Capítulo 44

211 27 1
                                    

E soube de uma reconstituição que seria feita na nossa casa, fiquei brava dela não ter me contado, mas eu entendi os motivos dela não ter me contado quando soube. No dia da reconstituição fomos no mesmo carro. Deixamos a Claire na escola e fomos para nossa antiga casa. A pericia já estava lá, a polícia, o delegado, nosso advogado, o promotor publico e tinha um juiz que ia acompanhar de perto. A gente ia poder assistir de perto, mas não poderíamos falar absolutamente nada. Ninguém ali poderia intervir além dos peritos, dos policiais e bombeiros que atenderam a ocorrência no dia. Entrar naquela casa tinha um misto de dor, saudade, tristeza, mil lembranças ao mesmo tempo. Logo dois carros de presídios diferentes chegaram. De um desceu o bandido que fez tudo isso e de outro desceu a cumplice, que foi colocada numa cadeira de rodas. Quando ela nos viu, ela começou a chorar imediatamente. Minha vontade foi socar a cara dela. Eu ameacei ir pra cima dela e a Nat me segurou.

Nat: Amor... Calma... Não vai estragar tudo. – a gente esperou todo mundo entrar e o delegado veio falar com a gente.

Delegado: Vamos? Como foram avisadas, não podem falar nada só observar.

Nat: Tudo bem. – entramos na casa.

XX: Então... Como você entrou na casa? E que horas chegou?

Bandido: Cheguei as 8 da manhã. Eu cheguei liguei pra Andie e ela saiu na porta.

XX: O que falaram?

Bandido: Ela disse que não era a hora ainda, que ela tinha que ficar com as crianças, que eles estavam dormindo, a mãe tinha levado ao médico e voltado e eles tinham voltado a dormir e a mãe saiu para o trabalho. As mães das crianças iam chegar para almoçar por volta de 11:40 e as 12:30 elas sairiam novamente e uma delas levariam os meninos para a escola, ou se tivesse algum imprevisto ela mesmo os levaria e voltaria pra casa e iria embora pra casa dela como ela sempre fazia. Mas ela viria pra cá para me esperar.

XX: E porque chegou mais cedo?

Bandido: Eu estava ansioso demais eu queria sair da cidade logo e vim mais cedo. As crianças estavam dormindo então eu pegaria tudo e sairia e a encontraria no aeroporto depois do almoço como o combinado.

XX: Andie o que fez quando ele chegou?

Andie: Fiquei assustada atendi a porta e falei o que ele já disse. Ele disse que ia entrar que não ia esperar mais e eu fiquei desesperada. Eu não queria que isso acontecesse, não era pra nada disso acontecer. A gente ia pegar os objetos de valor e ia embora – se desesperou.

XX: Senhorita, se atenha a reconstituição. ela secou as lágrimas.

Andie: Ele entrou no escritório, pegou alguns dólares, subiu entrou no quarto das minhas patroas pegou algumas joias na penteadeira e no closet e desceu. Pegou uns objetos de prata da sala de jantar e um dos meninos acordou e desceu.

XX: Quem?

Andie: O Lucca... – a Nat respirou fundo e apertou minha mão. - Ele agrediu o Lucca quando o viu, deu um tapa nele e ele caiu. O Lucca gritou com ele e ele gritou de volta então o Leo desceu e os dois pularam nele pra me defender. – aquilo me doeu tanto. – Ele os jogou no chão e me arrastou pra sala de TV os meninos entraram, ele atirou algumas vezes em mim e colocou fogo na cortina e saiu trancando a porta. Eu pedi aos meninos para gritarem por socorro e eu apaguei. Eu acordei no hospital e fui informada do que aconteceu comigo e os meninos – suspirou.

Perito: Então vamos para a reconstituição. – e tudo começou a acontecer. Dois homens fizeram o papel dos nossos filhos e eu fiquei imaginando tudo aquilo. Como doía. Bonecos foram colocados nas posições que eles foram encontrados. Meus filhos estavam abraçados e aquilo doeu demais. Eles se abraçaram. Logo acabou e saímos da casa e a Andie nos chamou.

Andie: Dona Priscilla, dona Natalie? – a gente parou de andar.

Advogado: Não falem com ela.

Andie: Me perdoem eu não queria que nada disso acontecesse.

Eu: Eu não vou descansar enquanto eu não ver você no inferno Andie. Você e esse monstro, porque você é tão ordinária e criminosa como ele. Enquanto eu não te ver pagando por esse crime eu não vou sossegar. Você tirou de nós o nosso maior bem, nossos filhos e eu vou tirar a sua vida de você. E vou te lembrar todos os dias do que você fez aos meus filhos. Você vai pagar por tudo que fez.

Nat: Eles amavam você, eles ficavam tristes quando você tirava folga, eles faziam cartinhas quando você adoecia, eles faziam questão de irem ao shopping comprar um presente pra você no dia do seu aniversário, no natal, e você junto com esse monstro, matou nossos filhos. Eu não vou te perdoar nunca por isso. – fomos para o carro e fomos embora. – Para o carro Pri...

Eu: Já estamos chegando.

Nat: Eu preciso vomitar – eu encostei o carro e ela abriu a porta e vomitou. Eu desci segurei o cabelo dela.

Eu: Está melhor?

Nat: Sim...

Eu: Vou pegar uma água pra você. – a sentei no carro e entrei numa lanchonete ali perto peguei uma garrafa de água e um copo descartável. Ela lavou a boca primeiro depois ela bebeu um pouco de água e começou a chorar muito muito.

Nat: Foi horrível tudo que eles passaram, eles não mereciam passar por nada daquilo amor – soluçava.

Eu: Não mereciam... E vamos fazer justiça por eles – dei um beijo na testa dela. Eu estava explodindo por dentro eu queria chorar, queria gritar. Chegamos em casa e subimos, a Ivy estava chorando. – Talita o que ela tem? – quando olhei pra cara dela, ela estava sangrando na cabeça – O que aconteceu?

Talita: Eu já ia ligar pra senhora, ela caiu e bateu na quina da mesinha. Ela pisou num brinquedo. – Talita tremia e estava com o telefone na mão.

Nat: Vem com a tia Nat amor... – a pegou no colo.

Eu: Amorzinho deixa a titia ver sua cabecinha deixa? – abri o cabelinho dela. – Vai precisar de ponto. – ela vomitou na Natalie. – E uma tomografia. – suspirei.

Talita: Dona Priscilla não tive culpa. Eu fui buscar uma mamadeira pra ela e escutei o choro dela.

Eu: Tudo bem Talita, está tudo bem. Faz uma bolsa pra ela, com uma troca de roupa e fraldas e vamos ao hospital ok?

Nat: Abraça a titia amor, vai passar o dodói. – Nat a abraçou como se a vida dela dependesse disso. Fomos para o hospital, o chefe estava lá e ele mesmo foi nos atender. Logo o George chegou fez uma tomografia e estava tudo bem. Foi só uma concussão leve. Ela levou três pontinhos. Fomos até o quarto da Louise.

Louise: Oi... Oi filhinha – a pequena foi para o colo dela. – O que aconteceu? – olhou assustada pra ela.

Eu: Chegamos em casa e ela estava machucada, a Talita disse que ela caiu e bateu a cabeça na mesinha. A trouxemos pra cá na hora. Ela fez exame e está tudo bem. Levou três pontinhos e já estamos indo pra casa.

Louise: Filhinha tem que tomar cuidado amor. – a beijou. Ficamos ali uns 10 minutos, e fomos pra casa. O telefone da Natalie tocou.

Nat: Oi? Ah meu Deus... Desculpa Claire, aconteceu muita coisa, eu já estou indo te buscar. Chego em cinco minutos. – desligou. – Era pra eu ter buscado a Claire a quase uma hora.

Eu:Eu vou amor, fica com a Ivy, precisa trocar essa blusa cheia de vomito. –peguei a chave do carro e sai rapidamente

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora