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Anny Franco
Acordo com um peso na cabeça que se dá devido o excesso de álcool na noite passada. Viro procurando a minha bancada que sempre fica ao meu lado direito, mas que desse vez não está lá.

Dou uma olhada ao redor percebendo que não estou no meu quarto. Olho para o meu lado, encontrando um Noah nu enrolado apenas pelo lençol tendo metade do corpo exposto.

Enrolo o lençol na minha cintura vendo que tinha perdido completamente a hora, mas a minha cabeça doía tanto para que eu conseguisse me mexer no momento. Isso é normal?

Eu acho que não é normal lembrar que você transou com alguém, sendo que esse alguém é o Noah bendito gostoso Urrea. Penso em me levantar, mas acabo me deitando outra vez colocando a minha cabeça no travesseiro.

Droga. Não acredito que fiz isso.

- Any? - a voz sussurrada dele me desperta - Oi. Bom dia. - deseja beijando a curva do meu pescoço.

- Bom dia. - desejo de volta me sentando outra vez.

Eu precisava me acalmar.

- Noah? - o cutuco na primeira vez da forma mais carinhosa que encontro, na segunda acaba sendo mais violento - Precisamos conversar sobre isso.

- Isso o que? - ele murmura. O puxo, mas nisso tudo o moreno já estava tão acordado que acaba me puxando para o colo dele.

- Noah, não sei se você percebeu, mas nós dois transamos. - digo e isso sai quase cuspido de mim.

- Sim? - ele beija a curva do meu pescoço descendo a trilha na direção dos meus seios.

- Ah, mas... - ele se volta para mim me beijando rapidamente.

- Eu sei sobre o tal cara, Any. Sei dele e sei que ele ainda ocupa metade dos seus pensamentos. - adivinha me fazendo querer explicar - Não precisa. Sinceramente: ele não te merece!

Eu devia concordar dizendo que sim. Que ele estava certo, mas ao invés disso o que sai é: - Não?

- Não! Te fazer esperar por tanto tempo é quase idiotice, se não for uma total idiotice, não acha? - ele ergue o meu queixo para me olhar - Acha que vale a pena esperar por ele?

Quero dizer que não. Quero dizer que quero seguir em frente ao lado do Noah. Quero dizer que mereço ser feliz com alguém que me ame. Quero dizer tantas as coisas...

Mas nada faz sentido pra mim. Estou sendo uma maldita mentirosa na minha cabeça. Uma maldita mentirosa que não sabe esquecer alguém que já parece estar em outra há muito tempo.

Não consigo mentir. Não assim. Ao invés disso, acabo dando como resposta um sorriso acompanhando de um beijo.

Josh Beauchamp
Estou meio atrasado para o trabalho quando paramos na frente da escola de artes da Emily. Kim é a primeira a descer rapidamente do carro.

Ela já acordou de mal humor, quase soltando fogo pelo nariz. Ao ver a Emily na mesa ficou ainda pior me olhando como se pudesse me bater apenas com o olhar.

Espero Emily pegar a bolsa de dentro do carro ao mesmo tempo que Kim me puxa para baixo.

- Não vai me dizer que foi ela que quebrou o seu coração? - pergunta cruzando os braços.

- Kim, dá pra esquecer essa história? - tento soltando um gemido sofrido, mas ela não aceita. Ao invés disso, me olha como se eu fosse péssimo.

- Não. Não dá. Esperei que fosse alguém que merece ter as suas lágrimas, sabe? - reviro os olhos - Esperava ser alguém tão especial quanto a Any. Por falar nisso quando a veremos outra vez?

- Se depender de mim nunca - sussurro, mas sei que ela escutou o que acabei de dizer. Tanto que me encara com os dois olhos arregalados.

- Por que nunca? - ela para me olhando para logo depois arregalar ainda mais os olhos. Merda - Foi ela que quebrou o seu coração? Ah meu pai! Tá aí porque a Taylor a chamou de...

- Emily! Espero que vocês tenham um bom dia. - falo ainda mais alto tentando fugir da minha irmã que parece exultante.

- Pra você também. - fala beijando a minha bochecha - Vamos Kim?

- É Kimberly pra você! - protesta me fazendo tampar a cara - Além disso, temos muito o que conversar, Josh.

Aceno para as duas sabendo que a minha vida seria transformada em um verdadeiro inferno. Entro no carro batendo a minha testa contra o volante sabendo que isso fez com que o couro arranhasse.

Taylor está ligando.

- Alô?

- A garota é uma piranha, Josh! - é a primeira coisa que resolve dizer assim que ouve a minha voz.

- O que? Que garota? - ligo o carro.

- A Any, óbvio. - fala fazendo com que eu quase bata no maldito outro carro.

- A Any não é uma piranha, Taylor. - a dor de cabeça já está chegando.

- Então, por que ela estava aqui com um garoto que parece ter saído de um filme clichê americano? - pergunta.

Olho para os lados. Merda. Merda.

- Ligo depois, Taylor.

My Teacher - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora