NATALIE NARRANDO...
Acabou... Depois de dois longos dias, acabou... Condenados e presos. Foram depois da perda dos meus filhos, os piores dias da minha vida. Falamos com as pessoas na porta que estavam ali nos acompanhando a tanto tempo, eles organizaram um culto ecumênico para os meninos. Eu era tão grata a eles, que eu não tinha palavras. Eu cheguei em casa a gente tomou um café da tarde que a Jenny preparou pra gente e logo meus pais, meus irmãos foram embora. Eu fui para o quarto peguei as caixas dos meus filhos e fiquei mexendo nas coisinhas deles. Ainda tinha aquele cheirinho bom deles, eu sentia tanta saudade. A justiça foi feita, mas meu colo estava vazio, meus braços estavam vazios. Doía demais. A Pri subiu em seguida, falamos das nossas dores e da cura que precisávamos começar nas nossas vidas. Ressignificar nossas dores. Abraçamos o máximo possível de pessoas ali presentes. Tinham muitos balões, muitas flores brancas. Logo o culto começou regido pelo padre e pelo pastor Calton e sem dúvida foi uma das cerimonias mais lindas que eu já na minha vida.
Padre: E para encerrar, aqui com nosso amigo pastor Calton, que a dor ela vai seguir no coração de todas as pessoas da família, nos amigos, nessas pessoas que sensibilizaram e se indignaram com tudo isso. Principalmente no coração das mães desses dois anjinhos de Deus. Priscilla e Natalie, agora é o momento de ressignificar as lembranças de Lucca e Leo, entregar nos pés de Jesus a dor, a saudade, a angustia dos dias que se seguem. Encerrou-se um ciclo onde a justiça dos homens foi feita. Agora vamos caminhar para que Jesus cure, liberte, alivie...
Pastor: Só o Senhor pode pegar nosso coração e curar, limpar, curar. E esse é o momento de ressignificar de entregar pra Jesus o Lucca e o Leo que estão agora ao lado de Deus Pai todo Poderoso. As mães, duas pessoas tão especiais para nossa comunidade, que tem tanto amor pelo próximo, tanta compaixão, pedimos que Jesus as peguem no colo toda vez que a dor invadir a alma e dê o refrigério que precisam, o alento. – o culto foi encerrado e os balões distribuídos. Passaram a palavra para nos depois que os organizadores leram uma mensagem.
Eu: Lucca e Leo, a mamãe Nat e a mamãe Pri ama muito você dois. A gente sabe que vocês vieram nos visitar essa noite porque tivemos o mesmo sonho e depois sentimos paz no nosso coração. As mamães amam muito vocês dois e vai amar para sempre. Vocês dois estarão sempre em nossos corações, em nossas orações, nas nossas lembranças mais felizes. Fiquem em paz meus amores.
Pri: As mamães vão ama-los para todo o sempre... A gente vai ficar bem, e sabemos que agora vocês estão bem, estão livres... Voem meus filhos...
XX: VIVA A VIDA DE LUCCA E LEO...
Todos: VIVA A VIDA DE LUCCA E LEO... – soltamos os balões. A Pri me abraçou forte. Ficamos mais um pouco ali recebendo o carinho daquelas pessoas e logo fomos pra casa. A minha barriga de quase nove meses não me permitia mais fazer muitas coisas, como por exemplo brincar no chão com a Ivy, dar banho nela e trocá-la. Isso me frustrava, mas eu não podia mais fazer isso. Comecei a nota-la um pouco mais carente, mas grudada em mim. Eu chegava da empresa e ela me via e começava a chorar, me abraçava. No dia 28 de maio cheguei da empresa era sexta feira e a Ivy estava chorando muito no colo da Claire.
Claire: A mamãe chegou Ivy... A mamãe chegou.
Ivy: Mamãe... – ela levantou e veio até mim. Eu fiz um esforço e a peguei no colo.
Eu: Oi princesa... A mamãe está aqui amorzinho. – ela agarrou a mim, veio escalando minhas pernas e chorando tanto que eu comecei a chorar também de tão assustada que eu estava. Minha filha estava sentindo isso, de não ter tanto contato comigo como antes. Eu fiquei com ela até ela dormir. A ninei, a beijei, fiz massagem nos pezinhos dela, fiz carinho nela. A Pri chegou de um plantão e eu estava chorando.
Pri: Oi amor... Estou exausta, acredita que eu fiquei 14 horas numa cirurgia e o paciente morreu? – me olhou – Amor? O que foi? Porque você está chorando? – sentou do meu lado.
Eu: A Ivy hoje chorou tanto quando eu cheguei Pri.
Pri: Porque?
Eu: Porque ela me queria. Ela está sentindo minha falta. Eu não dou banho nela mais, eu não a pego no colo do mesmo jeito. Eu cheguei e ela correu agarrando minhas pernas escalando minhas pernas, começou a chorar.
Pri: Amor, você não pode pegá-la por causa da barriga, não pode fazer tanto esforço nesse finalzinho. Você não deveria nem tá indo na empresa.
Eu: Eu sei... Hoje foi o ultimo dia, precisava resolver algumas questões antes de ficar 100% home office.
Pri: Quando o bebê nascer eu vou ficar um mês em casa, já acertei com o chefe. Vou te ajudar com o bebê e com as meninas. – me deu um beijo. – Quer que eu faça alguma coisa pra você parar de chorar?
Eu: Quero...
Pri: O que?
Eu: Eu quero ir no salão, dar um jeito no meu cabelo, nas unhas que estão horríveis e depilar porque eu estou parecendo uma macaca. – eu dei risada e ela riu também.
Pri: Tá bom amor... Eu vou tentar marcar um horário pra amanhã naquele salão que a gente ama e vamos dar uma repaginada, eu e você, o que acha?
Eu: Adorei. – ela me deu um beijo na testa. – Te amo. Obrigada por essa esposa linda e maravilhosa.
Pri: Eu te amo. Estou aqui sempre por você, pelas nossas filhas, pelo nosso bebê que eu não vejo a hora de ver a carinha dele. – passou a mão na minha barriga. Agora preciso tomar um banho eu estou bem cansada.
Eu: Já comeu?
Pri: Já, eu fiz um lanche lá no hospital antesde sair senão eu ia desmaiar no volante. – ela foi tomar banho, logo deitou comigo mecontando do dia caótico dela.
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PARTES DE NÓS
FanfictionMeu nome é Natalie Kate Smith Pugliese, tenho 35 anos sou empresária, CEO da United em Nova York. Hoje moro num tríplex no Upper East Side em Manhattan, acabei de me mudar com a minha esposa. Sou casada a 12 anos com Priscilla Álvares Pugliese, ela...