**Capítulo 77**

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Marina

Acordei no pulo, com a minha cabeça explodindo real. Me sentei na cama, colocando a mão na testa, por conta da tontura.

Olhei em volta, e eu estava num quarto que eu nunca tinha visto na vida. Era todo preto, só os móveis que eram poucos, que eram brancos.

Tentei lembrar de alguma coisa, mas só tinha na minha cabeça as coisas que aconteceram no baile, acho que ontem.

Me levantei ainda meio tonta, e fui saindo daquele quarto devagar. No outro cômodo não tinha ninguém. Abri a janela e vi praticamente a favela toda dali.

Resolvi sair daquela casa e assim fiz, sai dali e fui descendo o morro em direção a casa da Jana.

As ruas não tinha muita movimentação, mesmo que hoje ainda seja domingo. O sol tava quente pra caralho, e só de descer aquela favela, já soei litros.

Estava achando estranho aquela pouca movimentacao, nem traficante tinha. Só algumas poucas pessoas desciam ou subiam a ladeira.

Assim que parei na frente da casa da Jana, bati na porta e ela logo apareceu, com uma cara horrível, mas assim que me viu, arregalou os olhos, e me abraçou apertado.

Janaína: Ai meu Deus, que bom que você tá bem, amiga. - falou baixo, perto do meu ouvido. - Pensei que tinham te levado junto com ele.

Me afastei dela, encarando ela sem entender. Fiz careta negando, e acho que ela já pegou.

Janaína: Você ainda não sabe? - perguntou baixo.

Marina: O que?

Ela me puxou para denteo de sua casa com tudo, e fechou a porta, trancando a mesma. Subimos correndo para o quarto dela, e eu já me joguei em sua cama.

Marina: Cara, eu acordei num barraco mó estranho, perto do canteiro, e quando desci quase vi ninguém nas ruas, achei super estranho. Você sabe o por que disso? Aconteceu alguma coisa?

Janaína: Amiga....- sentou ao meu lado. - Porra, não sei como mandar isso, mas vamos lá. - falou mais para si mesma, do que para mim. - O Luan...

Marina: Olha, eu não quero mais saber desse cara, tudo bem Jana? Não quero falar dele, e muito menos lembrar das coisas.

Senti meus olhos arderem, mas segurei o choro o máximo que eu podia. As lembranças dele assumindo a Gabi vieram com tudo na minha mente, me causando uma dor enorme no peito.

Marina: Quero esquecer desde cara, nunca mais ver a cara dele. - falei baixo, já com a voz meia falha.

Janaína: Mas amiga...ele...ele se entregou pra polícia.

Na mesma hora eu olhei pra ela, e senti meu corpo paralisando real ali. Parecia que tudo ao meu redor tinha parado naquele mesmo instante.

Meu corpo todo tremeu, e senti meu peito doendo mais do que já estava doendo.

Marina: É mentira, né? Só...diz isso, por favor. - pedi baixo.

Janaína: Ele se entregou nessa madrugada, na operação que teve, e agora a polícia vai pacificar o morro de vez.

Fechei meus olhos, sentindo meu corpo todo tremendo.

Por mais que eu estivesse com uma raiva enorme dele, eu não queria que ele fizesse isso, não queria que ele se entregasse de vez pra polícia.

Uma parte de mim até ficou um pouco feliz com isso, pois não vou ter que ver mais a cara dele todos os dias depois de tudo, mas a outra parte...só quer chorar se perguntando o por que dele ter feito isso tudo.

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