Eu estava na janela do meu quarto, olhando para o movimento da rua que estava fraco. Já era duas da madrugada, meus pais já dormiam e eu aqui sem sono.
Eu não estava conseguindo dormir, as palavras do Kleber estavam martelando minha cabeça.
Ou eu dava um jeito de acabar tudo com L2, ou dava um jeito de falar com o Kleber pra ele não dizer nada pra ninguém do meu lance com o Luan.
Bufeu vestindo uma calça jeans. Sai do quarto nas pontas dos pés. Sai de casa e fui correndo para a boca principal.
Não tinha quase ninguém na rua essas horas, então ninguém veria eu indo até lá.
Os traficantes e usuários estavam ali na frente do barraco que era a boca. Alguns estavam sentados na calçada daquele beco, e alguns andavam pra lá e pra cá.
- Tá fazendo o que aqui, mina?
Me virei dando de cara com o Nandinho encostado na parede, com um cigarro no bico me olhando. Me aproximei dele com um certo medo.
Marina: Eu preciso falar com o Luan. - suspirei.
Nandinho: Ele tá ocupado. - sorriu malicioso e eu fiz careta.
Credo!
Marina: Mais é urgente, Nandinho. Não tô de caô, avisa pra ele que preciso lever um lero com ele, agora!
Ele pegou o radinho bufando, e acionou o L2.
L2: Fala porra. - a voz dele soou pelo aparelho, e eu me tremi toda.
Nandinho: A Marina tá aqui fora querendo falar contigo, disse que é urgente!
L2: Filha da puta! - murmurou. - Manda ela ir pro barraco.
Nandinho só me olhou e eu sai dali respirando fundo. Desci para o barraco, e quando fui entrar ele chegou com a moto.
Olhei pra cara dele e vi seu olhar de fúria, e me arrependi de ter ido até lá atrás dele.
Entrei rápido no barraco e me sentei na ponta da cama. Ele entrou, e bateu a porta.
L2: Manda logo a porra do papo, tenho tempo não! - tirou a camiseta, jogando a mesma no chão.
Marina: Eu vim te pedir, quer dizer...te implorar pra você me deixar em paz, Luan. Por favor, eu faço tudo o que você me pedir, só me deixa em paz...
Ele veio com tudo pra cima de mim, segurando meus cabelos, e aproximando seu rosto do meu.
L2: Eu já disse que tu é minha, porra! - disse entre dentes me olhando nos olhos.
Marina: Mas Luan...quando meus pais descobrirem que eu sou seu lanchinho eles vão me matar, me expulsar de casa...- eu disse já com lágrimas nos olhos.
L2: Se tu ficar de bico fechado eles não vão descobrir nada. - apertou mais meus cabelos.
Marina: O problema não é eu contar, e sim o Kleber! - gritei tentando tirar a mão dele do meu cabelo.
L2: Tu tá falando do KL? - me soltou, se afastando um pouco de mim. - Ele sabe, porra? Tu que contou? - gritou vindo na minha direção novamente.
Corri pro outro lado do quarto com meu coração a mil.
Marina: Eu não contei nada, ele que ouviu eu conversando com a minha amiga.
Ele socou a parede xingando todo mundo, e eu só me encolhi no canto.
L2: Eu não vou deixar tu se afastar de mim, tá me ouvindo? - me olhou. - Eu vou dar um jeito nesse Kleber, mais tu não vai largar de ser minha amante!
Ele saiu do barraco batendo a porta. E eu me tremi toda. Ele não podia matar o Kleber! Não podia!
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Era Uma Vez...
Teen Fiction"Sou sua mocinha ou sua bandida... Eu sou o caos que te acalmou... Sou o exílio dos teus sonhos perdidos.. Quem sabe a fuga da sua própria dor... Posso ser o medo que te entrega o beijo... E a coragem que te refaz no olhar... Sou o teu ódio, a sina...