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Any Franco

...

Nunca estive em um estado de panico tão avançado como eu me encontro agora. Espero que ele diga alguma coisa, mostre as nossas mensagens e diga que sabe tudo o que eu e a minhas amiguinhas andamos fazendo nessas últimas horas. Prendo a respiração assim que dobramos a esquina da nossa rua me dando conta que estou onde sempre sonhei em estar: ao lado dele, dentro do carro - um pouco diferente dos meus sonhos por estarmos presentes de forma comportada, mas mesmo assim...

- Chegamos - ele avisa desligando o rádio que eu nem notei que tinha sido ligado de tão perdida eu estava - E a chuva ainda não passou. Nem um pouco - observa com um semblante meio chateado.

- Gosto de chuva - assumo tirando o cinto de segurança - Aliás, obrigada outra vez. Sério - agradeço sentindo uma comoção enorme por ele - Nem todas as pessoas seriam tão bacanas assim, sabe? Então, obrigada.

- Até parece que eu ia te deixar ficar doente, principalmente na véspera do meu grande trabalho - diz com uma risada que preenche o quarto. O ar fica quente, muito quente de repente e por isso abro a porta com medo de ser queimada - Sério que você vai sair nessa chuva? - ele pergunta em um tom sarcástico que me pega de surpresa - Espera dois segundos.

Fecho a porta sentando de volta no assento como se tivesse sido intimada. O observo pegar um guarda chuva no banco de trás dando meia volta, até chegar na frente do banco que eu ocupava. Solto um sorriso e saio segurando a minha bolsa contra o peito, afim de desacelerar as minhas batidas frenéticas.

- Todo esse trabalho e no final você sai molhada - diz em uma sombra de desgosto do próprio trabalho. Ele estende ainda mais o guarda chuva na minha direção. O impeço com um olhar de quem diz "chega de ser legal".

Chegamos até a frente da porta da minha casa, não colados como nos filmes, mas também não tão distantes. Em um dos segundos, acabei indo pra trás e assim sentindo a pressão firme das costas dele. Um calorão sobe pelo meu corpo.

- Meu Deus! Eu nunca mais vou esquecer o bendito guarda chuva... - digo tentando me esquivar, enquanto ele tenta se arrumar. Os meus livros caem, logo depois de uma risada baixinha, mas melodiosa que reverbera dele - Ai caramba...

- O senhor do tempo nunca erra - ele diz se abaixando para pegar os meus livros. Nos dois primeiros livros estava tudo bem, até que no terceiro, resolvemos pegar juntos fazendo com que as nossas mão se esbarrem revelando um corrente elétrica entre nós dois que me deixa em choque por poucos segundos - Desculpa - pede direcionando as íris azuis na minha direção.

De repente, sinto que nem estou mais no mundo real, mas sim em qualquer lugar que o tempo não funcione direito. Parece que passamos horas nos encarando. Nossas mãos bem próximas, mas não ao ponto de se tocarem, além do fato dos óculos molhados terem caído um pouco abaixo da sua linha original me dando uma plena visão de como ele me encarava com o meu livro na mão.

Bom dia monas!! ;)

My Teacher - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora