Maratona 02/05
• L2 •
Marina ficou me encarando por maior tempão, seus olhos já estavam cheio de lágrimas, mas naquele momento eu estava pouco me fudendo pra aquela porra.
A maluca veio que nem doida pra cima de mim, sem nem saber do caô certo, só acreditou no que aquele vacilão lá disse, e pra ela pouco se fodia o resto.
Marina: Luan...me...me desculpa, eu...- tentou vir, mas nem dei ideia.
L2: Ô, na boa, só vai embora, pô. - pedi bem na boa mesmo, pra eu não acabar fazendo merda com essa garota. - Tô sem paciência nessa porra, ainda mais pá tu. Vaza!
Ela ficou me olhando por mais um tempo, e logo se foi, me deixando sozinho naquele barraco.
Na real, os bagulhos que ela mandou pra mim pegou pesado, carai. Pela primeira vez eu senti um bagulho mó ruizão no peito, enquanto lembrava da infância merda que eu tive.
Não sei como tua mãe te aguentou, isso se você tiver mãe, né?! Por que eu acho que até ela não te aguentaria, pois ninguém consegue ficar do teu lado dois minutos sem querer te matar!
Porra, essa foi a parte que mais pesou em mim, na moral. Na hora que ela disse isso, já veio na mente os bagulhos que passei na infância.
A merda da minha vida não foi fácil igual a dela, que passou a infância toda brincando e sendo sustentada e amada pelos pais. Sei que ela já passou por muita treta, todas por minha causa, mas o que ela passou nem se compara com o que já passei.
Pô, com 8 anos eu matei meus pais, que eram uns filhos da puta drogados do caralho. Matei eles depois de chegar em casa e ver os dois vendo minha irmã sendo estuprada por um velho nojento, lá do lixão da onde a gente morava. Ao ver aquela cena, eu fiquei num ódio do caralho, pequei uma arma que tinha conseguido arranjar com os moleques da rua e matei primeiro o velho que tava em cima da minha irmã, e depois matei os filhos da puta que eram meus pais.
Minha irmã morreu naquele mesmo dia. Ela só tinha 1 ano de vida, e não aguentou a surra que levou dos meus pais e o estupro que sofreu naquele dia.
Eu e Barão caimos no mundão e pra sobreviver começamos a roubar os comércios lá de Nova Iguaçu, onde a gente morava.
Cai na Febem com quase 10 anos, foi ai que conheci a vagabunda da Yumi, ela era funcionária lá, limpava os caralhos tudo. Me envolvi legal para ela me ajudar a sair daquela porra, até "gostava" dela, mas na real era só mais uma piranha que se jogava para os novin da Febem.
Fiquei lá até os 14, apanhando todos os dias dos guardas filhos da puta.
Tinha perdido o contado legal com meu irmão, então fiquei sozinho naquela porra.
Foi com 16 que conheci o Teco, que naquela época era gerente daqui do PPG. Cara me ajudou nos bagulhos tudo, na moral. Entrei no crime, começando apenas a traficar nos bailes, depois passei pra vapor, e fui subindo, subindo até conquistar esse complexo inteiro.
Não conquistei de uma forma justa, não, tá ligado? Matei com cinco tiros na testa o antigo dono daqui, depois de saber que ele tinha passado o Teco, só por ele ter feito a contabilidade das bocas erradas.
Tava com sangue nos olhos e matei mermo, logo pegando o comando dessas porra aqui. Isso tudo já com 22 anos nas costas.
PPG antigamente não era do CV, ajudava pra caralho o TCP. Mas ai sai daquela porra, por que os caras já queriam cair em cima de mim, por matar o antigo dono.
Fechei maneirinho com o Grego, e foi ai que reecontrei meu irmão, no tráfico lá do complexo do Lins.
Foi bom isso, tá ligado?! Mas não era mais aquela irmandade de antigamente, que hoje nós nem troca ideia direito, só consideração mermo.
Minha vida nunca foi fácil, desde que entrei nessa porra, os caras querem minha cabeça, mas aqui já é macaco velho, e os cara nem são doidos de pisar na minha quebrada, é bala na certa por que aqui é só os bons.
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Era Uma Vez...
Teen Fiction"Sou sua mocinha ou sua bandida... Eu sou o caos que te acalmou... Sou o exílio dos teus sonhos perdidos.. Quem sabe a fuga da sua própria dor... Posso ser o medo que te entrega o beijo... E a coragem que te refaz no olhar... Sou o teu ódio, a sina...