**Capítulo 82**

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Dias depois...

Marina

PC: Vai trabalhar mais tarde? - me olhou, deitado na minha cama, enquanto eu vestia minha roupa ali.

Marina: Não era né, mas eu vou. - suspirei alto, amarrando meus cabelos.

PC: Pô, também tenho turno mais tarde, vou sair só de oito da manhã, mó barra. - murmurou, bufando.

Marina: Vou sair de seis da manhã. - olhei pra ele, e fui em sua direção, deitando ao seu lado.

Pablo ficou passando a mão em meus cabelos, enquanto meu olhar estava preso no teto. Eu estava suando que nem uma maluca, tinha transado a tarde toda com o PC, e mesmo depois de eu tomar um banho, não parei de suar, é foda.

PC: Pô, quando que tu vai me levar pra trocar ideia com teus pais? - perguntou, e eu olhei pra ele.

Marina: Você sabe que não dá. Eles não aceitaram com o Luan, então não vão aceitar com você também, por que tu é do tráfico.

Meus pais, mesmo depois de anos, eles ainda não olham na minha cara, ainda sentem raiva de mim.

PC: Na moral, tu já parou pra pensar que em tudo o que eu falo, a sua resposta sempre tem esse Luan no meio? - perguntou, se sentando na cama. - Tô cansadão disso, papo reto.

Marina: Nada a ver Pablo, eu em. - bufei, puxando ele pra deitar ao meu lado novamente.

Pablo sentia um ciúmes enorme do Luan, sempre que eu citava ele em algo, o PC ficava puto, real.

******

Entrei no hospital, forçando mais o meu coque na cabeça. Olhei em volta, e percebi que o hospital estava mais cheio que o normal.

Passei na recepção pra troca de turno, e depois peguei as fixas dos pacientes que eu tinha que dar uma olhada, antes do médico.

Fiquei horas cuidando dos pacientes que estavam ali. Na moral, eu estava praticamente pegando o lugar dos médicos, por que estava fazendo os serviços deles, por que os caras estavam tudo lá sentados na mesa deles, anotando receitas só.

Era foda!

Mas o que me deixava mais triste, era ver várias crianças chegando ali com assistente social, todas machucadas e abandonadas por ai.

Isso me quebrava toda, e eu me segurava o máximo para não chorar na frente delas, tentava mais que tudo sempre estar com o sorriso no rosto enquanto estava atendendo elas.

Já fiz estágio em outros hospitais, e sempre tinha aqueles casos, que quebrava meu coração real. Já perdi muito paciente que cuidei com um carinho enorme, e isso era triste demais.

Parei de lembrar dessas coisas, assim que a Joyce gritou que tinha paciente baleado indo pra sala de cirurgia.

Aqui no posto só tinha uma sala de cirurgia, era foda isso, mas o governo tava pouco se fudendo pra isso aqui.

Continuei cuidando do povo, enquanto via várias enfermeiras correndo pra lá e pra cá por aqueles corredores.

A gente não parava um segundo, sempre estávamos correndo que nem malucas por esse hospital.

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