Any Franco
...
Fico com a boca escancarada sem entender o que realmente está acontecendo. O meu professor continua me encarando como se eu fosse uma criança perdida - o que eu realmente devo ser. Escuto a voz distante do meu irmão que continua na linha: - Any? Você ainda está aí?
- Você está quão distante de Las Vegas? - pergunto com os olhos fixos no chão que recebe as gotas da chuva. Espero que ele esteja na casa do Lamar, ou no apartamento do Krys.
- Eu demoraria umas cinco horas pra chegar aí - explica antes de começar a falar sobre a rota que traçaria caso viesse bêbado. A voz tão arrastada que tenho a plena certeza que pelo menos alguns goles de cerveja passaram lela garganta dele - Então, se...
- Pepe. Chega, ok? Eu já arranjei uma carona - digo essa última frase alto demais para que Josh consiga escutar e assim, não seja preciso palavras além do que as que já foram ditas - Volta com alguém que não esteja com bafo de cerveja - peço suplicante já medindo o que o meu pedido poderia ter causado.
Coloco o celular na mochila e tentando me proteger, corro para o outro lado do carro que já havia sido aberto pelo Josh. Nunca pensei que o dia de sentar ao lado do banco de motorista do grande professor de literatura Josh Beuachamp chegaria, mas aqui estamos, não é mesmo? Solto um suspiro de alívio ao entrar no confortante carro, além de mostrar um sorriso de agradecimento que foi retribuído na mesma intensidade me deixando sem ar.
- Obrigada - digo por fim ignorando as batidas frenéticas do meu coração - Eu estava esperando o meu irmão, mas acabei descobrindo que ele não tinha condições nenhuma de vim me buscar - explico tentando arrumar a bagunça que o meu cabelo deve estar.
- Até parece que eu ia te deixar nessa chuva - diz com um sorriso amigável no rosto - Só não entendo o porque de você ainda ter parada pra pensar sobre a proposta da carona, já que as condições estavam tão ruins assim... - joga no ar deixando claro que percebeu a minha hesitação.
Mordo o lábio inferior com força.
- Não hesitei - minto - Só estava com o meu irmão no telefone e precisava ajeitar tudo - meia mentira. Em parte poderia até ser por causa do Pepe, mas o principal motivo é a provável ideia de que eu talvez possa falar ou fazer alguma coisa que cause desconfiança sobre as mensagens, então tento ficar na minha - Você salvou a minha vida dessa vez.
Ele não fala nada. O carro continua em movimento, no entanto, chegamos ao sinal vermelho - o que é obviamente foi respeitado pelo motorista - que ao parar o veículo se virou para me olhar sério. Engulo em seco nervosa.
- O que foi? - merda. É agora. Espero que ele não me mate.
- Uma coisa simples: por que você me odeia? - idaga me fazendo engasgar - Estou falando sério, Any. Todas as vezes que tento fazer alguma pergunta ou te chamar para conversar algo sobre a aula, você praticamente foge - abro a boca para retrucar, mas ele faz que não determinado - Acabou de fazer quando pareceu querer correr de mim.
- Por Deus! Você realmente acha que eu te odeio? - pergunto tentando esconder a ironia, porque não existe nada mais irônico do isso. Eu? Odia-lo? Meu Deus... - Nunca senti nada por você, principalmente esse tipo de sentimento.
Ele assente parecendo mais certo do que antes. Percebo que a barba está por fazer - algo passado despercebido por mim na aula de ontem - os óculos estão caídos levemente sobre o nariz, além dos olhos azuis estarem levemente concentrados no cenário que começou a se movimentar outra vez.
- O nosso próximo trabalho vai ser sobre "segredos" - ele diz do nada me fazendo engasgar. Tenho que segurar a porta com força para não gritar de terror. O que ele queria dizer com isso? O encaro fingindo uma certa curiosidade acadêmica.
- Adoro temas que tenham mais a ver com mistério - disfarço - Já tem uma ideia de como vai fazer o comando? - isso. Algo mais dinâmico, que não tivesse a ver com a nossa vida pessoal seria ótimo de todas as formas.
- Queria uma apresentação oral - faço uma careta com a ideia e ele ri - Fala sério, Any! Imagina a sua voz nos seus textos... Deve ser ótimo - elogia me deixando vermelha. Viro o rosto pro lado escondendo a felicidade que brotou dentro de mim, mas não consigo deixar de pensar se ele realmente elogiou a minha voz.
- É sério que você acabou de elogiar a minha voz? - pergunto tomando coragem. Agora é a vez dele de ficar com vergonha - Aliás, os meus textos não são tão bons assim - retruco sendo sincera. A maioria eram feitos de uma maneira toda desorganizada.
- Que? Como assim? No seu último texto, o último parágrafo veio com: "Não existe uma utopia para o amor. Romeu e Julieta é a prova viva disso ao mostrar que nem as mais belas histórias precisam ter um final feliz..." Como isso não é bom?
- Bem, até os maiores leitores podem estudar sobre Shakespeare, mas simplesmente podem não acreditar no amor - falo me arrependendo logo depois ao me lembrar que foi praticamente o que ele me disse nas mensagens. Ele concorda sem mostrar que notou, mas mesmo assim sinto o meu coração sai pela boca.
Merda.
Hey!!! Não me abandonem... Vcs tem alguma ideia de como querem a história de My teacher? Se sim, me contem as ideias de vcs. Além disso, não sejam leitores fantasmas: votem e comentem sempre que sentirem alguma coisa com a história.
XOXO/ LARA.
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My Teacher - beauany
Teen Fiction"Posso ser o que você quiser... Basta querer." Any sempre foi apaixonada pelo professor de literatura da sua escola, sendo que não existe mais nenhuma esperança no seu coração de ter alguma chance com o loiro de olhos azuis. Mas as coisas mudam no ú...