Capítulo 23

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Cheguei, assinei minha chegada, eu ainda não tinha cartão por causa do meu outro trabalho e fui me vestir. Passei na UTI e a Marise estava lá. – Oi...

Marise: Oi... Chegando agora?

Eu: Sim e você?

Marise: Cheguei a meia hora, fiz uns exames nele. – me deu o tablet. – Acho que a abordagem que conversamos de fato vai ser a melhor.

Eu: É... Vai mesmo. Então vamos lá...

Marise: As enfermeiras estão vindo prepara-lo e o George foi receber os pais dele. – logo fomos falar com os pais novamente, o chefe Endrew chegou e nós o levamos para a cirurgia. Fizemos uma oração em silencio.

Eu: Vamos começar... – começamos a cirurgia. Todo mundo estava tenso ali. Quando abrimos, tivemos a dimensão de tudo.

George: Olha essa ramificação. Ela tirou a parte do cérebro e deixou a área afetada, como pode isso?

Eu: Meu Deus... – suspirei. Olhei pra galeria e o chefe estava lá. Logo ele saiu.

Marise: Acho que já era pra doutora Leila...

Eu: A arrogância mata...

George: Pois é...

Eu: Vamos retirar, e vamos preencher com solução fisiológica e antibióticos de amplo espectro. E esperar. – fizemos tudo que podíamos fazer, fizemos uma derivação também, e parecia ter funcionado. Falamos com os pais os deixamos ver um pouco e eles foram embora. A gente tinha que esperar 3 horas para o primeiro exame pós cirúrgico e saber se deu resultado. Fomos para a sala de reuniões, toda a equipe que participou da cirurgia e os membros do conselho. Eles viram vídeos da cirurgia dela e da nossa, viram fotos, tudo foi documentado, tudo foi relatado. A gente amanheceu naquela sala de reuniões. Fomos fazer os exames nele, o levamos para ressonância.

Eu: Olha isso Marise...

Marise: Nossa... A atividade cerebral dele aumentou muito...

Eu: Sim, aumentou. Graças a Deus.

George: Ele estava com 60% de atividade e está com 90% em pouco mais de 3 horas de pós cirúrgico. Ele pode acordar sem sequelas graves. Vou fazer teste de Babinski nele. – ela foi até lá e voltou. – Ele tem reflexos nos pés e nas mãos. E nos olhos, ele reage a luz.

Eu: Isso é ótimo. Vamos manter o coma por 48 horas e acordá-lo.

Marise: Sim. Otimo trabalho pessoal. Agora vamos torcer... E rezar por essa criança. – eu fui pra casa, a Natalie estava tomando café da manhã.

Eu: Bom dia amor – dei um beijo nela.

Nat: Bom dia amor. – sentei para tomar café com ela contando sobre tudo. – Ai amor espero que essa criança fique bem.

Eu: Espero também. – olhei a hora. – Agora preciso sair.

Nat: Você acabou de chegar.

Eu: Eu preciso ir ao Mount Sinai, tenho que deixar lá minha carta de demissão e ir ao RH.

Nat: Verdade. Mas você vai atender?

Eu: Não. Só vou pegar minhas coisas. – eu sai e fui para o hospital e fui direto ao RH com meu pedido de demissão e depois fui pra sala da Diorio.

Diorio: Achei que ia ficar me ignorando pra sempre. A gente pode conversar direito agora?

Eu: Não tenho tempo doutora, fiquei a madrugada toda numa cirurgia complicada no hospital em que eu trabalho agora. Eu só vim trazer minha carta de demissão, eu já passei no RH e vou esvaziar minha sala agora.

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora