era chefe do Mount Sinai. Eu vi tudo que aconteceu e eu intervi durante a cirurgia e ela não me ouviu no momento que eu precisava que ela me ouvisse. Ela só agiu depois de muito tempo como já foi explicado. Eu posso tentar resolver, mas é só uma tentativa, porque o dano foi grande.

XX: É melhor que esperar pra ver e não fazer nada. Ou ele morre ou ele morre, não tem saída – o pai falou nervoso.

Eu: Sim... É isso... É horrível dizer isso, mas é bem isso mesmo.

XXX: A senhora é mãe? – a mulher perguntou e eu respirei fundo.

Eu: Eu fui mãe por 7 anos de duas crianças lindas. Lucca tinha 7 anos e o Leo tinha 5.

XXX: A senhora é a mãe das crianças daquele assalto que o homem ateou fogo na casa com as crianças dentro no Brooklyn não é? Desculpa perguntar.

Eu: Sim eu sou. Minha esposa e eu moramos em Manhattan agora.

XXX: Sinto muito pelo que aconteceu. É horrível ter alguém tão precioso tirado de nós.

Eu: É... É muito ruim mesmo. Nossa vida não voltou ao normal e nunca mais vai ser normal ou como antes... Dói e dói muito. Eu como médica expus a realidade aqui a vocês dois. Eu vou usar todo o meu conhecimento para tentar reverter o quadro do filho de vocês e como mãe, eu vou orar por vocês e torcer muito pra tudo dar certo.

XX: Opera doutora... O mal já foi feito. Vamos tentar contornar de alguma forma. Nosso filho nós já praticamente perdemos – o pai chorou e eu o abracei.

Eu: Vamos rezar por ele, vamos fazer tudo. Eu vou reunir uma equipe e vamos tentar resolver. – fui para o laboratório com mais dois neurologistas. – Os exames dele estão bons para que ele volte para a cirurgia. Mas não sei se ele volta...

George: O corte dela foi irregular, talvez isso esteja causando a perda neural dele.

Eu: É, eu também espero que seja isso.

Marise: Será que se refizermos todo o percurso, a gente não consegue reparar o máximo possível?

Eu: É o que eu pensei Marise... – suspirei – É nossa melhor alternativa e é melhor que nada.

Marise: É... Então vamos operar que horas?

Eu: Três da manhã... Temos que dar tempo pra ele por causa da ultima anestesia.

Marise: Ok... as 3 da manhã na sala 7.

Eu: Ok. Vejo vocês lá. Preciso ir em casa e volto. – eu fui pra casa a Nat estava me ligando.

Nat: Amor onde você está?

Eu: No elevador de casa.

Nat: Ah tá... – desligou. E eu sai do elevador e entrei em casa.

Eu: Que grossa, desligou na minha cara – ri e ela riu.

Nat: Você estava aqui no elevador sua dramática. – veio me beijar. – Por que demorou tanto?

Eu: Ih amor... Uma coisa muito séria. Vamos subir, eu tomo banho e vou te contando.

Nat: Tomo banho com você eu não tomei ainda. Você jantou?

Eu: Não, e eu estou morrendo de fome e tenho que voltar ao hospital.

Nat: Então vou pedir algo pra gente comer enquanto a gente toma banho – ela pediu nosso jantar ia chegar em 40 minutos e fomos tomar banho. Eu contei tudo a ela que eu aceitei a proposta de trabalho e assinei tudo já e contei da criança. – Amor, que irresponsabilidade. Os pais dessa criança vão processar o hospital com certeza né?

Eu: O hospital amor... Sinceramente não acredito. Mas a médica eu tenho certeza que sim. O hospital jogou a responsabilidade em cima dela e de fato foi culpa totalmente dela. O hospital está dando todo respaldo a eles, todo apoio aos pais inclusive, eles deixaram claro que se quiserem processar o hospital o hospital não vai se opor, e caso decidam não fazer isso contra o hospital, terão todo o apoio necessário com a criança e com o processo contra a médica.

Nat: Nossa que pesado.

Eu: Muito. As 3 da manhã vamos operar de novo.

Nat: Se não operar ele morre ou vira um vegetal e se operar também, então antes arriscar do que esperar.

Eu: É... – saímos do banho, eu me troquei de novo e desci com ela, a comida chegou e ela desceu pra buscar. Meu celular tinha inúmeras mensagens da Diorio dizendo que não podia me perder, que o Mount Sinai perderia muito sem a chefe de neurologia. Pois eles que se danem. Eu jantei com a Nat e dormi um pouco. Acordei por volta de duas horas escovei os dentes me troquei e dei um beijo na Nat. – Amor?

Nat: Hum? Que horas são?

Eu: 2:20. Estou indo tá?

Nat: Tá bom. Vai com cuidado tá. Te amo.

Eu: Te amo. - A beijei e sai. Cheguei no hospital em cinco minutos, era bem perto de casa. 

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora