Endrew: A deusa da neurocirurgia... Bem vinda... – me levantei.
Eu: Oi Chefe Endrew... Como vai? – nos abraçamos.
Endrew: Estou bem e você?
Eu: Bem. A medida do possível.
Endrew: Eu imagino. Vamos entrar. Fiquei surpresa quando vi seu email... – entrei e me sentei. – Quer um café?
Eu: Sim por favor... – expliquei pra ele toda a história.
Endrew: O hospital não está de todo errado, você sabe disso, que quando existe uma perda assim, se tratando do mesmo grupo familiar atendido pelo mesmo médico, em casos futuros de possíveis processos, questionamentos da família, o hospital e o médico tem um relatório para apresentar, mas de fato, pelo que entendi até mesmo por outros médicos que atendem lá e aqui e que fazem parte do conselho, pautou na sua perda como o principal, como se você não fosse capaz de fazer seu trabalho, por ter sofrido uma grande perda e isso foi insensível com você.
Eu: Sim. Somos médicos, fomos treinados para lidar sob qualquer situação de estresse, de dificuldade, de pressão, e até quando a gente acabou de perder um familiar e tem que operar uma pessoa na sala do lado. Se eu não tivesse condições psicológicas de assumir o caso eu não teria assumido, porque uma imperícia minha poderia acabar com a vida de uma pessoa.
Endrew: Sim. Foi uma situação muito delicada. Mas enfim... Foi provado que fez o que era certo. E você saiu de lá e eu estou sem chefe da neurologia. E você vai ser uma grande soma para o hospital. – ele explicou muitas coisas.
Eu: Por que nunca promoveu nenhum dos seus neuros?
Endrew: Eu tentei... Doutor Sleiman... Está de atestado. Surtou...
Eu: É... a chefia e a cirurgia não é mole.
Endrew: Não mesmo. Doutora Buiar, mais interessada e ser uma estrela pelo hospital, já mudou de hospital umas 10 vezes nos últimos três anos, não quero inconsistências. E então vamos dar uma volta?
Eu: Vamos... – fui andar com ele pelo hospital fomos para observação de uma sala de cirurgia. – Qual o caso?
Endrew: Ele tem 1 ano e meio e convulsões que afetam apenas a perna esquerda dele. – olhei para a tela do lado que dava para ver o campo cirúrgico perfeitamente. – Doutora Leila, se recusa a aposentar, e fica presa a métodos tradicionais que não vão chegar a lugar algum. Já tentei convencê-la a sair com elegância, mas ela está querendo sair com uma mancha enorme na carreira dela.
Eu: Ela vai matar esse menino. Uma derivação não vai melhorar. Ele vai ficar bem por menos de um mês, e vai voltar muito pior. – os monitores dispararam. – Posso?
Endrew: Pode... Claro...
Eu: Com licença doutora, retira a parte afetada do cérebro dele.
Leila: O que? Você enlouqueceu? Quem é você?
Eu: Doutora Priscilla Pugliese. Neurocirurgiã. Retira a parte afetada do cérebro dele.
Leila: Eu vou mata-lo.
Eu: Não vai. Ele é um bebê ainda, o cérebro dele vai se refazer. É uma parte plástica ainda, e o problema não vai mais voltar.
Leila: Já resolvi... Ele voltou.
Eu: Não... Vai disparar... – e disparou. – Ele está morrendo... – falei baixo e bati no botão do interfone. – RETIRA A PARTE DANIFICADA AGORA... – gritei. O menino parou. – Alguma surpresa? – o menino demorou a voltar. Ela fez o que eu falei e colocou o menino na UTI.
Endrew: Pode examinar o menino?
Eu: Posso. – fui até a UTI e o examinei. - Atividade cerebral dele está baixa.
Leila: O que significa isso? Essa louca fica gritando comigo na minha sala de cirurgia e agora está examinando o meu paciente? – veio cheio de arrogância.
Endrew: A senhora pode ter matado esse menino. A senhora foi avisada sobre os procedimentos, e insistiu numa abordagem pré histórica. – falou irritado.
Leila: Eu sou a neurocirurgiã aqui doutor Endrew. Nas suas cirurgias cardiológicas, quando o senhor operou um cérebro?
Endrew: E ela é a nova chefe de cirurgia neurológica desse hospital doutora Leila. – ela ficou um pouco assustada.
Eu: Doutor, se em 3 horas a atividade continuar caindo ou continuar baixa, a gente vai abrir esse menino de novo senão ele vai morrer.
Endrew: Tudo bem doutora. E a senhora doutora Leila, vai pra casa, chega por hoje. – fomos pra sala dele.
Eu: O prontuário dele, preciso ver... – ele me deu um tablet. Eu fiquei 15 minutos em silencio...
Endrew: Está me deixando assustado.
Eu: Não posso tocar nesse menino...
Endrew: Por que?
Eu: A doutora Leila fez tudo errado, desde que ele deu entrada. Procedimentos antigos e que hoje são desaprovados pelo FDA, medicamentos que não são indicados para uma criança da idade dele, quantidade errada para o peso dele. Essa criança se sobreviver, vai ter graves sequelas e se ele morrer, o hospital vai ser processado e isso vai ficar enorme.
Endrew: Eu falei que essa mulher ia sair daqui com uma mancha enorme no currículo dela. E ia levar meu hospital junto.
Eu: Pois é... – eu fiquei lá assinando todos os papéis para a minha admissão. Meu salario seria 20 mil dólares a mais, e os horários eram mais flexíveis, minha sala era bem bonita e espaçosa. O menino estava piorando, era um quadro que não daria pra reverter. E a morte dele seria por negligência médica.
Endrew: Tem como minimizar os danos doutora?
Eu: Não doutor. Se ela abrir de novo, as chances dela matar o menino é de 99% e se outra pessoa abrir, as chances de reverter o quadro são pequenas e pode ser que ele tenha muitas sequelas. Os pais não trouxeram essa criança aqui para receber de volta um vegetal, porque se ele viver, ele vai vegetar. E nenhum médico vai botar a mão nele sabendo que ela cometeu um monte de erros desde que ele chegou aqui. A menos que os pais saibam de tudo que aconteceu e aceitem que seja feito algo tentando minimizar danos.
Endrew: Vamos falar com os pais. Porque se ele morrer, eles vão saber que foi negligencia também. Então vou arriscar. E me preparar para um processo enorme.
Eu: Se os pais concordarem depois de saberem de todo o quadro eu opero o menino e tento fazer algo sem garantia de solução, mas uma tentativa.
Endrew: Ok... Vou falar com os pais. Vou reunir a junta médica e o conselho... Pode se reunir com a gente?
Eu:Claro... – a gente reuniu na sala de reuniões e euexpliquei todos os pontos. Os neurologistas do hospital se dispuseram a operarjunto comigo. E todos concordaram que houve negligencia medica
![](https://img.wattpad.com/cover/362231031-288-k156427.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
PARTES DE NÓS
FanfictionMeu nome é Natalie Kate Smith Pugliese, tenho 35 anos sou empresária, CEO da United em Nova York. Hoje moro num tríplex no Upper East Side em Manhattan, acabei de me mudar com a minha esposa. Sou casada a 12 anos com Priscilla Álvares Pugliese, ela...