Maratona 04/05
• Marina •
Tomei um susto do caralho assim que ouvi um disparo de um tiro. Meu coração acelerou, e eu senti um bagulho estranho no peito.
Eu estava sentada em um banquinho ali na praça, me xingando por ter falado aquelas coisas para o Luan.
Peguei muito pesado? Peguei! Mas cara, falei tudo na hora da raiva. Naquele momento eu estava consumida pelo ódio, e só falei a primeira coisa que veio na mente.
Mas agora eu sei que o Luan não vem mais atrás de mim, pois vi em como ele me olhou quando disse aquelas palavras.
Por um lado é bom sabe? Ele não vai mais me encher o saco, mas por outro...eu sinto que preciso ainda dele. É estranho, e confuso demais isso tudo. Puta que pariu!
Quando ele disse aquelas coisas pra mim, eu senti um aperto no peito do caralho, e vi que ele estava certo em algumas coisas.
As vezes sou egoísta pra caralho, só penso em mim, mas tem vezes que coloco o povo sempre na minha frente.
É egoísmo você as vezes se colocar em primeiro lugar?
Pra mim, eu acho que não. Mas na visão dos outros sim!
Continuei ali na praça até anoitecer, sozinha naquele banco, só pensando na minha "discussão" com o Luan.
Janaína me mandou mensagem, perguntando aonde eu estava, e respodi que estava indo pra casa. Ela logo disse pra mim ir correndo pra casa dela, e assim eu fiz.
Cheguei lá quase morrendo, suando toda. Por que eu tenho que soar pra caralho? Puta que pariu! Desço a rua e já tô pingando de suor.
Bati na porta da Jana, e ouvi ela gritando pedindo pra mim entrar. Assim que entrei, ela que estava deitada no sofá, já se sentou, e percebi pelo o olhar dela que não vinha boa coisa pela frente.
Marina: O que aconteceu? - me sentei ao lado dela, que engoliu em seco.
Janaína: Amiga, então....- fechou os olhos, e eu por dentro já estava quase infartando pensando no que poderia ser. - O PC...mataram o PC.
Na mesma hora eu paralisei ali mesmo, encarando ela, que tinha uma careta no rosto.
Marina: Como....por que?
Janaína: Fernando disse que ele tava vacilando muito, e ainda foi contar mentira pra você. Luan não ameaçou ele por causa de tu, ameaçou por causa dos vacilos, e só pediu pra ele ficar longe de você, só.
Fechei meus olhos, me encostando no sofá. Eu não estava sentindo nada naquele momento, nem vontade de chorar, e nem dor por terem matado o PC.
Era estranho, pois sempre pensei que iria chorar pra caralho se o PC morresse, mas tô bem plena, só sentindo que tudo iria mudar nessa porra!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Era Uma Vez...
Ficção Adolescente"Sou sua mocinha ou sua bandida... Eu sou o caos que te acalmou... Sou o exílio dos teus sonhos perdidos.. Quem sabe a fuga da sua própria dor... Posso ser o medo que te entrega o beijo... E a coragem que te refaz no olhar... Sou o teu ódio, a sina...
