Capítulo 34

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Chegamos em casa nos trocamos e fomos preencher tudo, era muita coisa mesmo. ficamos um bom tempo fazendo isso. Enviamos para a assistente social, ela iria na nossa casa na manhã seguinte para saber onde a gente mora, como é a nossa casa. - Amor, vai ter uma exposição de Portinari aqui perto essa noite, o que acha da gente ir e depois jantar naquele restaurante italiano que a gente gosta?

Pri: Ótima ideia amor... Só um minuto... – ela estava no telefone – Ok, se não tiver recurso vai ter que ser feito. Obrigada. – desligou e suspirou.

Eu: O que foi?

Pri: A Louise, mãe das meninas está piorando.

Eu: É por causa do derrame?

Pri: Não. Por causa da ELA. Em todos esses anos de medicina, eu nunca vi de perto uma degeneração tão rápida. E ela é muito nova. Eu vi os exames antigos dela, a mãe da Louise e a avó dela morreram de ELA. A avó viveu 10 anos com a doença a mãe viveu 4 anos, mas ela está degenerando muito rápido.

Eu: Não tem uma explicação pra isso amor?

Pri: Não. A ELA não tem nem um embasamento especifico para existir, de onde ela vem, como surge. O caso dela tem o fator genético. Mas a mãe e a avó não são vivas mais para serem testadas. Somente 10% dos casos são genéticos, é muito raro. As meninas não tem, elas foram testadas, eu vi o mapeamento genético delas. E vi que o filho dela que faleceu no acidente de carro desenvolveria, ele tinha a falha genética. Ela está com muita dificuldade pra respirar, está no oxigênio no máximo já. Está com medicações fortes e se piorar, vamos ter que intubar e quando ela sair da intubação...

Eu: Ela vai pra traqueo...

Pri: É... ela tem menos tempo do que esperava. – suspirou.

Eu: As meninas vão sofrer muito.

Pri: Vão. Se elas virem pra cá, a gente precisa de ajuda. Eu não posso afastar do trabalho, e você não vai poder faltar todos os dias.

Eu: Podemos ver com a assistente social ou com a mãe delas sobre a babá que cuida delas. Ela pode nos ajudar. Eu posso trabalhar meio período em casa.

Pri: Tudo bem. – me deu um beijo. – Vamos tomar um banho?

Eu: Vamos... – a gente foi para o banho, trocamos muitas caricias e saímos. A gente se arrumou e foi na exposição, estava tudo lindo, e encontramos por lá Nathalia Diorio com o marido. A Pri passou direto, não falou com ela e eu apenas a cumprimentei com gentileza. Foi bem chata a situação. Logo a gente foi jantar, a Pri comeu em silencio. – Ficou calada.

Pri: Nossa noite estava muito boa pra ser verdade.

Eu: Isso tudo é raiva da Nathalia?

Pri: Raiva é pouco. Decepção, mágoa, tudo um pouco.

Eu: Amor... Não fica assim. Já passou.

Pri: Pra mim não passou. – logo terminamos de comer e fomos embora. Fizemos nossa higiene e fomos pra cama. – Será que vamos conseguir ser lar temporário para elas?

Eu: Espero que sim. Elas estão sofrendo muito, acho que elas precisam de um pouco de paz, de consistência.

Pri: Quando eu saia de perto da Louise ela me segurou e pediu para cuidar das filhas dela.

Eu: Acho que a gente pode fazer isso. – sorri pra ela.

Pri: Você é linda sabia? – me deu um beijo.

Eu: Eu te amo.

Pri: Eu também te amo, muito. – a gente acabou fazendo amor e dormindo. Acordamos as 7 da manhã, tomamos um longo banho, nos arrumamos, eu tinha que ir para a empresa e a Pri para o hospital e a assistente social vem em casa as 9 da manhã. Fizemos o café da manhã colocamos a mesa, tomamos só um café rápido íamos esperar a assistente social chegar. Uma psicóloga iria com ela. O interfone tocou.

Eu: Oi?

xX: Dona Natalie, tem uma assistente social e uma psicóloga aqui embaixo procurando a senhora e dona Priscilla.

Eu: Ah tá, manda subir, libera o elevador pra elas por favor. Obrigada Tommy. – desliguei. – Elas chegaram.

Pri: Ótimo. Eu já avisei ao chefe que vou me atrasar.

Eu: Eu avisei minha secretária também. - Logo elas tocaram a campainha. Eu abri a porta. – Bom dia. – sorri.

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora