NATALIE NARRANDO...
Apesar do adiamento do julgamento, e a Pri ter mudado por isso, a gente estava indo bem. A Pri conheceu um bar que agora eu estou ansiosa para comer o sanduiche de lá. Ela ajudou o dono de lá e ele nos convidou para jantar na casa dela numa quarta feira. Na segunda fui a uma reunião no colégio da Claire, a diretora e os professores pediram para falar comigo então esperei até o final.
XX: Então senhora Pugliese, a Claire está com notas muito baixas. Ela está dispersa nas aulas, ela não está conseguindo acompanhar. Pedimos que ela conversasse com a psicóloga da escola e ela não quis. Disse que ela já faz terapia fora da escola e que estava tudo bem e que ela iria se esforçar mais. A gente gostaria de saber se tem alguma coisa acontecendo. Desde outubro as notas dela caíram muito. Ela já vai para o primeiro ano do high school e se ela continuar assim ela vai ser reprovada.
Eu: A mãe dela morreu, isso é o que está acontecendo. Ela faz terapia fora daqui desde que a mãe descobriu a esclerose, e faz duas sessões desde que ela faleceu.
XX: A gente entende, mas não é o padrão da escola manter aluno com nota baixa.
Eu: O que? Espera... Eu ouvi direito? Não é padrão da escola manter aluno com nota baixa? Estão preocupados com o padrão da escola e não com o bem estar de uma menina de 14 anos é isso mesmo?
Justine: Não é isso. A coordenadora se expressou mal.
Eu: Não... Eu entendi muito bem. Justine a senhora sabe muito bem o que essa menina passou nos últimos anos e ela está dando a vida pra ficar de pé. A senhora sabe de tudo que aconteceu desde que o pai e o irmão e ela sofreram um acidente e eles morreram. A doença da mãe dela, e ela está de pé, e eu nem sei como. Eu perdi meus filhos a oito meses e não sei como eu estou aguentando. Imagina essa menina com 14 anos, depois de perder os pais e o irmão e ainda ir para uma nova família? Vocês são desumanos. Vocês estão sendo desumanos, de se preocuparem com o padrão da escola e não com ela em primeiro lugar. – me levantei.
Justine: Dona Natalie.
Eu: Não precisamos mais conversar. Eu já entendi. Eu vou conversar com a minha esposa e vamos conversar com a nossa filha. Vamos pedir que ela se esforce mais, para que ela passe de ano, enquanto isso minha esposa e eu vamos buscar uma nova escola pra ela. Boa tarde... – sai da sala rapidamente. Claire me esperava no carro. Eu entrei no carro batendo a porta.
Claire: Eu estou encrencada?
Eu: Eles queriam falar das suas notas. Suas notas caíram muito Claire, desde que sua mãe faleceu. Você não conseguiu render da mesma maneira e eu entendo perfeitamente isso.
Claire: É mãe... Foi bem difícil o final do ano, mas essas provas dessa semana eu só tirei nota boa, estou recuperando as notas.
Eu: Filha, eu sei que é difícil pra você tudo isso. Mas eu quero que você de seu máximo. Se você ver que não tá dando conta, a gente procura um professor particular pra você para te ajudar, pelo menos para você terminar o ano letivo e a gente te muda de colégio e você faz o high school numa nova escola.
Claire: Graças a Deus, eu não suporto mais essa escola... – suspirou e começou a chorar. Eu a abracei e ela começou a falar no percurso até em casa como ela vinha se sentindo pressionada a ser perfeita 100% do tempo e não estava conseguindo. Que três colegas da sala já saíram do colégio por pressão psicológica. Chegando em casa a Pri estava brincando com uns bloquinhos no tapete junto com a Ivy. As duas passavam horas brincando no tapete. Contei a Pri como foi a reunião na escola e ela ficou furiosa. Conversamos com a Claire sobre melhorar as notas, se empenhar um pouco mais, entendendo as limitações emocionais dela, mas que íamos buscar um novo colégio pra ela. Antes de dormir a Pri ficou andando de um lado para o outro.
Eu: Vem deitar amor.
Pri: Como pode, uma escola se preocupar tanto com o padrão e ignorar o fato de que uma menina de 14 anos perdeu a família toda em pouco tempo? Que a mãe dessa menina morreu na frente dela, que ela vinha assistindo a mãe piorar a cada dia, mas a preocupação deles é o fato do padrão da escola não admitir nota baixa. – falava irritada.
Eu: Eu sei amor eu também estou irritada com isso, mas já resolvemos. Ela continua até o fim do maio que é o fim do ano letivo, e em agosto ela vai para uma nova escola. A gente pesquisou online as que ela tem vontade de estudar e vamos em cada uma delas essa semana para conhecer e garantir a vaga dela. Agora vem deitar, descansar, amanhã você vai trabalhar muito cedo. – ela veio pra cama. A Pri tem ficado muito nervosa por tudo e isso me preocupava demais. Ela ia na terapia com a psiquiatra do hospital eu sabia que ela ia porque eu perguntava ao chefe dela. Mas enquanto esse julgamento não acontecesse, ela não ficaria bem. Quarta feira chegou, arrumei a Ivy e me arrumei e fomos jantar na casa do Jonny. Ele era muito simpático, a esposa dele Andrea era um amor de pessoa, uma mulher muito bonita, gentil. Os filhos são umas graças. A mais velha se encantou pela Priscilla por ser médica. Ela fazia inúmeras perguntas e a Pri estava amando responder cada uma delas. Foi um jantar muito agradável e sem dúvidas ganhamos novos amigos. Na quinta feira levei minha filha pra escola e fui ver alguns colégios pra ela, na sexta a Pri foi comigo e gostamos muito da The Dalton School, era uma excelente escola, e eles tinham uma preocupação grande em preparar os alunos para universidade e também de cuidar da mente deles. A Diretora antes mesmo de dizermos qualquer coisa, disse que além da proposta da escola ser preparar os alunos para vida acadêmica, eles tem a preocupação de cuidar da saúde mental dos adolescentes, porque escola não é uma fabrica de robôs. Falamos o que nossa filha estava passando e ela repudiou totalmente o que a escola fazia, inclusive os alunos que saíram da Trinity estavam na The Dalton. Íamos levar nossa filha lá na próxima segunda para conhecer. Ela ficou animada, disse que os colegas realmente foram pra lá e estão muito bem, se adaptaram muito bem. A The Dalton era mais perto de casa que a Trinity. Na segunda a deixei na escola, e fui para a empresa. A Luiza voltou a trabalhar, estava bem e achou que estava na hora de voltar. Eu tinha uma reunião importante com a minha equipe, e que durou a manhã toda até que minha secretária chegou na sala interrompendo.
Sandie: Dona Natalie... Com licença... – veio até mim e falou no meu ouvido. – Temos um problema enorme. Já está em todos os canais e sites.
Eu: O que? – peguei o controle da TV e liguei.
Avião da United cai antes de chegar na pista no JFK com 240 passageiros e 18 tripulantes.
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PARTES DE NÓS
FanfictionMeu nome é Natalie Kate Smith Pugliese, tenho 35 anos sou empresária, CEO da United em Nova York. Hoje moro num tríplex no Upper East Side em Manhattan, acabei de me mudar com a minha esposa. Sou casada a 12 anos com Priscilla Álvares Pugliese, ela...