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Anos depois...
• Marina •
Eu olhava aquelas crianças brincando ali na praça, e sentia saudade de quando eu era apenas uma pirralha inocente, que só pensava em comer e brincar com o povo da rua.
Você só da valor nessas coisas quando já passou dessa fase, quando não tem mais como voltar atrás e aproveitar mais aquilo tudo que você vivia achando que nunca iria passar, e tudo se acabar.
É foda, pô!
Janaína: Caralho, Marina, tu é uma mentirosa da porra, mano, na moral. - ouvi ela falar, e me virei dando risada. - Tu falou que ia tá no trampo essa hora, e tá aqui moscando. - cruzou os braços, negando com a cabeça.
Marina: Cara, se eu falasse que hoje era minha folga tu teria me obrigado a descer no asfalto, e eu não tô afim de ir pra lá não. - fiz careta, terminando de comer a casquinha do meu sorvete.
Janaína revirou os olhos, e se sentou ao meu lado, roubando o resto da minha casquinha.
Essa garota queria me arrastar pro asfalto só pra ficar vendo roupa pra ela, e isso cansa, ainda mais nesse sol dos infernos que tá hoje. Ninguém merece, não.
Por isso falei que iria trabalhar, e que não daria pra mim descer hoje, mas na verdade tava de folga do hospital, depois de dias virando as noites lá.
Tava exausta, real mermo. Enfermeira não para um segundo, ainda mais no postinho daqui do complexo.
Mas graças a Deus eu consegui me formar na faculdade de enfermagem, e hoje já com 23 anos nas costas trabalho no posto daqui do PPG. Ganho até que um salário ótimo, que da pra pagar as contas de casa, e ainda comprar minhas coisinhas, e mais alguns negócios ainda.
Janaína trabalha como manicure no salão daqui do Galo, de terça a sábado ela tá lá fazendo milhares de unha todos os dias. Depois que ela se assumiu com o Nandinho, a gente anda um pouco afastada, mas sempre fazemos de tudo pra sair algumas vezes na semana.
Realmente muita coisa mudou nesses oito anos. Eu amadureci pra caralho depois de toda a confusão de anos atrás. Deixei de ser aquela garota emocionada, que chorava por tudo, e virei um verdadeiro mulherão da porra.
Confesso que algumas vezes tô por ai chorando por besteirinha, mas é que esse é meio que o meu "jeito" de ser.
Do nada, senti alguém me abraçando por trás, e logo sorri ao sentir o perfume gostoso do meu homem.
PC: E ai, amor. - falou, beijando meu pescoço.
Marina: Oi. - me virei pra ele sorrindo, e dei um selinho nele.
Eu e o Pablo estamos juntos a dois anos já. Foi do nada que a gente começou a se envolver, sabe? Ele era vapor novo daqui do morro, e no primeiro baile já ficamos juntos.
Desde então estamos nesse caminhada juntos. Eu gosto dele demais, mas confesso que ainda não amo.
Meus sentimentos são confusos demais. As vezes me pego sorrindo igual boba lembrando dos momentos maravilhosos que tive com o Luan anos atrás.
Mas ai logo me xingo, por estar relembrando daquilo.
Já faz tanto anos, que ainda não sei como não esqueci daquelas merdas todas, na moral.
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Era Uma Vez...
Teen Fiction"Sou sua mocinha ou sua bandida... Eu sou o caos que te acalmou... Sou o exílio dos teus sonhos perdidos.. Quem sabe a fuga da sua própria dor... Posso ser o medo que te entrega o beijo... E a coragem que te refaz no olhar... Sou o teu ódio, a sina...