**Capítulo 90**

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Eu já estava começando a ficar irritada com aquele silêncio todo. O cara me chama pra conversar, e não diz nada, porra!

Marina: Não vai dizer nada?

L2: Tu ficou linda demais loira. - falou, me encarando sério, e eu revirei os olhos.

Marina: Não começa, por favor. Você disse que íamos conversar sobre o que aconteceu, então só fala tudo logo pra eu poder ir embora. - suspirei, batendo as unhas na mesa.

Ele ficou me encarando por um tempo, e dessa vez eu sustentei o olhar. Luan soltava a fumaça do cigarro, ainda olhando em meus olhos, e meu coração já chegou a bater mais rápido, e eu lá sem entender nada daquilo.

L2: Sabe por que eu assumi a Gabriela? - se inclinou pra frente, se apoiando na mesa.

Marina: Por que...você ama ela. - falei bem baixo, sentindo meu peito apertar.

L2: Eu não amo ela, não caralho. Aquela lá não passa de uma Maria fuzil só querendo meu dinheiro. Eu amo é tu, porra, sempre foi tu.

Senti meu corpo todo tremer, e eu engolir em seco. Neguei com a cabeça, fechando os olhos.

Eu só queria saber o que ele ganhava me iludindo desse jeito, que porra.

Marina: Você disse olhando em meus olhos que amava ela, que pra você eu não passava de uma simples amante. - falei baixo, sentindo um nó em minha garganta. - Aquilo...aquilo me machucou demais, porra, eu fiquei dias chorando me perguntando o por que daquilo tudo, o por que de você amar ela, e não amar a mim.

L2: Marina, é tu que eu amo, caralho. Eu só assumi aquela mina, pra te proteger quando eu caísse. Eu já sabia que ia ser preso na operação, e o PCC tava ameaçando matar geral, pô. Não podia deixar tu em risco não, não ia aguentar a pressão de te perder por vacilo meu, porra. Eu preferi te fazer me odiar do que perder tu nessa guerra toda.

Fiquei parada olhando pra ele, sem reação alguma. Meu peito doia, e sinceramente não sei se acreditava ou não nessa história toda. Eu estava toda confusa, minha cabeça doia, e pela primeira vez em muito tempo eu senti vontade de chorar.

L2: Eu passei a porra dos oito anos só pensando em tu. Pedi pro Grego pra mandar alguém ficar te escoltando e te protegendo, por que eu não podia de jeito algum te perder. Não daria pra eu segurar essa barra. Quando me mandaram o papo que tu tava saindo com esse cara ai, o PC, eu fiquei maluco, só faltou eu quebrar os caralhos lá da cadeia, fiquei malucão mermo.

Marina: Eu segui minha vida né...

L2: Já eu não, eu poderia sim ter pedido para os caras mandarem algumas minas pra me fazer visita íntima, mas não pedi pô, por que eu não conseguia mais ficar com outra mulher, sem ser você, por que eu sentia que tava de alguma forma te machucando.

Marina: Você acabou comigo quando assumiu ela, e não a mim. - falei baixo, sentindo meus olhos arderem.

L2: Eu já não te mandei o papo o do por que eu ter assumido aquela mulher, porra? - me encarou, de cara fechada.

Marina: Mas quem me garante que tu não tá mentindo pra mim outra vez?

L2: Quando foi que eu menti pra tu? Diz pá mim, ai. - cruzou os braços, se encostando na cadeira.

Marina: Quando você me prometeu não me iludir, e não me machucar, mas...você acabou fazendo isso, me iludiu, e me machucou da pior forma, Luan.

Fechei meus olhos e senti as lágrimas caindo por meu rosto bem devagar. Pronto, esse só foi o começo, faz tanto tempo que não choro tentando ser forte, que agora que tô chorando não vou conseguir parar tão cedo.

Era incrível em como esse cara me deixava tão vulnerável. Nesses anos todos que ele esteve fora, eu poucas vezes chorei, mas é só ele voltar que já na primeira convensa já estou chorando que nem maluca.

L2: Tá chorando por que, garota?

Marina: Por que você realmente me magoou, Luan. Eu confiei em você, mas tu me machucou demais. - falei baixo, limpando minhas lágrimas.

Me encostei na cadeira, e chorei, chorei demais, igual a uma criança que acabou de se machucar, ou sla. Eu sentia todas as lágrimas que segurei por anos descendo sem parar por meu rosto, e eu me sentia fraca diante desse homem.

L2: Eu só fiz aquilo tudo para o tem bem, Marina.

Marina: Mas acabou me machucando, e não me deixando bem. - disse bem baixo, tentando fazer as lágrimas pararem de cair, mas tava foda, real!

Vi o Luan se levantar e vir caminhando até mim, ele me levantou pelo braço, e sem eu dizer mais nada, ele me puxou e me abraçou apertado.

Fiquei sem reação total, e nem retribui a aquele abraço.

L2: Me perdoa, pô, na moral. - pediu baixo, e eu neguei com a cabeça chorando mais. - Eu sei que fiz merda pensando no teu bem, e que na verdade só acabou te machucando, mas me perdoa, garota!

Me separei dele, passando as mãos no rosto, e balancei a cabeça, suspirando alto.

Marina: Eu te perdôo, Luan. Mas contato com você eu não quero mais.

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