Capítulo 69

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O julgamento foi adiado... Pra mim foi a pior noticia que eu poderia receber. A Andie voltou para o hospital por uma infecção na pele e o advogado dela pediu adiamento. Natalie ficou tão nervosa que passou mal. Eu fiquei revoltada, e pra mim tudo isso não passava de teatro dela. Somente para ganhar tempo. Naquele dia 30 eu sai cedo, deixei a Claire no colégio, passei numa floricultura e comprei rosas brancas. Fui até o cemitério que possuía um gramado todo branco pela neve que caia. Cheguei até o tumulo dos meus filhos, limpei a neve da grande placa de mármore do chão... Lucca Smith Pugliese, Léo Smith Pugliese. Coloquei as flores e me sentei ali. – Eu sinto tanta falta de vocês... Chega a doer e é uma dor insuportável. – deixei cair uma lágrima – Esses dias chegou um garotinho no hospital ele se machucou brincando na neve, bateu a cabeça e me chamaram pra ver se estava tudo bem. Ele tinha um dinossauro e um foguete. Ele ama dinossauros e foguetes. Me lembrei tanto de vocês. Das inúmeras descobertas sobre o espaço e sobre o mundo primitivo em que os dinossauros viviam. Eu sinto tanta falta de vocês. Eu estou tentando fazer justiça, mas parece que está ficando cada vez mais difícil – chorava. Eu fiquei ali tanto tempo que nem me dei conta. Sai de lá fui a um barzinho e me sentei.

XX: Olá... Boa tarde... Quer beber alguma coisa?

Eu: Uísque, duplo e sem gelo.

XX: Ok... Tem preferencia?

Eu: Não. – ele me serviu.

XX: Nunca te vi por aqui.

Eu: É... Eu nunca vim aqui. – ele era um homem negro, alto bem bonito. Deveria ter uns 45 a 50 anos.

XX: Muito prazer, meu nome é Jonny.

Eu: Priscilla... Prazer é meu.

XX: Mora aqui por perto?

Eu: A uns 30 minutos daqui. – coloquei o copo no balcão. – Me vê outro. – ele encheu o copo.

XX: Quer comer alguma coisa? A gente faz um hambúrguer com batata frita delicioso aqui.

Eu: Pode ser. – ele abriu uma janela e pediu.

XX: 20 minutos.

Eu: Obrigada... O bar é seu?

XX: É sim...

Eu: Legal aqui... Bonito, bem decorado.

XX: Passou por reforma a pouco tempo. Agora estou pagando o empréstimo da reforma – riu.

Eu: Falta muito?

XX: Uns 40 mil dólares.

Eu: Vive só daqui do bar?

XX: Minha esposa é bancária, e eu fui bancário também. Ai aposentei por invalidez, perdi a perna num assalto ao banco que eu trabalhava. Levei três tiros na perna e não deu para salvar. Então fui amputado, ganhei uma prótese e aposentei.

Eu: Entendi... – tinha umas 20 pessoas no bar. Meu sanduiche chegou e eu comi. Ele colocou um suco de laranja eu tomei. Eu estava com fome e não sabia. Fiquei ali vendo as pessoas conversarem, outras jogarem sinuca, outras beberem. Meu celular tocou pela milésima vez, era a Natalie. – Preciso ir...

XX: Marido ligando?

Eu: Esposa... O que é pior. – rimos. – Me dá a conta por favor. – ele foi pegar e enquanto ele foi somar eu fiz um cheque e dobrei. Ele me deu a pequena caderneta eu abri com a notinha e tudo tinha dado 60 dólares. Coloquei os 60 dólares dentro e o cheque. Peguei a nota e assinei e atrás escrevi... "sua dívida está paga". – Aqui... Obrigada. Volto em breve, gostei daqui.

XX: Eu que agradeço. Fico feliz... Volte sempre.

Eu:Voltarei – sorri de leve e sai. Entrei no meu carro efui embora.

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora