**Capítulo 30**

39.7K 2.6K 495
                                    

Janaína

Eu subia aquele morro morrendo, de verdade. Tava um sol dos infernos, e minha mãe mandou eu ir na padaria perto da barreira só pra buscar pão. Um saco, né? Puta que pariu, ninguém merece isso, não.

Fechei meus olhos assim que ouvi aqueles malditos foguetes. Cara, na hora não pensei em mais nada, só virei o flesh e sai correndo que nem uma louca.

Os tiros começaram com tudo, e eu subindo aquele morro na velocidade da luz. O pão? Já tinha caído em algum canto do morro ai. Nem tava me importando, só queria chegar em cada logo. Entrei em um beco, e me bati em alguém.

Nandinho: Tá fazendo o que na rua, porra? Sabe que não pode sair na rua quando tem invasão! - me olhou de cima a baixo.

Janaína: Sou vidente pra saber quando vai ter invasão agora? - cruzei os braços. - Agora dá licença que preciso ficar viva.

Nandinho: Vou te levar até tua casa.

Janaína: Nossa, que cavaleiro, ele. - sorriu debochada encarando ele, que fechou a cara legal.

A gente foi subindo o morro pelos becos, e eu morrendo de medo de levar bala. Trocação tava rolando solta aqui, e o L2 nem tava no morro. O povo tava falando que ele tinha ido pra sei lá aonde, e tinha deixado o Nandinho de frente.

Assim que chegamos em minha casa, entrei correndo, e quando fui fechar o portão me assustei com o Nandinho caindo no chão.

Ele tinha levado um tiro na perna. Sem a minimia ideia do que fazer, gritei a minha mãe, que logo apareceu. Ela arregalou os olhos quando viu o Nandinho, e disse pra trazer ele pra dentro.

Ela me ajudou a levar ele pra dentro de casa. Deitamos ele no sofá, e ela trancou a porta.

Janaína: E agora, mãe? - encarei ela.

Dayana: Pega a caixinha de primeiros socorros em cima da geladeira.

Fui correndo até a cozinha, e peguei a caixinha, logo voltando pra sala. Entreguei pra minha mãe, e me agachei ao lado do Nandinho, que grunia baixinho.

Janaína: Tá doendo muito? - fiz careta.

Nandinho: Não, pô, tá suave, só levei um tiro na perna. - falou todo debochado e eu revirei os olhos.

Minha mãe conseguiu retirar a bala, e depois limpou, colocando um curativo por cima.

Era Uma Vez...Onde histórias criam vida. Descubra agora