Capítulo 100

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NATALIE NARRANDO...

O que a Priscilla mais suspeitava estava acontecendo. A Claire estava sofrendo nas mãos do namorado e tudo era muito pior do que imaginávamos. Nossa filha foi violentamente espancada pelo namorado e quando ela acordou do coma induzido ela quis imediatamente falar com a delegada. Priscilla e eu não saímos de perto dela, e a delegada ouvia atentamente enquanto outra moça digitava tudo que ela dizia. Era absurdo demais e o que mais nos chocou além de toda essa barbárie contra nossa filha foi descobrir quem era o Steve.

Delegada: Claire... O Steve, você o conhece de algum lugar para ele colocar o sobrinho dele atrás de você, te conquistar e arrancar mais de 1 milhão de dólares de você? – ela hesitou um pouco.

Eu: Filha, precisa falar tudo que sabe, para o seu bem meu amor.

Delegada: É muito importante Claire, porque nós sabemos que está faltando uma peça nesse quebra cabeças.

Claire: Sim. O Steve ele é meu tio. – Priscilla olhou pra ela e se aproximou.

Pri: Como assim seu tio?

Delegada: Dona Priscilla, por favor... – a gente não podia fazer perguntas, só encorajar. – Você disse que ele é seu tio?

Claire: Sim. Ele é casado com a irmã da minha mãe, Leonor... – Priscilla me olhou e saiu do quarto nervosa.

Delegada: Querida desculpa tocar nesse assunto, mas é importante... Você tem contato com a sua tia desde que sua mãe faleceu?

Claire: Ela é um monstro. Minha mãe assinou a guarda pra Priscilla e a Natalie, antes que ela entrasse no meio. Minha irmã e eu estaríamos vivendo a pão e água agora se estivéssemos com ela. E quando a mamãe faleceu, a primeira coisa que ela quis saber foi sobre o testamento e a minha mãe não deixou nada pra ela. A gente nunca foi uma família. Ela sempre foi a tia classe média que não aceitava o fracasso da vida dela por culpa da arrogância dela e nem que o marido contador ganhasse tão mal.

Nat: Ela disse que ia contestar o testamento, mas ela não fez isso e nunca mais a vimos ou ouvimos falar dela. Nem sabíamos o nome do marido dela.

Claire: Eu soube que o Fred era sobrinho do Steve porque vi uma foto na casa da avó dele e tinha uma foto da minha tia com meus primos. Eles se mudaram pra Geórgia pelo que soube. O Fred me pedia dinheiro para ajudar a família, dizia que estavam perdendo a casa, o pequeno negocio que tinham, que iam perder a guarda dos filhos e eu dava o dinheiro porque ele dizia que eu tinha muito e não ia me fazer falta. E quando eu percebi que isso não ia mais ter fim eu disse que não poderia mais ajudar e ele me agrediu pela primeira vez e isso foi no Brasil. Ele me deu um tapa na cara e depois se desculpou e a gente vivia discutindo depois disso e no bar do tio Jonny ele ficou ainda mais nervoso porque eu o vi pegando meu cartão escondido e eu tomei da mão dele e a gente discutiu feio, ele foi racista com o tio Jonny eu fiquei furiosa e fui embora. Ele me jogou no carro e parou num beco escuro e começou a me bater. Ele queria me matar disse que eu não tinha mais serventia. – chorava. Meu coração estava em pedaços de ver minha filha daquele jeito. Depois de um tempo a Claire leu o depoimento dela de 5 paginas e fez a assinatura digital. Eu e a Priscilla assinamos como testemunhas.

Vanessa: Claire, quero que saiba que a gente está fazendo tudo para que ele não receba habeas corpus e nem o Steve. A gente vai fazer justiça. E qualquer coisa que você precisar você pode me ligar ok? Suas mães tem meu celular.

Claire: Obrigada... Muito obrigada.

Vanessa: De nada querida. – eu fui com ela até a porta. – Agora vamos fechar o caso e entrar na justiça. Essa menina precisa ser cercada de amor, atenção e carinho agora. Se que é uma grande empresária, sua esposa uma grande médica, mas agora precisam ser só as mães da Claire. – secou a lágrima que caia.

Eu: Vamos fazer isso mais que nunca... Obrigada por tudo – a abracei e ela foi embora.

Pri: Eu liguei para o Robert e ele vai fazer a representação da Claire. Vamos reaver o dinheiro extorquido e entrar com um processo também. – a Pri estava com aquela cara dela, sem emoção, sem expressão. Eu tinha medo disso, do que ela podia estar planejando. – Eu já falei com o chefe, eu vou pegar uma licença pra cuidar dela.

Nat: A gente reveza aqui no hospital um dia eu durmo outro você dorme, pra não deixarmos as meninas sozinhas todas as noites.

Eu: A gente vê isso tá. – me deu um beijo na testa. Claire ainda estava agitada, chamei o chefe, ele fez uma medicação, ela ia dormir por algumas horas. – Doutor quando ela vai pra casa?

Endrew: Ela vai ficar aqui na Semi intensiva mais 24 horas depois vai para o quarto, acredito que ela vai ficar por uma semana. Uma fisioterapeuta já vai coloca-la de pé amanhã, pra recuperar o equilíbrio dela. – me explicou e saiu.

Pri: Vamos tomar um café?

Eu: Vamos. – fomos a cafeteria. – Amor, o que está pensando?

Pri: Em dar uma surra na Leonor.

Eu: Priscilla. – falei em tom de repreensão.

Pri: Você não vai vir com a conversa de que ela pode não ter nada a ver com isso né? É obvio que aquele banana do marido dela foi só um laranja nessa história Natalie isso tudo é coisa daquela vagabunda da Leonor. – falou com raiva.

Eu: Priscilla, vamos ser mães e cuidar da nossa filha. A justiça vai fazer a parte dela. Você tem um nome, uma carreira a zelar, não vai pra cadeia por causa dessa mulher. – ela não respondeu. Nossa filha tinha pesadelos, o ansiolítico foi receitado e um remédio para dormir também. Ela ficou 10 dias no hospital, fazendo sessões de fisioterapia, fazendo terapia também, e logo voltou para casa. Ela sentia muita dor, os remédios para dor, a Priscilla aplicava na veia dela quando fomos pra casa. Eu sentia uma dor absurda de ver minha filha daquele jeito. Priscilla andava quieta e isso era sinal que ela estava aprontando. O Steve foi transferido para Nova York. E a esposa dele veio junto porque ela foi indiciada a pedido do doutor Robert. Quando chegamos na delegacia para acareação o casal estava lá, junto com o Fred e os pais dele que estavam muito envergonhados porque não sabiam disso. Quando meus olhos caíram sobre a Leonor e os dela caíram sobre a Priscilla deu pra sentir o pavor dela. 

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E a cachorra da Leonor estava por trás né... Parabéns para quem acertou nos chutes. Parabéns Erlania, a 3 anos desvendando todos os meus mistérios antes de todo mundo... que ódio kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk brincadeira. 

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora