Capítulo 96

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XX: Mulher, 18 anos, provavelmente espancada. Foi encontrada inconsciente num beco a duas quadras daqui. Sem sinais de violência sexual, mas ela foi muito agredida. Não encontramos documentos com ela. Ela está hipotensa pressão 9/5, está inconsciente. - Colocava um avental e luvas para atender até que ouvi a Marise falar.

Marise: Meu Deus, meu Deus...Não chama a Priscilla. – quando a maca foi empurrada mais para dentro eu tive a visão que fez meu corpo todo doer.

Eu: É a minha filha... Claire, é a minha filha – corri pra perto dela.

Endrew: Priscilla, fica calma.

Eu: É a minha filha... – falava desesperada.

Endrew: Nós sabemos e vamos cuidar dela. Agora você é mãe, não é médica. – meu celular tocou era a Natalie.

Eu: Oi? Oi Natalie?

Nat: Ela ainda não chegou. Eu te liguei inúmeras vezes e você não atendeu.

Eu: Ela está aqui... Ela acabou de dar entrada. Ela foi espancada Natalie. Está inconsciente.

Nat: Não... Não... Como ela está? – começou a chorar.

Eu: Não sei... Ela acabou de chegar.

Nat: Eu vou pedir para a dona Lucy ou a Liene para vir pra cá agora e vou até ai.

Eu: Tá... – desliguei. Ela foi levada para um sala de trauma, e quando vi o corpo dela todo roxo eu coloquei as mãos na boca. Ela era examinada, radiografias eram feitas, ela estava com um braço quebrado, com uma luxação num dos pés. Seu rosto todo estava machucado.

XX: Ela parou... – fizeram RCP nela, meu coração batia forte. Ela voltou rápido.

Residente: Faz um antibiótico nela e um anestésico, ela está com sangue livre na cavidade torácica.

Eu: Não... Antibiótico não. Se ela tiver consumido algo, se ela tiver sido violentada, o antibiótico vai apagar qualquer prova. Estabiliza ela, e faz um corpo de delito rápido.

Residente: Não temos autorização doutora.

Endrew: Temos sim. Ela é a mãe da menina. – eles a estabilizaram fizeram todos os exames de corpo de delito, colheram as digitais no corpo dela também que eu pedi muito para não deixarem esse detalhe passar e a polícia já tinha chegado e já ia começar as buscas pelas digitais no corpo dela, do agressor. Logo fizeram as medicações nela e a levaram para a cirurgia.

Marise: Ela aparentemente não tem nada no cérebro. A inconsciência é pela agressão, ela apanhou feio. Deve ser de dor. Ela tem um braço quebrado, o nariz também parece quebrado, algumas costelas. Priscilla, já colhemos e entregamos à polícia as digitais, agora é esperar. Pelo banco de dados da polícia, se a pessoa tiver habilitação ou passagem pela policia, vai ser encontrada.. Ela estava estranha como você disse... Ninguém estava com ela, pode ser o namorado dela.

Eu: Eu sei...

Marise: Eu vou entrar na cirurgia, vou acompanhar de perto. O chefe vai operá-la. Já avisou a Natalie?

Eu: Já sim. Ela está vindo pra cá. – deixei cair uma lágrima. – Faz o que for preciso Marise.

Marise: Tudo bem. Eu venho dar notícias, fica calma.

Eu: Tá. – ela saiu. Logo uma das enfermeiras veio.

XX: Doutora, toma isso, vai te ajudar. É levinho é só pra controlar. A senhora está tremendo muito e está ofegante.

Eu: Obrigada. – tomei e me sentei na sala de espera mais reservada. Logo a Natalie chegou.

Nat: Como ela está? Cadê minha filha? Eu quero vê-la. – estava desesperada.

Eu: Amor, ela está na cirurgia. O chefe está operando, a Marise entrou com ela, a gente tem que esperar – expliquei tudo pra ela. Pedi a enfermeira um calmante pra ela. Logo meus sogros apareceram por lá, a minha cunhada com o marido dela também. Depois de duas horas meu telefone disparou.

Nat: O que foi?

Eu: Emergência. Outro neuro atende. – dois minutos depois tocou de novo. – Por favor – me levantei e fui até o balcão da sala de espera. – Eu estou esperando a cirurgia da minha filha, não posso atender ninguém agora.

XX: Um momento doutora. – pegou o telefone e ligou na emergência. – A doutora Pugliese está com a filha na cirurgia, ela não pode atender ninguém e a doutora Marise está em cirurgia também. Sim... Entendi... Doutora, uma criança de três anos deu entrada e não reage. Parece um derrame, não tem neurologista disponível, por isso estão te chamando. Estão perguntando se pode abrir uma exceção senão vão tentar transferência.

Eu: Tá bom eu desço.

XX: Ela vai descer... Sim eu aviso. – desligou – Emergência pediátrica sala 6.

Eu: Obrigada. – peguei meu jaleco e vesti.

Nat: Onde vai?

Eu: Atender... É uma criança de três anos não tem neuro disponível.

Nat: Tá bom. – dei um beijo na testa dela e sai rapidamente.

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora