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Any Franco
Josh parece bem confortável. Bem até demais, enquanto cantarola uma musiquinha chiclete que toca na rádio pela segunda vez e como ele não é uma pessoa inclinada a mudanças, continua na mesma estação como se estivéssemos escutando a melodia pela primeira vez.

O observo com a cabeça encostada no vidro da janela fechada do carro. Nem luto mais contra os meus impulsos quando se trata de aproveitar cada segundo que estamos juntos observando de forma eficaz as curvas e linhas acentuadas que marcam o rosto dele.

O gorro cinza continua no lugar de sempre, contracenando com o casaco que devia ser algo discreto ao ter um tom escuro, mas que acaba o destacando ainda mais em qualquer ambiente que ele tenha que passar pelas próximas horas.

Josh percebe a atenção que está recebendo com um sorriso discreto no canto dos lábios e um leve levantar nas sobrancelhas que o fez ficar uns dois anos mais novo. Cruzo os meus braços na altura do meu peito tentando desvendar para onde ele está me levando, no entanto, acabo na estaca zero.

- Tem certeza que eu não vou acabar como meme em algum lugar na internet? – pergunto tentando arrumar o meu cabelo que parece ter acordado em pleno desespero – Olha só pra mim, Josh! Pareço ter fugido de um acampamento para menores de 18 anos e nem estamos no verão. – explico suspirando de frustração.

O loiro me encara com uma expressão divertida que me faz ter vontade de dá um soquinho no seu ombro para que ela saia. Não faço isso, porque a tal expressão fica mil vezes mais adequada nele do que em todas as pessoas que já conheci, como todas as outras coisas que ficam melhores nele.

- É mais fácil te colocarem na capa de uma revista proibida para menores de 18 anos, Any – ele contradiz me deixando vermelha da cabeça aos pés –
Nunca encontrei alguém que fica tão bem de pijama como você – ele desvia um pouco a atenção da estrada ao dizer isso.

Arrumo as minhas mãos no colo me sentindo muito melhor do que antes. Com um sorriso satisfeito, pergunto como uma boa aventureira: - A ideia surgiu como?

- Resolvi reler Cidades de Papel – explica dando de ombros – Juntei isso a saudades que estava de você, então armei tudo em dez minutos – fala em um tom de voz tão animada que acabo ficando animada também.

- Não vamos invadir nenhuma propriedade, né? – pergunto fingindo estar preocupada, mas com uma leve preocupação no peito, já que de um professor de literatura podemos esperar tudo.

Como resposta Josh apenas pega a minha mão, que estava pousada delicadamente na base da minha coxa, levando- a até os seus lábios depositando ali um beijo. Isso acaba mexendo com cada estrutura do meu corpo, principalmente porque o seu toque quente continuou sobre a minha pele ao não separar a sua mão da minha.

...

O carro para na frente do que parece ser um terreno abandonado com pouquíssimas luzes ao redor. Fico confusa intercalando o meu olhar entre o Josh – que parece muito alegre de ter chegado ao seu destino final – e o cenário que parece aqueles típicos dos filmes de terror americanos.

Josh pega a minha mão – outra vez – para que possamos andar juntos. O ar está mais frio do que estaria caso estivéssemos na rua de casa e ele deve ter percebido o mesmo, já que tira o gorro do cabelo dele para colocar sobre o meu. Abrimos um portão de ferro todo gradeado, onde o loiro dá uns pulinhos na direção de uma caixa na parede.

- Any? – para de encarar o que pode ser uma bomba, para encontrar os olhos azuis do meu namorado – Está pronta para a melhor visão da sua vida? – pergunta animado. Dou de ombros fazendo que sim, mesmo que eu não estivesse nem um pouco preparada para nada que pudesse acontecer no momento.

Contente com a minha resposta, um clic de uma tomada soa fazendo com que uma onda de sons apareça revelando cada detalhe do lugar assombrado. Dou alguns passos para frente, a fim de entender o que está acontecendo, sozinha.

O ambiente escuro de antes vai se relevando. Algumas árvores que eu não havia notado a presença começam a surgir ao lado do que parece ser o começo de uma...

- Uma roda gigante? – exclamo surpresa com o brinquedo que aparece na minha frente, rodeado de luzes azuis e verdes – Ai meu Deus! Aquilo é um carrossel? – idago como uma garotinha de seis anos indo a um parque de diversões pela primeira vez.

- Quer andar em um desses? – sugere me deixa com os dois olhos arregalados pela adrenalina que aquilo causaria.

- Podemos? – pergunto meio receosa de dá qualquer passo para frente.

Ele faz que sim. Com isso, saio correndo até o carrossel sentindo cada pequena corrente de ar encontrando uma brecha no meu casaco para penetrar a minha pele, mas não me importo com nada disso. Estamos em um parque! Estamos em um carrossel!

Pulo segurando um dos cavalinhos.

Procuro por Josh que aparece com uma câmera fotográfica nas mãos a apontando na minha direção. Escondo o rosto com as mãos o fazendo protestar entrando no brinquedo que girava sem parar no ritmo da música dos filmes.

- Como conheceu esse lugar? – pergunto sentando em um dos cavalinhos.

- Um amigo meu trabalha por aqui – explica levantando a câmera outra vez – Agora: sorria! – pede me fazendo desistir da renúncia sobre a foto. Sorrio sabendo que os cachos devem estar por todos os lados, por causa do vento – Está vendo? – ele me mostra a foto que acabei de tirar – Essa é você – fala se aproximando de mim ainda em pé.

O observo sentindo cada sensação invadir o meu coração aumentando todas as batidas que parecem sem freio quando se trata do meu amor por Josh Beauchamp. Um dia eu disse que tinha vontade de desistir de tudo depois da minha desilusão com as mensagens, mas agora... Agora sei que faria tudo outra vez.

- Eu te amo – digo o fazendo sorrir – Eu te amo – repito.

- Meu Deus! – ele exclama – Preciso gravar isso... – puxa a câmera outra vez como um pai registrando um momento importante. Quando percebo que ele já está gravando, repito sem nenhuma vergonha:

- Eu te amo te amo e te amo – ele se aproxima encostando as nossas testas com a respiração acelerada. Não estou de olhos fechados como pediriam os clichês e nem ele. Estamos no vendo. Ele consegue me ver.

- Eu amo você – me beija rápido – Sempre.

- É a minha vez de gravar isso – peço pegando a câmera dele.

Porque estamos juntos no agora. Não importa o futuro ou quantas vezes tenhamos que mudar de caminho, ou quantas mensagens secretas tenha que enviar para ficarmos juntos.

Ele me ama. Eu o amo.

Boa noite, leitores e leitoras!!
Estou meio de castigo por um tempo, então foi uma loucura conseguir postar aqui, mas aqui estou!!!

S

e esse capítulo bater a meta de 40 votos como o capítulo anterior, amanhã vai ter maratona, amém.

Lara.


My Teacher - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora