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Any franco

Alguns minutos depois, já quando eu estou bem entediada olhando notícias sobre alguns famosos, Sabina invade o quarto segurando o braço das nossas duas amigas mais próximas: Sina e Shivani. Levanto os braços sem entender nada. Sabina dá de ombros como quem diz que não tem que explicar nada, sendo que tudo deve a ver comigo. Deixo o celular de lado mais curiosa em saber sobre a fofoca da minha vida.

- Agora vocês vão me contar? - pergunto de braços cruzados fingindo estar brava com a situação, mesmo que eu meio que esteja, já que odeio ficar sem saber sobre as coisas. Sina senta do meu lado cautelosa, enquanto Shivani está radiante. Sabina estende o celular na minha direção - O que é isso?

- Um celular, né besta? - diz em um tom ansiosa. Reviro os olhos pegando o celular que parece nunca ter sido usado - Isso daqui não é roubado, né? - pergunto e Sina pigarreia ao meu lado.

- Esse celular era do meu irmão - a loira explica parecendo meio chateada, mas também com um tom de ansiedade forte - Mas como ele nunca se interessou em usar ficou acumulando pó aquela estante que já havia sido notada pela Sabina.

- Tudo bem, mas pra que eu usaria isso? Eu já tenho o meu, não tenho? - mostro o meu como forma de enfatizar o que eu estou falando. Sabina se ajoelha na minha frente e respirando fundo, diz de uma só vez:

- Isso é pra mandar mensagens para o professor - ela termina de falar para logo depois fechar os olhos mordendo o lábio inferior. Fico estática sem saber o que falar - Pensa só, Any: se você mandar mensagens anonimas para ele, como fizemos em relação aos bilhetinhos, lembra? Ele podia até não mandar outro como resposta, mas pelo menos parecia ficar feliz com a situação.

Encaro o aparelho na minha frente. Depois, encaro as três garotas que precisam de uma resposta pra ontem.

- Mas...

Shivani se levanta e diz calmamente: - Você vai poder ser a aluna, vizinha, dona da lanchonete, a mina sensual ou até mesmo a grande leitora de últimas frases. Tudo ao mesmo tempo! Sem chances de gaguejar ou errar.

- Mas e se ele simplesmente não ligar? Bloquear o meu número? - pergunto com medo de realmente estar considerando a possibilidade de fazer uma loucura dessa - Isso pode não dá certo - argumento.

- Mas pode - Sina retruca suspirando - Eu acho isso uma loucura, mas a nossa formatura é esse ano e se for parar pra pensar não existe a menor possibilidade de dar certo, já que a ideia original é ir para Londres e não ficar em Las Vegas.

Faço que sim nervosa. Abro a tela indo para os contatos, ficando chocada ao ver o número dele como única opção na minha lista.

- Como vocês conseguiram o número dele? - pergunto quase gritando de excitação.

- O seu pai sempre deixa o celular ligado, além de nunca salvar o número da pessoa, então sempre fica lá a mostra - explica dando de ombros da sua plena execução perfeita - O que está esperando pra mandar a primeira mensagem?

- O que eu mando? - abro o contato dele e vejo que o mesmo está online - "Oi" ou "Tudo bem?" - pergunto começando a escrever um das duas, mas Shivani arranca o celular da minha mão.

- Nem pense em ser a aluna aqui - ela me encara firme - Seja direta. Certa. O deixe curioso a ponta de responder a mensagem - instrui. Sabina bate palmas na minha frente concordando pulando.

Penso em várias possibilidades, até que um raio passa pela minha cabeça e levanto para digitar sem os vários pares de olhos analisando o que eu vou escrever. A ideia é maluca, eu sei, mas por algum motivo preciso tentar de algum forma e essa parece ser a única que tenho até agora. Termino de digitar com o coração na boca.

Sabina pega o telefone da minha mão e escancara a boca chocada.

- Any!

Me: "Preferi sempre a loucura das paixões à sabedoria da indiferença." Fico imaginando se France estaria pensando em mim quando escreveu sobre as loucuras que faremos pelo amor, porque, querido, vc me faz fazer cada coisa... Estou aqui, não estou?

- Estou chocada! - Shivani diz sem conseguir desgrudar os olhos da tela azul na sua frente - Ele com certeza vai ficar curioso por causa da citação... - ela arregala os dois olhos e começa a arfar sem parar - Ele está digitando! - Corro até ela pegando o celular e sendo levada até a cama para pensarmos melhor no que vai acontecer.

- Será que ele vai me mandar pra puta que pariu? - pergunto roendo a unha.

- Bem, se ele mandar isso, manda junto - Sina diz também curiosa.

O celular vibra.

- Ai meu Deus... - consigo soltar no meio de uma respiração entrecortada.

Ele: "A religião prestou ao amor um grande serviço, fazendo dele um pecado." Uau! Ela não é tão conhecida por essas bandas e nem por nenhuma banda, então se considere vitoriosa por me deixar impressionado.

Agora: quem é?

Quem é? Quem é?

XOXO

LARA.

My Teacher - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora