Claire: Alô?
Eu: Claire, está tudo bem? Tem um monte de ligação de casa.
Claire: A tia Nat não está muito bem. Está de cama, ela passou mal a manhã toda, que a vovó falou e agora ela está deitada, ela não está muito bem.
Eu: O que ela sentiu?
Claire: Ela vomitou muito de manhã, quase desmaiou. O vovô que foi me buscar no colégio.
Eu: Ela está acordada?
Claire: Não, a vovó chamou um médico aqui do prédio que deu uma olhada nela e agora ela está dormindo.
Eu: Ok. Assim que eu conseguir um tempinho aqui eu corro ai em casa tá? Qualquer coisa me liga, ou liga na recepção do hospital que eles me chamam no auto falante.
Claire: Ta bom. – desligamos. Fiquei preocupada com a Nat. Eu tinha duas horas e meia de jantar. Então eu trabalhei o resto da tarde e sai pra jantar. Avisei que ia jantar em casa e como era bem perto eu fui em casa.
Eu: Oi mãe.
Mãe: Oi filha. O jantar está quase pronto. A Jenny deixou tudo adiantado.
Eu: Como a Natalie está?
Mãe: Está bem. Tomou um banho está bem melhor. Mas me deu um susto de manhã. Ela passou muito mal.
Eu: E o que o medico disse?
Mãe: Disse que ela está desidratada, deu um remedinho pra ela e ela bebeu bastante agua de coco hoje, e está bem melhor filha. Está lá em cima brincando com a Ivy. – eu subi. – Oi...
Nat: Oi amor... Olha a mamãe...
Eu: Oi pequena. – a beijei – Cheirosa demais. – dei um selinho na Natalie – Soube que não passou bem, que um médico aqui do prédio veio aqui te ver, o que houve?
Nat: Foi um mal estar, não sei se foi algo que eu comi, só sei que eu vomitei muito, acabei desidratando um pouco.
Eu: Está melhor agora? Quer ir ao hospital fazer uns exames?
Nat: Eu estou bem agora, não se preocupe. Veio aqui só pra isso?
Eu: Sim. Meu plantão acaba só amanhã as 13 horas. Vou jantar aqui e vou voltar. Não quer mesmo ir ao hospital?
Nat: Não amor, eu estou bem.
Mãe: Dá licença... O jantar está na mesa. – a gente desceu e se serviu.
Pai: Filha, o que acha de passarem o natal com a gente no Brasil? Sei que a gente perdeu as crianças, a mãe das meninas, mas a gente podia se reunir no natal, agradecer a Jesus pela nossa saúde, pelas coisas que conquistamos também, por mais difícil que seja a data.
Eu: Eu pensei nisso também pai. Mas eu preciso ver se consigo pelo menos uma semana no hospital. Se eu conseguir a gente pode ir para o Brasil. A Claire é louca pra conhecer o Rio de Janeiro.
Claire: Sou mesmo.
Mãe: Vai ser muito bom ter vocês em casa para o natal. – a gente jantou conversando, eu escovei os dentes e voltei para o hospital. Já cheguei atendendo e foi assim até de madrugada. Dormi cerca de três horas e atendi sem parar até as 12:30. Tomei um banho, me troquei e fui embora. 48 horas plantão encerradas. Fui pra casa estava morrendo de fome, todos almoçavam, menos a Natalie que tinha ido buscar a Claire na escola. Meus pais iam embora no voo das 16 horas e tinham que estar no aeroporto as 14:30 eu ia leva-los. Almocei com os dois, a Natalie chegou com a Claire, eles se despediram e eu fui leva-los.
Pai: E então filha acha que vai dar pra ir ao Brasil no natal?
Eu:Acho que sim pai. Vai ser bom pra gente, para as meninas também, a genteprecisa sair um pouco daqui. – logo chegamos ao aeroporto os agradeci porterem ido pra lá, ficar com a gente, ajudar nesses momentos. Eles fizeram checkin e foram pra sala vip então eu fui pra casa. Cheguei em casa me troquei edeitei, estava exausta. Dormi até o fim da tarde e acordei com a Ivy em cima de mim.
Ivy: Mamãe... Mamãe.
Eu: Oi filha... Deita com a mamãe deita...
Ivy: mama...
Eu: Você quer mama? Então vamos providenciar... – me sentei na cama e ela sorriu me fazendo sorrir também – Carinha linda – a beijei.
Nat: Aqui sua mamadeira filha – deu a ela.
Eu: Eu estou cansada Nat...
Nat: Desculpa amor, ela dormiu junto comigo ai do seu lado e eu desci pra fazer a mamadeira, mas ela acordou antes.
Eu: Tudo bem.
Nat: Quer comer alguma coisa?
Eu: Não. Vou esperar o jantar.
Nat: A Claire que está cozinhando. O cheiro está ótimo.
Eu: Ela está indo tão bem nas aulas de culinária né?
Nat: Sim, está. A gente precisa ver a reforma do quarto dela, pra separar as duas logo.
Eu: Sim. Você falou com aquela decoradora do nosso apartamento?
Nat: Falei. Ela disse que em 2 semanas entrega os dois quartos.
Eu: Então chama ela aqui, senta com a Claire e ela pra ver os quartos, pra ficarem prontos antes do natal, porque se a gente for para o Brasil, já vai estar pronto.
Nat: Ok, tudo bem. – no jantar eu bebi demais a Natalie claramente ficou incomodada. – Pri, você bebeu uma garrafa de vinho sozinha, você não acha que está bebendo demais não?
Eu: Vai ficar me controlando agora? Me vigiando?
Nat: Não... Não é isso, mas é que você está tomando remédios, não pode ficar misturando com bebidas.
Eu: Eu sou médica e por mais que eu queira, eu não vou morrer não, fica tranquila. – entrei no banheiro. Fiquei me encarando no espelho um tempo e comecei a chorar. Eu estava explodindo por dentro, eu estava morrendo aos poucos. Eu queria meus filhos comigo, eu sentia uma falta absurda, uma falta que me dilacerava. Eu fui pra cama, tomei meus remédios e dormi rápido. Acabei sonhando com meus filhos e acordei gritando de madrugada.
Nat: Amor... Calma... Está tudo bem...
Eu: O Leo e o Lucca, onde eles estão? – ofegava.
Nat: Amor... – a voz dela embargou.
Eu: Meus filhos estão mortos... Mataram meus filhos... – desabei em lágrimas.
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PARTES DE NÓS
Hayran KurguMeu nome é Natalie Kate Smith Pugliese, tenho 35 anos sou empresária, CEO da United em Nova York. Hoje moro num tríplex no Upper East Side em Manhattan, acabei de me mudar com a minha esposa. Sou casada a 12 anos com Priscilla Álvares Pugliese, ela...