Na quinta feira eu estava saindo da empresa pra buscar a Claire, eu ia ficar com elas a tarde, tinha trabalhado de manhã, quando meu celular tocou. Quando vi o nome na tela eu senti um negocio estranho. Professora Nina, era a professora do Lucca. A ultima vez que a vi, foi no funeral das crianças.
Eu: Alo?
Nina: Natalie, é a Nina tudo bem?
Eu: Tudo bem Nina... E você?
Nina: Bem. Desculpa te incomodar, eu pensei muito antes de te ligar. Na verdade já tem meses... – suspirou – Eu queria te entregar uma coisa. São uns desenhos do Leo e do Lucca. A professora do Leo e eu fizemos um arquivo com as coisas deles, e a gente teve o mesmo sonho varias vezes que era pra entregar a você e a sua esposa os desenhos. Pode passar aqui na escolinha? – eu fiquei em silencio.
Eu: Sim. Eu passo ai agora pode ser?
Nina: Claro. Estou esperando.
Eu: Obrigada – desliguei. Eu respirei fundo e cortei caminho indo pra lá. Eu tinha que pegar a Claire em 20 minutos então mandei um áudio pra ela. – Claire, eu vou me atrasar uns minutinhos tá? Você me espera na porta da escola que eu vou te buscar tá? Não vai embora sozinha.
Eu fui até lá. Eu nunca mais voltei lá. Entrar naquela escola me fez ouvir as risadas dos meus filhos, ver os dois correndo pelos corredores. Eu fui até a antiga salinha dele e me deu um aperto no coração. A Jade professora do Leo também estava lá.
Nina: Obrigada por ter vindo. – me abraçou.
Eu: Imagina. Oi Jade – ela me abraçou também.
Jade: Oi Natalie.
Nina: A gente não vai tomar muito seu tempo. – a gente se sentou. – Como sabe a gente sempre junta os desenhos e entrega para os pais. E os desenhos dos meninos ficaram aqui. A gente pensou muito se deveria te entregar isso, não queríamos trazer mais dor a senhora e a sua esposa. Mas foi uma coincidência estranha.
Jade: A gente sonhou a mesma coisa na mesma noite. O Leo e o Lucca pediam para entregar os desenhos deles para vocês. – eu arrepiei. - E o mesmo desenho.
Eu: E que desenho era esse? – ela me mostrou o desenho. Era um desenho que eles fizeram e tinha os dois, comigo e a mãe deles e mais duas pessoas, uma menina e uma criança menor.
Jade: Quando o Leo desenhou isso eu perguntei pra ele quem eram e ele disse que eram eles, vocês e as irmãs que ele teria.
Nina: E o Lucca fez um desenho também com uma família dessa maneira, vocês duas, os dois e duas meninas, mas ele não disse nada quando perguntei só disse que desenhou. E ele escreveu atrás... Te amo mamãe... – era a letrinha dele, aquilo me acertou em cheio.
Eu: Meus amores – eu comecei a chorar. – Que saudade eu sinto. – abracei os desenhos. Eu sentia muita falta deles. – Obrigada por isso. – sequei as lágrimas. Elas me entregaram os desenhos e os documentos escolares deles. Eu fui para o carro já estava 10 minutos atrasada para pegar a Claire. Eu chorei o caminho todo. Coloquei óculos escuros não queria que a Claire me visse chorando. Ela estava me esperando ouvindo musica no celular. Ela me viu e entrou no carro.
Claire: Oi...
Eu: Oi querida. Como foi a aula?
Claire: Foi legal. Vamos fazer um trabalho de historia. – foi falando e eu não prestei atenção em nada. Chegamos em casa eu peguei as coisas no banco de trás e subimos. – Está tudo bem Natalie?
Eu: Está sim. Só estou com um pouco de dor de cabeça.
Claire: Tem certeza que é só uma dor de cabeça?
Eu: Tenho sim. – sorri de leve. Entramos em casa a Ivy estava chorando e foi direto para o colo da Claire. – O que ela tem?
XX: Tropeçou num brinquedo e caiu.
Eu: Você pode cuidar dela Claire, eu preciso tomar um remédio.
Claire: Claro... – eu peguei uma garrafa de água e subi. Peguei um comprimido tomei e me sentei na cama. O choro veio com força total. Eu estava com tanta saudade que não cabia em mim. Eu fiquei o dia todo na cama e nem me dei conta. A Pri chegou eu ainda estava na cama.
Pri: Amor... Está tudo bem?
Eu: Sim, está... Você não tinha um plantão?
Pri: Eu errei o dia. A Claire disse que você não saiu do quarto desde que chegou. Não comeu nada. O que houve? – eu sentei na cama. – Estava chorando amor, seu rosto está todo inchado.
Eu: Hoje a Nina professora do Lucca me ligou.
Pri: E o que ela queria?
Eu: Me entregar isso... – contei a ela a historia toda e ela chorou vendo os desenhos deles.
Pri: É difícil ficar sem eles... Muito difícil. – secou as lágrimas. – Tem dias que parece que eu vou explodir.
Eu: Eu recebi um e-mail da justiça americana a alguns dias.
Pri: E o que dizia?
Eu: A reconstituição do crime vai ser feita na nossa casa.
Pri: E porque você não me contou Natalie?
Eu: Você tinha passado mal, você não estava bem eu não queria te deixar pior.
Pri: Não pode esconder nada de mim Natalie. São meus filhos também, eu não vou me quebrar toda – falou nervosa.
Eu: Está falando alto, vai chamar atenção das meninas.
Pri: Quando vai ser Natalie?
Eu: Depois de amanhã pela manhã. Com a presença do criminoso e da Andie. Como já deve saber, ela está no hospital prisional do estado.
Pri: Eu soube. Ela foi transferida o dia que eu não estava lá por segurança. Eu vou nessa reconstituição.
Eu: Eu também vou, só não sei se consigo ver tudo de perto.
Pri: Conseguindo ou não, eu quero estar presente. – levantou secando as lágrimas – Eu vou ver as meninas... – saiu do quarto. Ela ficou chateada comigo e sinto que isso ainda vai render briga.
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PARTES DE NÓS
FanfictionMeu nome é Natalie Kate Smith Pugliese, tenho 35 anos sou empresária, CEO da United em Nova York. Hoje moro num tríplex no Upper East Side em Manhattan, acabei de me mudar com a minha esposa. Sou casada a 12 anos com Priscilla Álvares Pugliese, ela...