Nat: Amor...
Eu: Oi?
Nat: Eu não estou me sentindo bem, vou sair um pouco.
Eu: O que está sentindo? – preocupei.
Nat: Minha barriga está endurecendo, eu estou com cólica.
Eu: Você deve estar com contração prematura. Eu vou com você.
Nat: Não precisa amor, eu só vou respirar um pouco, tomar uma água.
Eu: Ok... – ela levantou e saiu. – Mãe, vai com ela por favor, ela não está se sentindo bem.
Mãe: Tá bom – ela saiu, a mãe dela também foi. As 10 da manhã foi dada uma pausa de 30 minutos. Eu sai de lá a Natalie estava sentada no corredor.
Eu: Amor como está?
Nat: Estou bem. Passou a cólica. – sorriu de leve.
Eu: Quer ir pra casa? Fica com as meninas, descansa amor. Você está na reta final da gravidez.
Nat: Não. Eu quero ficar...
Eu: Tem certeza?
Nat: Tenho – eu a abracei. Fui pegar um suco e um sanduiche pra ela e peguei um cappuccino pra mim. Logo voltamos para a audiência. As 13 horas foi dada uma pausa de 2 horas para o almoço. A gente foi almoçar num restaurante ali perto, saímos pelos fundos para não sermos vistas pela imprensa. E voltamos as 15 horas. Durou até as 18 horas e fomos pra casa. No dia seguinte recomeça as 9 da manhã a audiência e o veredicto. E o dia seguinte era o dia que completava 1 ano da morte dos nossos filhos. A gente acordou as 6 da manhã tomamos banho juntas nos trocamos, descemos e em todos esses momentos não falamos nada. Fizemos café, colocamos a mesa. – Amor? – ela falou pela primeira vez. – Fiz um bilhete pedindo seu pai para levar a Claire na escola. Vamos ao cemitério antes de ir para audiência.
Eu: Tá... – a gente tomou café da manhã. Aquela manhã era tão dolorosa pra gente. A gente saiu antes que todos se levantassem e fomos ao cemitério. Lá em frente tem uma floricultura, compramos flores lindas e fomos ao cemitério. Quando chegamos lá já tinham algumas flores, tinha uma faixa escrita "Justiça por Lucca e Leo". Colocamos as flores, demos as mãos e fizemos nossa oração e o choro foi inevitável. Ficamos ali até as 8 da manhã. Mais pessoas chegaram, fizeram suas orações silenciosamente e saíram após apertarem nossas mãos. O casal de pastores, a dona Corine, minha cunhada Emilly, meu cunhado Kevin, meus sogros, algumas pessoas desconhecidas. O Jonny com a esposa. A gente se sentou num banco ali e ficou até dar o horário de irmos para o tribunal. Logo chegamos lá e parecia ter ainda mais gente. Muitos jornalistas cercaram nosso carro e os segurança veio.
Segurança: Entrem e estacione na garagem, e subam pelo elevador até o terceiro andar.
Eu: Obrigada. – eu entrei, ele fechou o portão
Nat: Que loucura... – suspirou.
Eu: Estão a todo custo querendo um furo de reportagem... Não se importam com o que a gente está sentindo. Mas aquelas pessoas gritando por justiça, se pudessem entrar naquele tribunal, com certeza matariam aqueles dois desgraçados.
Nat: E eu sinceramente não acharia ruim.
Eu: Nem eu. Não quero que aliviem a pena da Andie. Ela é tão culpada quanto aquele desgraçado.
Nat: Acha que podem aliviar?
Eu: Acho. Porque ela acabou se tornando vitima também. Pelo estado das queimaduras dela, podem levar isso em consideração.
Nat: Era só o que faltava. – saímos do elevador e já saímos no andar onde acontecia o julgamento. Meus pais, meus sogros, meus cunhados, meu irmão, já estavam todos lá. Nossos antigos vizinhos, nossos vizinhos de prédio que estavam no dia anterior, estavam lá novamente. Logo a luz acendeu, tínhamos que entrar e 15 minutos depois foi a vez do juiz. Aqueles dois vagabundos seriam ouvidos de novo. O homem deu mil justificativas para o que fez como se isso mudasse alguma coisa. E a Andie só chorava e falava que não tinha intenção que isso acontecesse, admitiu o furto, mas que não queria que nada disso acontecesse. A minha vontade era socar a cara dela. A mãe dela estava lá, junto com uma tia, os irmãos e o pai dela. Me olhavam como se me implorassem para fazer algo a respeito. Quando deu 11 horas o julgamento foi suspenso e voltaria as 13 horas com o veredicto. A gente saiu e a família dela veio falar comigo e a Natalie.
XX: Por favor... Não deixem minha filha mofar na cadeia. Não a tirem de mim. Ela não teve intenção – a mãe falou.
Eu: E os meus filhos? Eles vão voltar? Eles tinham culpa da ladra assassina da sua filha não saber arrumar um parceiro de crime que cumpra com horários? Porque sinceramente... Se ela tivesse roubado qualquer objeto de valor daquela casa e sumisse, seria o de menos pra mim. Mas ela permitiu que meus filhos morressem. Então pode ter certeza que eu vou comemorar muito se a sua filha pegar pena de morte porque é o mínimo que ela merece, e se ela não pegar, sem dúvidas que eu vou recorrer. – Sai andando com a Natalie. Fomos almoçar no restaurante do prédio do tribunal, estava impossível sair, a rua tinha sido fechada de tanta gente aguardando o julgamento. A Jenny ligou dizendo que a Claire teve uma crise de ansiedade, então a Natalie falou com ela, explicou o que estava acontecendo para acalmá-la. A hora parecia se arrastar ali. Conversamos muito com o padre Mike e com o pastor Calton e a pastora Betty e os três fizeram uma oração por nós. A gente amava muito aqueles três, porque eles não faziam a menor diferença por sermos lésbicas e casadas. Eles nos acolhiam com muito amor e carinho, nunca nos julgaram, não hesitavam em pedir ajuda para o que fosse como algumas igrejas que nunca aceitaram doação nossa por sermos lésbicas e casadas. Nossa casa vai virar uma casa de acolhimento e escolhemos os três para cuidarem de tudo. A igreja deles acolhiam jovens, e a do padre acolhiam mulheres vitimas de agressão então as duas igrejas, evangélica e católica iam se unir para ajudar pessoas e isso era muito bonito.
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PARTES DE NÓS
FanfictionMeu nome é Natalie Kate Smith Pugliese, tenho 35 anos sou empresária, CEO da United em Nova York. Hoje moro num tríplex no Upper East Side em Manhattan, acabei de me mudar com a minha esposa. Sou casada a 12 anos com Priscilla Álvares Pugliese, ela...