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A gente ficou se encarando por longos minutos no meio daquela rua que estava deserta. As lágrimas imploravam para caírem, mas eu fazia de tudo para segura-las o máximo, pois não queria chorar novamente.
Meu corpo ainda tremia todo, e a única vontade que eu tinha era de bater nesse cara, e descontar minha raiva toda nele, mas eu sabia que isso não iria adiantar nada, que eu iria continuar sentindo aquela dor insuportável, então apenas tirei isso da cabeça.
Não aguentando mais ficar ali, me virei de costas e fui saindo dali. Quando estava chegando na esquina, ouvi os foguetes sendo lançados, anunciando invasão.
Meu corpo paralisou ali mesmo, e só consegui olhar pra trás, vendo o Luan correr até mim.
Ele pegou no meu braço e saiu me puxando dali. Eu continuava olhando tudo, sentindo minha cabeça rodar, e a tontura vir com força.
L2: Caralho Marina, corre, porra. - ouvi ele gritar, puxando mais meu braço. - Ae Nandinho, tá na hora, irmão, tá na hora, chama os crias.
Vi que chegou alguns caras perto da gente, mas eu nem prestava a atenção no que eles falavam, a tontura estava forte, e minha cabeça doia pra caralho.
L2: Leva ela.
Alguns caras vieram pra cima de mim, e eu tentei me afastar, mas eles me seguraram. Me debati nos braços deles, tentando me soltar.
Marina: Luan...me ajuda! - pedi baixo, tentando empurrar os caras de perto de mim.
Luan abaixou a cabeça e foi saindo dali de perto de mim, me deixando com aqueles caras.
- Pega o bagulho lá. - ouvi um deles gritando.
Continuei me debatendo, até algo ser colocado em meu nariz, e eu apagar de vez.
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• L2 •
Os caras apagaram a Marina, e eu sai dali correndo, arrumando a fuzil no corpo.
Ia tentar resolver os bagulhos agora, deixar a ficha da Marina limpa de vez, pra ela poder seguir a vida dela na paz, longe dos caô que meti ela nesse caralho.
Nandinho: Tem certeza que vai fazer essa porra, L2? - me olhou, enquanto a gente descia a minha favela.
L2: É a única opção pô.
Só tava fazendo aquela porra toda pra tirar a Marina do meio disso tudo, pra deixar ela livre desses corres.
Assumi a Gabriela pra quando eu cair, os meus inimigos não forem atrás da Mari, e sim da Gabriela.
Se matarem a Gabi, eu realmente tô foda se, mas se encostarem na Marina, porra, vou endoidar legal naquele caralho.
Gabriela não sabia que minha verdadeira ideia era essa. Ela estava pensando que só assumi ela de fiel, pra Marina ficar longe quando eu cair pra cadeia.
Me concentrei naquela porra, e fui descendo aquela quebrada com uma tropa do lado. Se eles não aceitassem a porra do acordo, era bala neles e foda se.
Mandei a tropa se separarem assim que ouvi os tiros mais pertos. Entrei no primeiro beco e o Nandinho foi pro escadão.
Tava andando por ali na moralzinha, mas sempre atento pra ver se algum cuzão vinha.
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Era Uma Vez...
Teen Fiction"Sou sua mocinha ou sua bandida... Eu sou o caos que te acalmou... Sou o exílio dos teus sonhos perdidos.. Quem sabe a fuga da sua própria dor... Posso ser o medo que te entrega o beijo... E a coragem que te refaz no olhar... Sou o teu ódio, a sina...