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Any Franco

...

Resolvi dá uma caminhada antes de voltar pra casa estudar química que vai ser o tema da prova de amanhã. As pessoas me reconhecem acenando como se fôssemos amigos íntimos por causa do meu pai.

Eu preciso também espairecer, afim de decidir sobre a minha conversa com o Noah há dois dias. Não que isso tenha passado a ser a única coisa que ficou preso nos meus pensamentos (existe o Josh ainda), mas mesmo assim...

E se eu desse uma chance para nós dois? Não é isso que o Josh anda fazendo?

Cantarolo baixinho uma música nova da Dua Lipa, esquecida por mim, já que não me prestei para ver o clipe. Tento tirar o suor da minha testa, agradecendo pelo inverno que estava prestes a chegar.

Abro a porta de casa deixando os meus tênis na soleira da varanda. Encontro o meu pai com uma caneta presa atrás da orelha e um olhar curioso para o lado de fora.

- Oi pai! - o cumprimento indo até a cozinha para tomar água - Não teve o terceiro horário na faculdade hoje? - pergunto encontrando uma lata da pepsi na geladeira.

Provavelmente deve ser do Pepe, mas mesmo assim a pego. Encontro o meu pai também na cozinha, mas sentado em uma das cadeiras.

- Encontrei com o senhor Monroe no mercado - conta me fazendo tremer de tensão - Por que não me contou que tinha saído da turma do Josh?

Adoro que o meu pai parece ter tanta intimidade com o Josh, já que os dois se chamam na maioria das vezes pelo primeiro nome.

- Achei desnecessário - digo sendo sincera. Foi uma decisão tão maluca que acabei nem pensando nas consequências disso - Afinal  eu não sai por nenhum motivo que tivesse a ver com ele.

Ele faz que sim observando a minha indecisão em tomar tudo na latinha ou colocar no copo deixando um pouco para o meu irmão.

- Achei que gostasse das aulas do Beauchamp - volta no assunto depois de alguns segundos.

- Eu gosto pai. O senhor fez um ótimo trabalho com ele. O senhor Beauchamp é um professor maravilhoso, mas eu queria entender outras explicações antes de ir pra faculdade, sabe? - invento.

- Mas todos dizem que o senhor Monroe é péssimo - acusa me fazendo dá uma careta como resposta. Mesmo que ele tenha razão não posso deixar claro que acho isso - Any.

- Pai, é sério. Talvez eu volte pra turma do Josh em algumas semanas - minto. Não tenho a menor intenção de voltar - Me deixe ter essa experiência por agora.

Ele não parece totalmente convencido, mas não tem tempo de falar nada, porque Pepe desce vetindo um paletó preto lindo combinando totalmente com a sua beleza singela.

- Você vai a onde assim? - pergunto parando na base da escada.

- Vou a um jantar com a Sabina - explica arrumando o cabelo - Quero aproveitar os meus últimos dias com ela, sabe?

- Então, boa sorte. Ela adora creme de amêndoas e nunca ofereça água a ela, ok? - o ajudo. Ele sorri de lado.

- Convevi anos com ela, esqueceu? Eu conheço a Sabina mais do que deveria - diz sorrindo.

Dou um soquinho no seu ombro com algo parecido com inveja no estômago. Amo os dois e amo o fato deles estarem juntos, mas mesmo assim...

Queria que todo aquele conto de fadas estivesse acontecendo comigo.

Josh Beauchamp

...

Resolvi arrumar a casa, ou pelo menos a sala. Começa a tocar alguma coisa que com certeza não tem nada a ver com o meu gosto musical o que me faz pegar pra mudar.

Acabo percebendo que se trata do meu toque de celular. Merda. Por onde anda a minha cabeça?

- Mãe? Alô? - vários burburinhos soam do outro lado da linha - Alguém?

- Alô! Josh? Querido, só liguei pra avisar que o Jon chega amanhã aí em Las Vegas - avisa pausadamente.

- O que? Mas já? - dou uma olhada no calendário sem acreditar que o dia já chegou - Ah, caramba! Eu tinha me esquecido completamente disso. Desculpa, mãe.

- Sem problema, querido. Eu só acho que você trabalha muito - diz em um meio protesto - Mas pode deixar que a Kimberly estará chegando aí amanhã mesmo pela tarde, ok? - digo que sim - Estarei indo logo atrás alguns dias depois.

- Estarei esperando, mãe - escuto uma batida na porta - Podemos conversar mais tarde? Eu prometo que ligo.

- Ok, querido. Beijos, amo você.

Digo o mesmo desligando e indo correndo para a porta. A abro dando de cara com a Emily que tem uma cesta na mão.

- Em? - pergunto surpreso. Ela passa por debaixo do meu braço entrando em casa - O que você está fazendo aqui?

- Não aguentei, Josh - revela vindo na minha direção colocando os dois braços ao redor do meu pescoço juntando as nossas bocas.

Fico tão surpreso de início que nem correspondo. Ela solta alguma coisa, enquanto andamos me colando de costas na parede com as duas mãos na barra da minha camisa.

Fico estático sem saber se devo impedir que algo aconteça ou não. Ela guia as minhas duas mãos para as suas costas para logo depois chegar a sua...

A afasto com pressa.

- Emily! Meu Deus do céu... - exclamo meio assustado tentando arrumar a bagunça que ela causou - Você... Nós não podemos fazer isso!

- Por que não? Pensei que estivesse interessado em mim quando me chamou pra sair - protesta parecendo magoada.

- Eu estava! Mas em você, não no seu corpo - explico. Ela me encara com aqueles dois olhos cabisbaixos.

Solto um gemido de dor me aproximando para tocar calmamente no seu ombro. Ela me olha como quem tivesse sofrido uma revelação.

- Ah meu Deus, Josh! Eu sinto tanto... - diz chorando. Eu a abraço dizendo que estava tudo bem.

- Não era a minha intenção magoa-la, Em - digo a verdade - Adoro o seu jeito maluquinho, mas...

- Mas eu não sou ela, né? Eu entendo - fala soluçando - Obrigada por ser sincero comigo.

- Não quero que fiquemos brigados. Podemos ser amigos, não podemos? - pergunto estendendo a mão.

Ela passa a mão pelo nariz rindo antes de estender a sua mão para tocar na minha.

- Nós somos amigos.

A saga da Emily ainda não acabou, mas agora vcs não terão mais que sentir raiva dela, porque ela é legal :)

Lara.

My Teacher - beauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora