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Any Franco
Odeio o fato de ele parecer seguro demais, mesmo depois do que eu falei sobre o senhor Thompson – que nem verdade era, já que os olhos azuis do Josh são infinitamente mais bonitos e tocantes do que o do professor de educação física malhado.

Não consigo esquecer o que ele falou sobre a Joalin ser muito bonita, além dos olhos que parecem ser a parte favorita do corpo dela para o loiro. O meu coração explodia só de ouvir a voz dele falando dela outra vez, sendo que fui eu que pedi para que ele falasse sobre ela. A hipocrisia.

- Any! – me viro quase trombando contra o poste que tinha se tornado apoio para a lixeira. Encontro o Noah parado com a moto ligada e um sorriso envergonhado de quem não sabia o que estava fazendo.

- Noah? – fazia tanto tempo que eu não o encontrava que isso fez com que o meu cérebro raciocinasse tudo isso da pior forma possível, já que no mesmo instante levanto uma das minhas mãos

– Não quero conversar sobre nada agora, ok? Preciso ir – afirmo voltando para o meu caminho.

- É um assunto importante! – ele grita chamando atenção de alguns alunos que estavam por ali – Preciso mesmo falar com você, Any – e pela cara de súplica sei que é realmente algo importante.

- Ok. Aqui? – pergunto dando uma olhada ao redor. Noah me entrega o capacete apontando para a esquina que tinha uma lanchonete. Subo na garupa sem nem notar os olhares lançados na minha direção.

...

Faz apenas dois minutos que chegamos. Já estou dentro da lanchonete que parece mais uma padaria do que uma lanchonete em si, enquanto o Noah arruma a moto em um lugar do estacionamento. Dou uma olhada no meu celular para verificar se tem alguma mensagem ou ligação perdida, mas acabo encontrando nada.

O meu quase ex-namorado senta na minha frente com as pernas cruzadas e um cigarro preso entre os dentes que imagino ser permitido por aqui, por isso a escolha dessa lanchonete. Apoio os meus dois braços na mesa esperando alguma reação da parte dele.

- Conhece tal de Emily? – pergunta, de repente, soprando uma quantidade significativa de fumaça para o lado. Diante da minha cara confusa, ele apenas pega um papel que estava no seu bolso e me entrega – Ela ligou para a faculdade perguntando por mim – pego o bilhete – Esse é o número.

- O que ela queria com você? – a letra era caprichada demais.

- Não deixei que ela terminasse de falar, mas pode ter certeza que ela queria alguma coisa que envolvesse de ter de volta – explica tragando outro maço de cigarros com força – A questão é que ela procurou o cara errado para o trabalho.

- Bem, isso é... – não sei nem como definir o fato da ex do Josh ter ido atrás de alguém que poderia ajuda-la a me separar dele – Obrigada – agradeço arrancando um sorriso sincero dele que também acaba me fazendo sorrir.

- Somos amigos, moranguinho – pisca em uma pose de badboy que deixou a garçonete sem palavras – Mas a questão não é só essa: ela não vai desistir – fala brincando com o cigarro ao deixa-lo rolar para o lado e para o outro.

- Não tem ninguém que me odeie em um nível tão absurdo – digo mais tranquila, mas isso não deixa o Noah mais tranquilo. Ele se inclina na minha direção jogando o cigarro pela janela.
- Ela sabia que eu não te odiava, Any – diz com os dois olhos verdes bem sérios
– Existem pessoas que amam você. É com isso que deve se preocupar de verdade – ele pega a mochila que tinha deixado em uma das cadeiras – Não se mete em nada sério, viu? Não vai querer entregar tudo de mão beijada pra ela.

Faço que sim encarando o chão, enquanto o mesmo vai embora.

...

Bato duas vezes na porta dele. Passei em casa para trocar de roupa, além de não conseguir parar de pensar no que Noah havia me contado. Tudo parecia tão maluco pra mim, já que ninguém me odiou tanto antes a esse ponto. Não me sinto muito bem com as botas que encontrei no meu guarda roupa, porque não combinam em nada com a minha saia preta e a minha blusa branca com o casaco me fazendo parecer uma garota de 12 anos.

Josh abre a porta usando um avental. Metade do rosto sujo de trigo com um pouco de chocolate no canto da boca me fazendo ficar meio tonta logo no início, mas acabo apenas dizendo um “oi” baixo com uma cara de quem não veio para brigar com ninguém.

- Oi – cumprimenta abrindo ainda mais a porta. Entro no ambiente que já parece ser a minha casa diante de todas às vezes acolhedoras que já cheguei a vim aqui – Pensei que não fosse vim mais hoje.

Sinto falta de toca-lo, mas isso vai apenas atrapalhar tudo, então fico meio distante sem aceitar ser tocada. Quase caio em tentação, mas Kim aparece antes segurando uma folha nas mãos e tendo um sorriso maior do que o rosto nos lábios. Aceno para  dona Úrsula que parece concentrada em um rádio velho.

- Não estou atrapalhando nada? – pergunto nervosa.

- Claro que não, Any – diz me fazendo sorri diante da quase felicidade que ele parecer ter no peito me fazendo sentir melhor.

- Boa noite, dona Úrsula – a cumprimento com um aceno recebendo o mesmo dela, além de um sorriso tão bonito quanto o do filho fazendo com que eu ficasse aliviada – E como vai a peça, Kim? – pergunto realmente interessada na resposta dela.

- Melhor impossível! Deixa só te mostrar... – sinto duas mãos na minha cintura me puxando para perto fazendo com que eu soltasse um suspiro.

- Posso roubar a minha namorada por dois segundos? Ou você quer toma-la de mim? – sinto a sua respiração no meu pescoço. Kim apenas dá de ombros com uma careta irritada.

- Só vou te deixar ganhar essa, porque sou uma pessoa romântica, sabe? – Josh faz que sim, mas depois vejo que ele está fazendo que não sorrindo.

Nós dois vamos para cozinha, separados. Ao chegarmos lá, Josh abre o forno tirando de lá bolinhos bem redondinhos que logo retornam com o meu bom humor outra vez fazendo com que ele sorria.

- Aconteceu alguma coisa? – o encaro sem entender – Parece tensa.

- Precisamos conversar.

Até amanhã, com amor Lara.

My Teacher - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora