(1996) Tom vê a Malu pela primeira vez depois de 8 anos - Por @juliagavillan

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Por @juliagavillan

Oito anos.

E então tudo parou.

Não há palavra. Não há voz. Não há toque, resultado, resultados, resultantes, objetivos, explicações. Não há som, sorriso, gesto. Não há. Foi assim, repentino. Eu me via paralisado. Queria fechar os olhos para aproveitar os segundos, os décimos, os centésimos, os milésimos de segundos. Esses milésimos de segundo de história compartilhada, todos os momentos que tentei me adequar ao seu ritmo, sua melodia, sua alma desengonçada...

Apesar da nossa distância planejada, fiz questão de te guardar. Mesmo de longe, com outros abraços nos aquecendo, colhi o seu sorriso e sua naturalidade. Queria ter te pegado no colo e tirado tudo de ruim que te cercava, te fazer sorrir de verdade como você fazia desde que te conheci. Mas, como não pude, fiquei - a quilômetros de distância - torcendo e sabendo que cada lágrima sua, seria minha também.

Quero saber tudo, sua vida, suas decisões, suas indecisões, o motivo para estar aqui... Quero saber se é feliz. E chorar um leite que derramou e secou há tempos. Nossos erros nos perseguem? Então quero fechar a porta e esconder a chave.

Vontade de sentar. Conversar. Me apegar. Me perder. Me prender.

Esquecer tudo. Como é para você agora, Malu? Realmente tenho medo da resposta.

Então me viro e vou. De novo.

Oito anos.

"We really got to ramble

I can hear it calling me the way it used to do

I can hear it calling me back home"

Baby I'm Gonna Leave You - Led Zeppelin

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Atenção!

Para lembrar as informações da capa: Esse é um livro de POVs que complementa Os Diários de Malu (que iniciam no ano de 1996). Muito obrigada pelas estrelinhas que venho recebendo, mas ler O Lado Escuro da Lua sozinho é bastante confuso ;)


O Lado Escuro da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora