Josh Beauchamp
Acabo tendo que vestir uma camisa social rosa do meu ex professor da faculdade (pai da Any). Sento na mesa ouvindo a mãe dela falar sobre como eu tinha crescido e me tornado um homem bonito.- Ele era tão magrinho, não era Maurice? - ela diz falando com o marido que assente - Tão forte e olha só esses cachinhos que parecem de anjo, não acha? - ela mexe no cabelo - A sua namorada deve ter muita sorte.
Acabo corando e do jeito que eu sou branco isso deve ter ficado bem perceptível. Tanto que ela se aproxima apertando a minha bochecha.
- Não fique com vergonha, querido! - ela coloca uns pratos na minha frente.
- Eu não tenho namorada. - falo ainda mais vermelho me tornando um smurf roxo.
- Isso é uma lástima! Não é mesmo, Any? - pergunta se referindo a filha que está descendo as escadas. Me viro sem querer parecer muito ansioso, mas acabo perdendo todas as chances de interpretação ao vê-la com um vestido azul cetim.
- Ah, mamãe! Eu acho que isso é tão constrangedor para o senhor Beauchamp. - fala me lançando um olhar rápido.
- Mas não tem problema de dizer que ele é muito bonito, tem? - Any não responde - Olhe só... Josh? - tiro os olhos da Any - A minha filha não é muito bonita?
Eu acho que vou ter um ataque do coração a qualquer momento.
- Ah, sim, bem... - agora é a vez da Any me olhar esperando uma resposta - Eu a acho... - espetacular? Linda? perfeita? - Muito bonita.
Vejo um sorriso despontar nela. Me perco observando como ela parece ainda mais bonita corando, por isso nem percebo quando a mãe dela nos encara pensativa.
Encaro o prato.
- Maurice! Venha se sentar... - acabo ficando sozinho com ela.
- Espero que não fique mal por ter aceitado o convite. - digo ficando surpreso ao perceber que ela está sentando ao meu lado.
- Na verdade: não. - responde colocando diferentes talheres ao lado do meu prato - Gosto da sua presença aqui.
Algo invade o meu coração o deixando quentinho. Ai merda.
- Pra que isso? - pergunto diante da quantidade de talheres que ela colocou ao meu lado.
- A mamãe preparou um peixe diferente hoje. - explica.
- Ah, sim... - ok. Isso é péssimo.
- Mas eu vou te ajudar. - sussurra antes dos pais aparecerem outra vez com um sorriso maior do que o outro.
...
A Any me auxiliava sempre apontando o garfo que eu deveria pegar. A conversa fluia entrando na parte da viagem do irmão dela, até a parte da faculdade que ela iria.
- Acredito que ela já tenha falado sobre isso, não é mesmo? - o senhor Maurice entra me fazendo entalar com o peixe.
- Ah sim. E deixo o meu total apoio, mesmo que Londres seja um pouco distante demais. - digo a última parte quase pra mim mesmo.
Any me dá um cutucão por debaixo da mesa. A encaro sentindo a dor, enquanto os pais dela conversam entre si sobre a tal distância.
Aproveito e dou outro cutucão nela. Sem nenhuma violência, claro. Afinal, eu sou um cavalheiro.
Ela cospe metade do suco que estava bebendo me fazendo fingir estar limpando alguma coisa no rosto com o guardanapo para não rir.
- Doeu. - fala entredentes.
Não falo nada, apenas continuo comendo do peixe estranho que acabei tendo que comer por inteiro. O meu joelho com o dela se encostam fazendo com que eu tivesse que segurar firme o garfo com medo de soltar.
É muito bom estar tão perto dela. Não só em relação ao meu corpo, mas sim a algo mais profundo... Algo mais perto do coração.
...
O jantar acabou há quase vinte minutos. Agora, eu estava tentando ajudar a senhora Franco a guardar as louças no armário.
- Obrigada, meu querido - agradece com a mão no meu ombro - Estou com um pouco de dor de cabeça. Será que você poderia ajudar a Any? - pergunta e acabo fazendo que sim.
Encontro a mesma lavando uns pratos cantarolando uma musiquinha bacana que se eu não me engano deve ser do Justir Bieber.
- Uau! Pensei que todas as meninas odiassem ele. - pego o prato da mão dela a empurrando com a cintura para o outro lado.
Ela sorri.
- Mais ou menos. Eu gosto das músicas dele, não dele em si. - ela para pra pensar no que acabou de falar - Isso faz sentido?
- Faz. - respondo passando o sabão por toda a borda do prato.
Acabo nem percebendo que ela está me observando com um meio sorriso. Jogo um pouco de água nela.
- O que foi?
- Nada. - responde rindo.
Levanto uma das sobrancelhas desconfiado. Jogo mais água nela que tenta se proteger fazendo o mesmo comigo.
Tento pegar o pano para me proteger e até mesmo enxugar a camisa do pai dela fazendo com que eu acabasse ficando muito próximo dela - quase colado.
Tento me afastar, mas a perna dela me impede e isso acaba com qualquer vontade que eu tinha de me afastar. Ela olha diretamente para os meus lábios como na hora da chuva.
O meu sorriso cessa. Fecho os olhos sentindo a respiração dela próxima da minha.
Bem, então eu...
- Não gostei quando você me chamou de maluquinha ontem. - diz do nada me fazendo recuar com o prato nas mãos.
- ãhn? Maluquinha, mas... - me lembro da nossa converda na biblioteca me fazendo soltar um surpiro de frustração - Não foi minha intenção, Any. Além disso pensei que fôssemos amigos...
- Essa é a questão, Josh - ela diz se afastando ainda mais - Não tem como eu ser apenas a sua amiga, porque... - ela para olhando para o chão.
- Por que o que? - pergunto desesperado.
- Porque eu te amo e mesmo que eu tente, Josh, o meu coração sempre acaba indo na sua direção. Eu... - ela parece querer chorar - Eu sei que não é real, mas quando eu vejo você tudo isso se torna tão fácil.
"Tento sair com outros caras ou tento encontrar neles você, mas não dá. Entende? Não dá, porque mesmo que eu tente superar sempre vai ser você e é tão ruim amar alguém que não sente o mesmo."
Nesse minuto ela me olha. Nesse minuto ela me olha atortoada como se procurasse por uma resposta minha, algo quase profundo.
E eu tenho essa resposta? Tenho.
- Any, eu...
- Josh? Tem alguém ligando para o seu celular. - a mãe dela surge fazendo com que o momento se quebre.
- Ah, é? Bem... - ela me entrega.
- Uma tal de Emily.
Mais?
Laís.
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My Teacher - beauany
Teen Fiction"Posso ser o que você quiser... Basta querer." Any sempre foi apaixonada pelo professor de literatura da sua escola, sendo que não existe mais nenhuma esperança no seu coração de ter alguma chance com o loiro de olhos azuis. Mas as coisas mudam no ú...