Capítulo 97

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Coloquei um avental e entrei na sala.

Eu: Histórico...

XX: Caroline Austin 3 anos. Apresentou febre, vomito, letargia por 3 dias. A mãe levou ao pediatra que receitou antibióticos pra ela. Muito fortes para a idade dela. E a uma hora ela não responde a chamados, o bracinho esquerdo está mole e a perninha também. Já coletamos sangue e já pedimos um exame de imagem pra ela vamos fazer agora.

Eu: Caroline olha pra titia... Olha essa luzinha princesa... – ela acompanhou lentamente. – Aperta a mão da titia... – ela apertou só um lado e com fraqueza. – Mexe os pezinhos – ela mexeu só um. – Ela tem histórico de doenças ou de alergias?

XXX: Ela é alérgica a nozes e a acido acetilsalicílico.

Eu: Ok. Vamos para a tomografia e volto para falar com a senhora. – a levamos. Eu fiz exame nela e ela estava tendo um derrame. Uma criança de 3 anos. – Tem algo errado... O exame de sangue dela, e de culturas, por favor.

XX: Estão chegando doutora... – logo apitou.

Eu: Meu Deus... – suspirei. – Conseguiram o histórico médico dela?

XXX: Sim doutora. A pediatra dela se chama Kim Russel Mamede.

Eu: Essa não é aquela mulher jurássica que atendeu aqui a alguns anos e foi demitida por negligência e não sei por qual motivo não perdeu o registro médico dela?

XXX: Ela mesmo doutora.

Eu: Eu quero uma assistente social e um policial pra ontem aqui... – levamos a menina pra UTI e a entubamos. Logo chegou a assistente e 3 policiais. – Por favor venham comigo... – fomos pra uma sala. – Meu nome é Priscilla Pugliese eu sou chefe da neurologia desse hospital. A criança Caroline Austin de 3 anos deu entrada com febre, vomito, letargia persistente por 3 dias. A mãe a levou na pediatra, uma médica que não deveria mais estar atendendo uma criança. Ela teve um derrame. Uma criança de 3 anos teve um derrame.

Policial: Ainda não entendi doutora. O que nós podemos fazer a respeito?

Eu: Estou atestando negligencia médica. Essa criança tem um histórico imenso de doenças frequentes, de febres, de pneumonias e todos os atendimentos dela foram nessa médica. Só que a médica não diagnosticou o motivo disso tudo. Ela tem doença falciforme. E ela acabou de condenar essa criança. – na mesma hora ele pegou o celular.

Policial: Preciso de uma delegada aqui. Caso de negligência médica infantil. Presbyterian Columbia Cornell. – me olhou – Qual o nome da médica?

Eu: Kim Russel Mamede. O registro médico dela é 741544.

Policial: Kim Russel Mamede, pediatra registro médico 741544. Ok. Estamos no segundo andar sala 202. – desligou – Em cinco minutos chega a delegada Katerine.

Eu: Obrigada. Vamos aguardar antes de falar com os pais da menina. – a delegada chegou com um ficha extensa da doutora Kim. Ela estava respondendo a 59 processos e estava atendendo a 4 anos clandestinamente com o nome Kimberly e não Kim como era o nome real dela. A delegada registrou tudo e pedi para chamarem os pais da menina. Logo eles chegaram e se assustaram.

XXX: O que é isso? Por que tem tanto policial aqui? Cadê minha filha?

Eu: Senhor e senhora Austin, sentem-se por favor. – eles se sentaram. – A Caroline está na UTI, a filha de você teve um derrame.

XXX: Ela só tem três anos doutora, não é possível. – a mãe falou assustada. – Foram os antibióticos?

Eu: Sim e não. Os antibióticos eram muito fortes pra ela. Foi uma dose de adulto para uma criança de 3 anos. Mas o pior não é isso. Eu peguei os registros médicos dela, como sabe, quando se trata de uma criança ficam disponíveis para qualquer hospital. Ela nunca deu entrada em hospitais, só na clinica médica da doutora Kim Russel.

XXX: Sim, ela é pediatra dela.

Eu: Eu perguntei a senhora se ela tinha alguma doença a senhora disse que não, mas ela deu entrada só esse ano 22 vezes na clinica da doutora Kim.

XX: Tudo isso? Erika?

XXX: Ela é criança, e criança fica doente, eu nunca achei que fosse grave.

Eu: Dona Erika, a Caroline tem uma doença falciforme, por isso ela adoece tantas vezes.

XXX: Meu Deus...

Delegada: Senhor e senhora Austin, tinham ciência de que a doutora Kim Russel Mamede está respondendo a 59 processos por negligencia médica e não podia estar clinicando e está usando nome falso?

XXX: Não... Claro que não.

Delegada: Pois é... Eu vou entrar em contato com o juiz agora pra expedir um mandado de prisão contra ela. Preciso do depoimento de vocês dois. – eu expliquei todo o caso da menina, logo chegou outro neuro plantonista.

Eu: Esse é o doutor George, ele estava numa cirurgia. Ele vai ficar responsável pela criança agora.

XXX: Não pode ser você?

Eu: Minha filha foi espancada e está numa sala de cirurgia agora, eu preciso ficar com a minha esposa e esperar por noticias dela. Mas a Caroline está em ótimas mãos, e ele vai indicar o melhor medico para tratar a doença falciforme dela. Com licença. – eu subi. – Alguma novidade?

Nat: Não... Isso está me matando. Essa espera. Tem algo errado Priscilla...

Eu: Não tem... o caso é sério Natalie por isso está demorando. – suspirei. Eu queria chorar, mas eu não podia. Eu só queria ver minha filha bem. Depois de mais duas horas de espera o doutor Endrew e a Marise vieram junto com um otorrino. – E ai como ela está? – eu levantei rapidamente junto com a Natalie.

Endrew: Foi uma cirurgia difícil, ela tinha várias costelas quebradas, ela teve uma fratura na região do pescoço, que a Marise estabilizou na cirurgia, ela rompeu o baço que foi retirado, por isso ela estava com hemorragia interna e o doutor Joshuá fez a cirurgia no nariz dela. O braço dela foi imobilizado, o pé também. O braço não precisou de cirurgia ortopédica.

Nat: Meu Deus...

Eu: Ela tem movimentos? Minha filha tem movimentos?

Marise: Sim Priscilla, ela tem todos os reflexos preservados – eu soltei o ar que eu estava segurando. – Vai ser uma longa recuperação, ela vai passar um bom tempo nesse hospital. As próximas 48 horas são cruciais pra ela.

Nat: A gente pode vê-la?

Endrew: Vou permitir, cinco minutos. – nós duas fomos até lá nos vestimos.

Eu: Amor ela está muito machucada. Muito mesmo... não pode tocar nela ok? Eu sei que a vontade é pegar no colo – deixei cair uma lágrima – Mas não pode tocar nela.

Nat: Tá bom. – secou as lágrimas e entramos – Meu Deus... O que fizeram com a minha filha? – colocou as mãos na boca chorando.

Eu: Calma... – a abracei... A gente se aproximou – Oi filhinha, a mamãe está aqui com você. Vai ficar tudo bem tá meu amor? Vai ficar tudo bem.

Nat: Eu te amo filha, a gente vai dar um jeito nisso, vamos pegar quem fez isso ok? Eu te amo minha filha eu te amo.

Eu: Te amo filhinha, te amo muito. Vai ficartudo bem tá? A gente vai pegar quem fez isso com você. – a gente teve que sair. Eu pedi pra ver osexames dela, peguei um tablet do hospital e levei pra casa. Eu queria estudaros exames dela. 

PARTES DE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora