Capítulo 57

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Paty: O que ela tem? O que foi?

Eu: Eu fui busca-la na escola, ela estava com falta de ar, fiz duas inalações nela com a bombinha, e ela agora não consegue respirar.

Paty: Cadê a bombinha? Faz mais uma inalação nela.

Pri: Não... Não vai adiantar. – apareceu na porta, ela tinha acabado de chegar. - Pega a minha maleta ali em cima do sofá.

Roberto: A ambulância chega em três minutos, já liberei o acesso na portaria do prédio.

Eu: Fica comigo tá? Não apaga, fica comigo... – a Pri auscultou o coração dela. – Precisa ficar acordada, por favor...

Eu: O que ela tem?

Pri: É o coração dela. Ela tem um sopro enorme pelo que eu auscultei. – a ambulância chegou expliquei a eles e desci com eles, a a Pri desceu e foi de carro. Eu não soltava a mão dela. Meu coração batia forte. Ela estava no oxigênio e estava no máximo. Chegamos ao hospital ela foi direto para a cardiologia, eu assinei os papeis e o chefe veio.

Endrew: Priscilla... Natalie

Eu: Cuida dela, pelo amor de Deus. – já chorava.

Pri: É o coração, ela está com um sopro, eu auscultei. A Natalie fez duas inalações com a bombinha de asma dela e ela melhorou por alguns minutos depois ela ficou roxa e caiu no chão.

Endrew: Calma, eu vou entrar lá e vou cuidar dela. Você sobe e fica lá na recepção da cardiologia e fica calma. – Priscilla e eu subimos pra lá e nos sentamos. Depois de uma hora ele veio.

Eu: E ai?

Endrew: Ela tem um sopro no coração considerável. A gente vai trocar as medicações dela e ela vai ficar bem.

Eu: Não é melhor operar?

Pri: Amor, no caso dela, é melhor tentar a medicação primeiro. Uma cirurgia cardíaca numa menina de 14 anos é muito séria, a limitaria em muitas coisas. É tratável com medicação, vão tentar por esse caminho primeiro. Estou certa chefe?

Endrew: Sim doutora. Ela está no oxigênio agora, estamos ajudando os pulmões dela a se recuperarem disso tudo, a oxigenação dela já está subindo, e ela logo vai pra casa. Podem ficar com ela. – fomos para a observação que ela estava.

Claire: Eu quero ir pra casa.

Eu: Daqui a pouco a gente vai tá, fica tranquila. – dei um beijo na testa dela.

Pri: Quer alguma coisa?

Claire: Não. Só ir pra casa. – suspirou. Eu desci a grade da cama e deitei com ela. A Pri estava calada, séria, pensativa. Se sentou perto da janela ficou olhando pra fora sem dizer nada. – Ela está triste não está?

Eu: Está... Muito triste.

Claire: A gente pode fazer alguma coisa?

Eu: Não filha... Infelizmente não... Essa dor ninguém pode tirar da gente, e a Pri sente assim, calada, na dela. Acredite, ela não se abre nem pra mim. Isso me deixa um pouco angustiada... Não saber o que ela está pensando, o que ela está sentindo. As vezes queria ter o poder de ler a mente dela, nem que seja por dois minutos e poder fazer algo a respeito. - suspirei.

Claire: Sei que não apaga e nem substitui, mas já pensaram em ter mais filhos?

Eu: A gente já tem você e a sua irmã. Mas pensamos sim em ter mais filhos – pensei que eu realmente posso estar grávida e a fertilização ter dado certo. – Você gostaria de ter mais irmãos?

Claire: Pelo menos uns quatro.

Eu: Quatro? – olhei pra ela assustada.

Claire: É... Eu gosto de família grande. A minha é tão pequena e se resume a minha irmã – suspirou – Agora eu tenho duas mães, tenho 4 avós, tenho 3 bisas, muitos tios e primos. A vovó Debora é um pouco distante, as vezes acho que ela não gosta muito de mim.

Eu: Imagina filha, ela te adora. Ela pergunta de você e da Ivy todos os dias. Mas é que ela viaja muito então nem eu a vejo com frequência. E ela é inglesa, ela não tem esse habito de visitar, de ficar perto como a vovó Patrícia, como o vovô Roberto o vovô Leandro. – ficamos conversando enquanto a Pri vagava com o olhar triste pela janela. Teríamos um período difícil agora. 

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora