Capítulo 70

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Quando cheguei passavam de 20 horas. Natalie estava sentada na ilha da cozinha com um copo de suco na frente dela e o olhar perdido.

Nat: Sumiu o dia todo. Onde estava?

Eu: Fui andar. Precisava andar. – abri a geladeira e peguei uma garrafinha de água.

Nat: Está cheirando a bebida.

Eu: Tomei dois uísques, comi um sanduiche e tomei um suco num bar.

Nat: Vai ser assim agora? Você some, não diz onde vai, se enfia num bar e bebe e chega essa hora?

Eu: Parece até que eu estava num puteiro e cheguei as 5 da manhã em casa Natalie – falei irritada.

Nat: Você está se ouvindo Priscilla? Olha como você está falando comigo.

Eu: O que você quer... O que você quer de mim? O que você está esperando? Queria que eu estivesse como agora Natalie? – falava com raiva batendo na ilha. – O que significa pra você, esse adiamento do julgamento? Porque pra mim significa o fim do mundo. Porque pra mim, a Andie poderia morrer e ir para o inferno, por mim ela poderia ser julgada de onde ela estiver, mas que isso não fosse adiado. Os nossos filhos estão mortos por causa daquela vagabunda e daquele maldito, e a sensação que eu tenho é que eles estão ganhando o beneficio da dúvida. – eu estava bufando de raiva.

Nat: Eu também estou com raiva, mas nem por isso estou enchendo a cara e nem sumi o dia todo.

Eu: Se não estivesse grávida eu tenho certeza que a essa hora você estaria bêbada Natalie. E nem bêbada eu estou... – sai da cozinha e subi. Entrei no meu quarto, tomei um longo banho e chorei muito sentada no box do banheiro. Eu queria que aquilo tivesse fim. A prisão perpetua dos dois não mudaria a dor que eu sentia, mas eu teria ao menos a sensação que um ciclo se encerrava e que justiça foi feita. Eu sai do banho, sequei meu cabelo, escovei os dentes e deitei. Logo ouvi som de respiração cansada chegando rapidinho e eu sabia quem era... Ivy...

Ivy: Mommy...

Eu: Oi filha – a peguei e a beijei – Já está na hora de dormir meu amor. – a beijei e ela me abraçou.

Ivy: Mimi mamãe...

Eu: Você não vai dormir com a mamãe, tem que dormir na sua caminha. Mas a mamãe fica com você até você dormir ok? – a beijei e fiquei fazendo carinho nela. – Eu te amo minha bonequinha... Eu te amo muito... Dorme com os anjinhos... – a Nat veio.

Nat: Ah, ela está ai... Troquei a fralda dela e fui jogar no lixo e ela tinha sumido.

Eu: Ela queria dormir comigo eu disse que ia ficar com ela até dormir, mas ela vai dormir na caminha dela.

Nat: Sim, ela pediu pra dormir comigo, mas não podemos acostumar na nossa cama, senão vai ser toda noite. – a beijou – Eu amo esse cheirinho de baunilha no cabelo. – ela não demorou a dormir. Eu sai da cama e a levei para o quarto dela. Dei vários beijos pelo rostinho dela e a coloquei na caminha. A cobri, coloquei seu urso preferido em seus braços, chequei o termostato, ia nevar a madrugada toda, não queria que ela sentisse frio. Fui até o quarto da Claire e ela já tinha dormido, tem prova no primeiro horário. A cobri, mexi no termostato do quarto dela, o quarto estava frio. Logo foi aquecendo, dei um beijo nela e fui para o meu quarto. Eu deitei e apaguei a luz do abajur.

Eu: Boa noite querida.

Nat: Boa noite. – me deu um beijo. Eu dormi rapidamente. No dia seguinte eu levantei cedo com dor de cabeça, tomei um remédio tomei um banho, acordei a Claire...

Eu: Filha, bom dia... Acorda, senão vai perder a hora. – a nevasca estava terrível. Eu tinha hospital, eu precisava trabalhar, Marise não ia e nem George e eu morava mais perto que os dois.

Nat: Bom dia – falou entrando na cozinha. – Mandei mensagem pra Jenny e pra babá não virem. Eu vou trabalhar de casa e cuido da Ivy, não tem como sair nessa nevasca... A escola até agora não cancelou as aulas... Você vai trabalhar?

Eu: Vou. Eu moro mais perto, posso ir até a pé, mas o George e a Marise não vão, a neurologia vai ficar desfalcada.

Nat: O caminhão está limpando em volta do Central Park.

Claire: Vou voltar pra cama mãe, a escola acabou de mandar um comunicado, as aulas foram suspensas.

Nat: Ah que bom. Volta a dormir filha. – ela subiu. Nós duas fizemos o café da manhã. Tomamos juntas e eu peguei minhas coisas. – Me avisa quando chegar? Senão eu fico preocupada.

Eu: Aviso. Bom dia – a beijei.

Nat: Bom dia – eu desci fui pra garagem fiquei 10 minutos com o carro ligado e depois sai. O trajeto que eu fazia em 5 minutos em dia tranquilo e 10 minutos com transito moderado, eu fiz em 20 minutos por causa da pista escorregadia. Eu coloquei o carro na garagem do hospital entrei no elevador e subi. A emergência estava um caos. Eu me troquei coloquei um tênis e fui ajudar a atender. Muita gente machucada, que caiu na neve, que bateu com o carro. Logo chegou um engavetamento cinco pessoas morreram e doze ficaram feridas. Foi muito triste. Eu trabalhei até as 18 horas, tinha 3 horas de jantar já que eu não parei pra almoçar então fui até o bar do Jonny novamente. Gostei do hambúrguer de lá. Logo entrei e ele apareceu.

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora