Já era dez da noite. Eu já tinha jantado, e estava deitada no sofá na sala. Minha cabeça tava a mil, vários pensamentos de como será quando meu pai chegar em casa.
Eu estava com medo, num é nem dele me bater, e sim ele querer me expulsar de casa. Se ele fizer isso eu não sei pra onde eu iria, na moral.
Já tinha falado com a Janaína, e ela me disse que o complexo inteiro tá comentando sobre isso. Bando de fofoqueiros que não tem mais o que fazer na porra da vida.
Minha mãe não olhou mais na minha cara depois das coisas que ela me disse mais cedo. Não podia negar que estava mal por ter decepcionado ela. Essa mulher dá a vida por mim, e eu vou e dou esse desgosto a ela.
Me assustei com a porta se abrindo com tudo. Meu pai entrou em casa com uma cara nada boa, ele já me deu uma encarada monstra, e ali eu entendi que estava fudida.
Carlos: Só me diz que tudo o que estão dizendo é mentira? Só isso. - suspirou.
Abaixei minha cabeça morta de vergonha. A vontade de chorar já estava batendo, e ela veio com tudo quando ele puxou meus cabelos.
Carlos: Como você pôde se sujeitar a isso, Marina? - gritou, me jogando no chão. - Eu sempre te avisei pra ficar longe desses filhos da puta, e tu foi se envolver logo com o pior, porra! Tu não tem noção, não?
Marina: Eu...eu não tô com ele por que quero, pai. Ele me obriga a ser amante dele, dizendo que....
Não pude terminar de falar, pois ele me interrompeu com um tapa forte em meu rosto. Foi ai que deixei as lágrimas saírem mesmo, não consegui me segurar.
Marina: Me desculpa, pai, me desculpa. - olhei pra ele.
Carlos: Cala a tua boca, Marina! Tu é um desgosto! Eu não merecia ter uma filha como você. Sempre fiz de tudo por você, te dei do bom e do melhor, as vezes deixando faltar as coisas pra mim para poder dar pra você. - me deu outro tapa. - Eu não posso ter uma filha vagabunda em casa, não posso!
Isso me doeu demais. Ouvir ele me chamando de vagabunda me quebrou mais ainda.
Carlos: Você pode ir embora dessa casa agora! - apontou pra porta.
Marina: Pai, não, por favor, não! - me ajoelhei na frente dele, juntando as mãos.
Carlos: Sai, agora! - berrou, e chutou minhas pernas.
Diana: Carlos, eu acho...
Carlos: Vai defender essa piranha mesmo, Diana? Quer ir com ela?
Minha mãe abaixou a cabeça, e eu me levantei.
Marina: Vou pegar minhas coisas, e....
Carlos: Tu não vai pegar nada, pode sair dessa casa agora! - me empurrou pra porta.
Ele abriu a mesma, e me jogou na rua como se eu fosse um lixo.
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Era Uma Vez...
Teen Fiction"Sou sua mocinha ou sua bandida... Eu sou o caos que te acalmou... Sou o exílio dos teus sonhos perdidos.. Quem sabe a fuga da sua própria dor... Posso ser o medo que te entrega o beijo... E a coragem que te refaz no olhar... Sou o teu ódio, a sina...