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Megan Willians

Espreguiço-me desconfortavelmente na poltrona do hospital, sentindo os músculos tensionados pelo longo tempo de espera. Cada minuto que se arrasta parece uma eternidade enquanto aguardo ansiosamente pela volta de Anastácia e Nathaniel, que foram até nosso apartamento pegar algumas roupas. Estamos aguardando a permissão para visitar Donato, e a agonia da incerteza me consome.

Nesse momento, Steve, se aproxima com uma bandeja de café em copos descartáveis. Aceito o meu com gratidão, apreciando o aroma reconfortante que se espalha pelo ar. Enquanto bebo, meus olhos se voltam para Steve, que lança olhares insistentes na direção de Jane. Um sorriso irônico se forma em meus lábios, pois é evidente que o chefe da máfia de Nova Iorque mal consegue disfarçar seu encantamento por minha amiga.

Enquanto isso, Nathaniel surge ao nosso lado, o rosto suado e os cabelos bagunçados, revelando o esforço que fez para retornar rapidamente. Sua expressão carrega claramente a irritação que o domina.

— Essa garota é maluca, nunca mais saio com ela. — Ele desabafa com um tom de frustração, aproximando-se de nós.

Anastácia, ofegante, logo se defende enquanto me entrega uma sacola, seu rosto demonstrando certo arrependimento.

— Já me desculpei mil vezes, seu chato. — Ela responde, tentando amenizar a situação.

Em meio a risos, pergunto curiosa:

— Calma, o que houve?

Nathaniel suspira profundamente antes de explicar, seus olhos encarando Anastácia com raiva contida:

— Tinha um gato estranho na rua, e sua amiga maluca insistiu que ele estava perdido. Acabei descobrindo da pior maneira que era de uma moradora de rua, que saiu correndo atrás de mim com um pedaço de pau. — Nathaniel murmura rapidamente, suas mãos cerradas em punho.

Um pequeno sorriso escapa dos meus lábios enquanto observo a interação entre eles.

— Homem desse tamanho com medo de uma senhorinha. — Anastácia murmura, fazendo uma careta engraçada e revirando os olhos, arrancando risadas de todos nós.

Decido deixar de lado a discussão dos dois e direciono minha atenção para a sacola de roupas que trouxeram. No entanto, ao abrir a sacola, percebo imediatamente que não são minhas roupas. Elas têm etiquetas de lojas renomadas, indicando que foram compradas recentemente.

Confusa, encaro Nathaniel e questiono:

— Que roupas são essas?

Com um suspiro frustrado, ele explica enquanto seu olhar se volta para Anastácia, que exibe um sorriso falso.

— Precisei comprar roupas novas. Aquela senhora insistiu em bloquear a entrada do condomínio, então não quis correr riscos. Anastácia me ajudou a escolher.

Decido deixar a situação de lado por enquanto e encaminho-me para o banheiro, determinada a trocar de roupa. Ainda estou vestida como uma dançarina de boate, o que é constrangedor e atrai olhares indesejados. Durante o trajeto até o hospital, recebi cartões e pelo menos seis propostas de encontro, o que só aumentou meu desconforto. 

Ao finalizar a troca para as roupas que Anastácia escolheu para mim, sinto-me mais adequada e confiante. Com passos firmes, retorno à sala de espera, onde meus amigos estão reunidos, compartilhando uma atmosfera de apoio mútuo.

Nesse momento, uma enfermeira se aproxima, trazendo consigo um sorriso simpático que irradia esperança.

— Família de Donato Moretti pode visitá-lo! — ela anuncia, trazendo um alívio para todos nós.

OS RISTRETTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora