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Josh Beauchamp

...

Será possível que isso não vai sair da minha cabeça nunca? A pergunta surge quando não consigo corrigir nenhuma atividade por causa da maldita falta da minha grande aluna Any Gabrielly.

Fico encarando a lista de chamadas ainda sem acreditar no F que se encontra ao lado do nome dela. Ela nunca faltou antes...

Merda. Merda.

A porta é aberta anunciando que algum aluno havia chegado por causa da falta de óleo da mesma. Vejo a presença ali me levantando rapidamente de tão repentina que ela é.

- An... Senhorita Franco? - vai ser um horror se acostuma a chama-la assim - Senti a sua falta na minha aula hoje. Aconteceu alguma coisa?

Isso! Aja como se tivesse tido uma amnésia repentina desde a nossa última conversa.

- Fui resolver uma coisa na diretoria - ela me estende uma folha - É só preciso da sua assinatura, senhor Beauchamp.

Pego o papel sem acreditar nas palavras que o meu cérebro teve que processar depois de tudo aquilo. Fico sem palavras tanto que ao encara-la preciso respirar fundo para não prestar atenção na beleza dela.

- Não creio que seja preciso disso tudo - falo deixando completamente de lado o que eu tinha combinado com o meu coração - Gosto de você... Como minha aluna.

- E gosto do senhor também - ela não especifica como - Mas eu acho que vai ser o melhor pra nós dois esse troca.

Olho para o pedido de transferência com um peso que eu nem sabia que existia dentro de mim. Por que eu não assino? Por que? É só assinar! Por que diabos eu só pego a maldita caneta e assino?

Eu a observo mais uma vez. O cabelo está meio preso hoje combinando com o vestido branco que entra em constraste com a pele dela.

De repente preciso que ela cite alguma coisa importante de algum autor antigo e desconhecido. Pego a minha caneta e assino o meu nome da linha tracejada.

- Está aqui - entrego a folha com os dedos tremendo - Espero que goste das aulas do Senhor Monroe - esse último digo em um tom sarcástico, já que todos os alunos dormem na aula dele.

- Eu acho que vou, obrigada - fala, mas não dá um passo para ir embora. Fico esperando alguma coisa a mais dela, mas nada. Não acontece nada.

- Any? - deixo escapar, mas ela não se importa. Apenas me olha com as íris vermelhas e mordendo os lábios como se prendesse alguma coisa...

- Adeus, senhor Beauchamp - se despede dando de costas para sair.

Sinto que vou perde-la. Por algum motivo tenho certeza que aquele é o fim, por algum motivo o meu peito se abre como uma cratera.

- O olhar indiferente é um perpétuo adeus - cito. Any para de andar se virando para mim curiosa - Chazal.

Ela sorri rapidamente.

- Em amor, não há último adeus, senão aquele que se não diz - responde com um tom seguro. Nos observamos atentos sem dizer nada - Dumas.

Com isso, ela se vira e vai embora. Sento na minha cadeira ainda perplexo e sem saber o que dizer, já que parte de mim quer correr atrás dela.

...

Oi.

My Teacher - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora