**Capítulo 94**

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Maratona 01/05

Entrei naquele barraco, e de imediato as lembranças de anos atrás vieram na minha mente com tudo. Lembrei de cada momento que tivemos aqui, inclusive da minha primeira vez.

Uma vontade enorme de chorar bateu em mim com força, mas eu segurei o máximo, respirando fundo.

Caminhei até o quarto, e assim que entrei vi ele ali apoiado na janela fumando. Sem mais, já fui pra cima dele, dando um empurrão.

L2: Qualé caralho? Tá maluca? - gritou, me olhando já puto.

Marina: Você que tá maluco, porra! - gritei, empurrando ele de novo. - Você é um filho da puta, cara! Ameaçar a tirar o cara do movimento, se ele continuar comigo? Sério isso, Luan? Coisa de criança, caralho!

L2: Pô, na moral, vai embora vai. Se veio aqui pra isso tá perdendo teu tempo. - me deu as costas e saiu andando.

Puxei ele pelo braço com tudo pra trás, e ele já me olhou com a cara fechadissima, mas eu nem dei bola, tava putona e queria acabar com ele.

Marina: Você desconhece da noção, né? Não quero ficar contigo, e tu vai logo encher a porra do saco das pessoas que gosto, vê se cresce, Luan!

L2: Cala a merda da boca, Marina, tu nem sabe dos bagulhos e quer vir cantar de galo pra cima de mim.

Marina: Cala a merda da boca você! Já tô de saco cheio disso, já. Você ameaça e agora vem...

L2: Se liga, garota! Me enche o saco não, não tô bem hoje, e na boa, acho melhor tu ficar longe de mim.

Marina: É o que eu mais quero! - falei alto.

L2: Então vai embora, porra! - gritou, se aproximando de mim. - Criança do caralho!.

Quando ele disse isso, foi ai que fiquei mais puta, e a vontade de pegar uma arma e atirar nele cresceu dentro de mim.

Marina: Criança nada! Eu era criança quando me envolvia com você a anos atrás. Era burra e cega achando que tu era um príncipe encantado, mas tu não passava de um filho da puta vacilão do caralho! Eu sinceramente não sei como eu fui me apaixonar por você, pois tu não passa de um traficantezinho de merda, um ser desprezível que não merece ser amado por ninguém. Não sei como tua mãe te aguentou, isso se você tiver mãe, né?! Por que até ela eu acho que não te aguentaria, por que ninguém consegue ficar do teu lado por dois minutos sem querer te matar. Tu é um nojento que merecia apodrecer na cadeia, seria uma bênção pra todos não te ter por perto. Com esse teu jeito ninguém nunca vai te amar, por que você só vacila! Eu realmente não sei como pude te amar, seu vacilão, eu sinceramente não sei!

Ele me olhou de um jeito estranho, e ficou me encarando por um tempo. Uma pontinha de arrependimento nasceu em meu peito, e eu me calei ali mesmo.

L2: Vai embora. - pediu baixo, sentando na cama. - Quero ver mais tua cara, não.

Marina: Luan...eu...

L2: Vai embora, caralho! - gritou, me olhando com uma cara péssima. - Ah não, pô, pera ai que também vou falar uns bagulhos pra você.

Ele se levantou e se aproximou de mim, me fazendo andar pra trás até encostar na parede. Luan colou teu corpo no meu, e eu já fiquei tensa.

L2: Tu é uma criança do caralho, que pra se sentir melhor fica falando essa porra igual tu tava falando ai. Egoísta da porra, sempre pensando só em tu. Tu se pergunta como foi capaz de me amar, e agora eu tô me perguntando como fui capaz de amar você! Como fui capaz de me entregar pra policia só pra te proteger. Eu te coloquei na frente de tudo, até de mim mesmo, e antes eu não me arrependia, mas agora tô começando a me arrepender de ter feito aquela porra pensando no teu bem. Na moral, iria tentar de tudo pra gente conseguir se acertar e dar certo, mas agora só quero distância de você, sua filha de puta!

Marina: Luan... - tentei argumentar, mas ele não deixou.

L2: Na boa, é melhor tu ir embora antes que eu perca a paciência com tu e acabe fazendo merda. - suspirou, passando a mão nos cabelos. - É como tu disse né...eu te amo sim, pra caralho! Mas eu sei que ao longo dos tempos, eu vou aprendendo a sentir apenas nojo por você.

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