XX: O sanduiche, as fritas e o suco – chamaram da cozinha e ele pegou e colocou na minha frente.
Eu: Hum, delicia... Acredita que eu só tomei café da manhã as 7 horas e depois só mais dois cafezinhos e fiz 2 cirurgias e não parei pra almoçar? Ai me deu uma vontade de comer esse sanduiche e vim aqui.
Jonny: Você é maluca – riu. – Eu não sei se posso aceitar. Minha mulher falou que é presente de Deus.
Eu: Não sou pretenciosa a tal ponto de me achar Deus. Mas é um presente de uma nova amiga. Aceita, paga sua divida e vai dormir tranquilo, toca teu bar que é um barato, quero trazer minha mulher aqui assim que possível.
Jonny: Obrigado por isso... Fazemos questão de oferecer um jantar pra você e sua esposa.
Eu: E nós iremos...Tem filhos?
Jonny: Quatro.
Eu: É muito filho...
Jonny: É... E a mais velha de 17 anos está terminando agora o high school e quer ser médica. Ela é um gênio.
Eu: Se ela precisar de uma carta de recomendação eu faço questão de fazer.
Jonny: Obrigado, ela vai gostar de saber disso. Ela passa horas lendo sobre medicina, estudando casos.
Eu: Tenho um caso, vou levar pra ela quando tiver oportunidade, ela vai gostar de desvendar.
Jonny: Com certeza. – riu. – Ela se chama Alisha. Tem o Dennis de 14 anos, ama basquete, diz que vai ser um astro do basquete, e tem potencial. Tem o Kaleb de 06 anos muito barulhento, então se fizer silencio, pode ter certeza que ele está fazendo algo muito errado, e tem a Mayla, de 02 anos e meio, ela é um docinho, calminha como a mãe. Ama bonecas, brincar de panelinhas.
Eu: Minha filha descobriu essa paixão por panelinhas, ela acabou de fazer dois anos.
Jonny: Não sabia que tinha mais filhos, lembro de ter visto que eram só os meninos.
Eu: E não tinha. Claire tem 14 anos faz 15 em maio e a Ivy tem 2 anos. Eu cuidei da Louise, mãe delas, ela tinha uma doença degenerativa muito grave. Minha esposa conheceu as meninas por acaso no hospital e quis ser lar temporário delas. A gente já estava falando de ser lar temporário para crianças em situação de vulnerabilidade, ou aguardando parentes, ou em transição para adoção, enfim... O caso delas nos chamou atenção e assumimos a guarda provisória. Nos afeiçoamos muito por elas, pela Louise, criamos uma grande rede de apoio, amizade, carinho, amor. Louise não tinha familiares, e as meninas poderiam ser separadas, então perto dela falecer, ela passou a guarda das meninas para nós, porque já amávamos muito essas garotas, e não queríamos que elas ficassem com a única parente viva que é um verdadeiro monstro. Ela partiu e hoje somos oficialmente uma família. Minha esposa está grávida, de quase 5 meses ainda não sabemos o que é o bebê, a gente quer surpresa e não importa o sexo, só amamos muito essa criança, assim como amamos as meninas, amamos nossos filhos e queremos que justiça seja feita. – mordi meu sanduiche.
Jonny: Que loucura...
Eu: Pois é... Ontem passei o dia todo no cemitério, debaixo de neve. Tentando absorver tudo isso. Eu estou com raiva Jonny. A audiência ia ser ontem e foi adiada. Estou com a sensação de que isso nunca vai ter fim.
Jonny: Única coisa que funciona muito bem aqui nos Estados Unidos é a justiça para crimes hediondos e crimes fiscais. Então não vai importar o tempo, o caso vai ter andamento e os responsáveis pagarão por isso. – ficamos conversando enquanto eu comia. Logo terminei a esposa dele chegou lá, Andrea, uma mulher linda demais, com o sorriso largo. Conversamos um pouco e eu tive que ir embora. Ele não quis que eu pagasse pelo lanche, disse que agora eu tenho sanduiches infinitos no bar eu disse que não aceitaria, que eu pagaria. Hoje deixaria passar, mas eu pagaria. Eles iam marcar o jantar e depois eu ia marcar também um jantar pra eles e a família na nossa casa, apresentar a culinária brasileira pra eles. Cheguei no hospital, escovei os dentes liguei pra Natalie e depois fui atender. No meio da madrugada meu celular tocou era de casa, atendi assustada.
Eu: Alô?
Nat: Amor?
Eu: Oi amor está tudo bem? São duas da manhã.
Nat: Eu te acordei?
Eu: Não. Sai de uma cirurgia acabei de falar com a família do paciente. Aconteceu alguma coisa?
Nat: A Claire está com febre e a Ivy também, e as duas também estão vomitando e estão com diarreia.
Eu: Virose nesse frio?
Nat: Acho que sim. É incomum mas acontece.
Eu: Ok... Eu chego as 8 da manhã, vou colocar as duas no soro, mas por hora as mantenham hidratadas e dá um antitérmico.
Nat: Já estou fazendo isso. Como está ai?
Eu: O dia foi cheio, tem conto quando eu chegar. Fiz um amigo ontem no bar que eu bebi voltei lá hoje.
Nat: Bebeu e foi trabalhar Priscilla?
Eu: Está maluca? Eu fui comer o sanduiche de lá que é maravilhoso. Eu dei dinheiro ao dono pra quitar uma divida alta – contei por alto pra ela, ficamos conversando cerca de meia hora e desligamos. Tomei um café e fui ver alguns pós operatórios, fui na emergência também, fui na UTI. Passei na sala do chefe, ele estava cansado. – Chefe?
Chefe: Oi, entra... Quer um café? – ele fazia um café pra ele.
Eu: Não obrigada, acabei de tomar. Dia intenso hoje.
Chefe: Sim. A neve está muito escorregadia. Atendi uma mulher grávida, caiu na escada de fora da casa, quase perdeu o bebê. No susto a mãe dela sofreu um infarto quase morreu, e o marido tentando chegar aqui bateu o carro.
Eu: Que loucura. Mas estão todos bem agora?
Chefe: Sim, estão. Minha esposa ligou do abrigo de sem teto, precisam de mais colchões e cobertores, de mais alimentos para a sopa, mais agua, tem muita gente precisando. Ela me ligou avisando que ia tirar 5 mil dólares da nossa conta para comprar colchoes e cobertores.
Eu: Vou fazer uma doação também, como posso enviar?
Chefe:Pode ir até lá, pode enviar um cheque, ou fazer um pix, ou uma transferênciabancaria. Tenho um cartão aqui da ONG. – abriu a gaveta e me deu. Eu fiz um pix de 10mil dólares e ele avisou a ela. Eu já tinha enviado dinheiro para a ONG quecuida dos animaizinhos também, dos idosos, das mulheres desamparadas e dosorfanatos. Eu e a Natalie contribuímos todos os anos. A gente tinha muito paranós e abençoar outras pessoas era mais que nossa obrigação. Não poderíamosresolver os problemas do mundo, mas poderíamos amenizar de algumas pessoas.Conversei um pouco com o chefe e fui para a minha sala. Vi alguns prontuários,evolui, passei visita ao amanhecer e logo me troquei passei meu cartão e fuipra casa. Nevava muito, as aulas continuavam suspensas.
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PARTES DE NÓS
FanfictionMeu nome é Natalie Kate Smith Pugliese, tenho 35 anos sou empresária, CEO da United em Nova York. Hoje moro num tríplex no Upper East Side em Manhattan, acabei de me mudar com a minha esposa. Sou casada a 12 anos com Priscilla Álvares Pugliese, ela...